Pesquisadores dos departamentos de Química e Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolveram uma substância capaz de induzir o corpo a produzir um anticorpo contra a cocaína. O produto, que teve resultado satisfatório em testes com animais, pode ajudar a evitar recaídas durante tratamento contra a dependência química.
O estudo, coordenado pelo professor de psiquiatria da UFMG, Frederico Duarte Garcia, buscou tratar o vício em cocaína com a própria molécula da droga. “Os anticorpos produzidos se ligam à molécula de cocaína na corrente sanguínea e impedem a passagem pela barreira hematoencefálica”, explica Garcia.
Em outras palavras, a substância bloqueia a entrada da droga no cérebro, impedindo, assim, o seu efeito. Sem a sensação da droga, o ciclo do vício pode ser quebrado. A ideia é que a medida seja empregada juntamente com outros meios terapêuticos, contribuindo para impedir a recaída.
De acordo com Garcia, já foi possível sintetizar e caracterizar algumas novas moléculas. Além disso, já houve o teste em animais, realizado com segurança. O pesquisador afirma que o próximo passo é o estudo de Fase I em humanos. “Se tudo der certo, acreditamos que até meados de 2018 já começaremos a pesquisa em humanos”, pontua.