Minas Gerais teve um aumento de 3.375,5% em casos prováveis de chikungunya neste ano em relação a 2016. Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES), os registros aumentaram de 503, em todo o ano passado, para 17.482, computados apenas de janeiro a outubro deste ano. Em Uberlândia, foram confirmados 15 casos, sendo 68 notificações já descartadas. O vírus é transmitido pelo mesmo mosquito da dengue e zika vírus, o Aedes aegypti.
Em 2017, Minas Gerais confirmou 10 óbitos por chikungunya, nove do município de Governador Valadares e um do município de Teófilo Otoni. Estes óbitos ocorreram no primeiro trimestre do ano, coincidindo com o período de maior número de casos. Além desses, o Estado ainda investiga outras 12 mortes suspeitas relativas à doença.
Em Uberlândia, segundo o coordenador do Programa de Combate à Dengue, José Humberto Arruda, o trabalho de prevenção busca reduzir a infestação de Aedes aegypti como um todo, o que evita todas as doenças transmitidas por ele.
No último Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) de Uberlândia em 2017, divulgado em outubro pela Prefeitura, 1,1% das casas pesquisadas apresentaram focos de reprodução do vetor da dengue, zika vírus e chikungunya, o que indica uma situação de médio risco. No mesmo período de 2016, o índice era de 2,1%.
“Se considerarmos que a chikungunya é uma doença em fase de instalação e que a maioria da pessoas não teve contato com o vírus, além da grande população de Uberlândia, não temos números para além do que se espera”, disse o coordenador. No primeiro semestre, Arruda apontou uma redução de 84% no número de notificações, tanto de chikungunya, quanto de dengue e zika.
Com a volta do período chuvoso, um dia de mobilização no próximo mês está programado. No feriado de Finados será feita uma campanha de conscientização nos cemitérios da cidade. O controle e a fiscalização se mantêm com o intuito de lembrar à população dos cuidados contra o Aedes aegypti, uma vez que a maior parte dos focos encontrados durante o Liraa estava em vasos sanitários, pratos de plantas e ralos dentro das casas.
BRASIL
Segundo dados do Ministério da Saúde, as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti têm tido queda expressiva em todo Brasil. Até 2 de setembro deste ano, foram notificados 219.040 casos prováveis de dengue em todo o País, uma redução de 85,2% em relação ao mesmo período do ano passado (1.483.623 casos).
O País também registrou 171.930 notificações de casos prováveis de febre chikungunya. A redução é de 34,2% comparado ao ano anterior, quando foram registrados 261.645 casos.
Em relação ao Zika, os casos caíram 92,6%. Foram registrados 15.586 casos prováveis em todo país, enquanto em 2016, o Brasil registrou 211.487 notificações.
SINTOMAS
Os sintomas da chikungunya são semelhantes aos da dengue: febre, mal-estar, dores pelo corpo, dor de cabeça, apatia e cansaço. Entretanto, a grande diferença da febre chikungunya está no seu acometimento das articulações: o vírus avança nas juntas dos pacientes e causa inflamações com fortes dores acompanhadas de inchaço, vermelhidão e calor local. Em alguns casos os sintomas podem durar até três meses após se contrair da doença.
Notificações Chikungunya
- Minas Gerais
2016: 503
2017: 17.482* (alta de 3.375%)
- Brasil
2016: 261.64
2017: 171.930
*10 óbitos confirmados e 12 em avaliação