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10/12/2017 às 05h48min - Atualizada em 10/12/2017 às 05h48min

Educador financeiro fala sobre como usar o 13º

Pagamento da segunda parcela deve ser feito até o dia 20 deste mês

LAURA FERNANDES* | APRIMORAMENTO PROFISSIONAL
Reinaldo Domingos é educador financeiro e relaciona o 13° com as perspectivas de vida / Foto: Divulgação

 

Os empregadores já devem, obrigatoriamente, terem feito o pagamento da primeira parcela do 13° salário até o dia 30 de novembro. O prazo para a entrega da segunda parcela é até o dia 20 deste mês.  O dinheiro extra chega em boa hora, mas não são todas as pessoas que têm clareza quanto ao melhor jeito de gastar esse recurso.

Com a coincidência dos gastos típicos do final do ano, como troca de presentes, ceia de Natal e viagens, e o pagamento do 13° salário, muitas pessoas se veem em uma saia justa: quitar as dívidas ou ceder ao consumo? Por isso, a reportagem do Diário do Comércio de Uberlândia conversou com um especialista em finanças para ajudar as pessoas que se encontram nesta situação a tomarem as melhores decisões.

De acordo com Reinaldo Domingos, doutor em educação financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros e da DSOP Educação Financeira, antes de iniciar novas dívidas é necessário refletir sobre as perspectivas de vida, sejam para o novo ano que se inicia agora ou para os próximos que virão.

Considerar o padrão de vida da família e usar a renda extra de forma consciente são métodos importantes a serem considerados neste momento, segundo ele. Planejamento é uma das melhores formas de não entrar o novo ano com dívidas, reforça o especialista, que ainda indica o investimento como uma boa aposta.

Domingos indica àqueles que recebem o 13° salário uma reflexão sobre esse dinheiro, independentemente da forma que for utilizá-lo. Ele explica que este dinheiro extra deveria ser utilizado para sonhos, propósitos, viagens, algum bem que a pessoa quisesse adquirir que estivesse faltando em casa, mas devido a “erros do passado” - as dívidas, muitos o utilizam para quitar pendências. Por isso, para que o erro não aconteça nos próximos anos novamente e o dinheiro possa ser utilizado de uma melhor forma, é importante essa pausa para ponderação.

O especialista alerta aos que estão endividados e necessitam obrigatoriamente quitar as dívidas, que busquem, paralelo a isso, uma recuperação dos gastos, de modo a evitar os mesmos acontecimentos em anos futuros. "O que foi a causa desse problema? Por que gastei mais do que eu estou recebendo? Que padrão de vida é esse que eu estou exercendo, que em 2017 eu não consegui ter tanto êxito assim? Será que em 2018 eu vou manter a mesma forma do que eu fiz em 2017?", explica ele.

Domingos afirma que a realização de sonhos envolve toda a família, então neste momento de dificuldade e também projeções futuras é necessário fazer uma reunião em casa com a seguinte pauta: "vamos falar sobre nossos propósitos".

Ele explica que é importante compartilhar as dificuldades do momento com a família e fazer com que todos reflitam sobre os sonhos futuros a serem realizados, por isso a necessidade de poupar alguns gastos no fim do ano, como presentes e viagens.

"Nós brasileiros precisamos entender que uma educação financeira da família é imprescindível, por isso temos que buscar por conhecimento e reflexão, pois leva a família a uma melhoria, pelo menos do entendimento, para poderem fazer uma mudança do comportamento e criar novos hábitos", explica o educador financeiro sobre formas de lidar com o desequilíbrio financeiro e projeções futuras. "É para pensar não só em 2018, mas também 2028, 2038, 2048", salienta.

Para os investidores ou para quem vai começar a investir seu primeiro valor, ele também reforça a necessidade de reflexão. Domingos afirma que o mais importante é saber o porquê do investimento e "carimbar" o dinheiro, pois caso contrário, dificilmente a pessoa irá tomar decisões coerentes.

 

EXPERIÊNCIA

Funcionárias relatam mudanças com os gastos do 13° salário

Laise Fernandes é assistente comercial em uma empresa em Uberlândia há seis anos e sempre recebeu o 13° salário nos empregos que atuou com carteira assinada. Ela conta que recebe o dinheiro extra desde seu anterior emprego e que sempre o utilizou para comprar presentes, sair e viajar, mas este ano decidiu poupar o 13° salário para investimentos. Ela está há quatro meses reservando parte de seu salário para investir, já preservou a primeira parcela de seu dinheiro extra do final do ano e também guardará a segunda.

Renata Freitas Nunes Moura é publicitária e recebe o 13° salário desde seu primeiro emprego com carteira assinada, há cerca de doze anos. Ela conta que há quatro meses está em uma nova empresa, por isso recebeu uma quantia menor do dinheiro extra do final do ano. Ainda assim, o valor a ajudou. "Quitei duas contas que eu não ia pagar, pois só com o salário não ia dar", explica ela, que diz ainda que o pagamento de seu 13° foi em parcela única.

A publicitária conta que anteriormente utilizava seu dinheiro extra para fazer compras para o Natal e Ano Novo, mas esse ano conseguirá cumprir seu propósito com a finalidade que deu ao 13°. "Quero, pela primeira vez, entrar o novo ano sem dívidas!", disse.

 

REGRAS

Saiba como agir em caso de não pagamento do 13° salário

Pela regra, o 13° ou a gratificação natalina deve ter a segunda parcela paga até o dia 20 de dezembro e a primeira parcela deve ter sido paga até o dia 30 do mês de novembro. O Ministério do Trabalho recomenda que o trabalhador que ainda não recebeu a primeira parcela procure as superintendências do trabalho, as gerências, além dos sindicatos de cada categoria.

Tem direito ao 13° salário todo trabalhador com carteira assinada, domésticos, rurais, urbanos ou avulsos. A partir de 15 dias de serviço, o trabalhador já passa a ter direito a receber o 13º salário. Também recebem a gratificação os aposentados e pensionistas do INSS. Caso a data máxima de pagamento do 13º caia em um domingo ou feriado, o empregador deve antecipar o pagamento para o último dia útil anterior.

Em caso de demissão sem justa causa e a pedido, o trabalhador também tem direito a receber o 13° salário proporcional ao período trabalhado. Só não tem direito ao 13º o empregado dispensado por justa causa.

O pagamento da primeira parcela pode ocorrer também a pedido do trabalhador, por ocasião de férias. Nesse caso, ele deve fazer a solicitação por escrito ao empregador até o mês de janeiro do respectivo ano.

(*) Com informações da Agência Brasil


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