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13/10/2017 às 16h28min - Atualizada em 13/10/2017 às 16h28min

53% dos donos de pequenos negócios eram empregados

Pesquisa mostra que maioria tinha carteira assinada antes de empreender

ISABEL GONÇALVES | REPÓRTER

Mais da metade dos donos de pequenos negócios de Minas Gerais eram empregados com carteira assinada antes de ter o seu próprio negócio, segundo pesquisa recente divulgada pelo Sebrae. Além desse dado, o levantamento traça um perfil dos empreendedores que estão no comando das Micro e Pequenas Empresas (MPE) mineiras.

De acordo com o estudo do Sebrae, 62% dos entrevistados em Minas Gerais têm o Ensino Médio ou Superior Completo. Para 71% deles, a atividade empreendedora é a principal fonte de renda, e 44% estão com o negócio aberto há um tempo médio de 14 anos.

A pesquisa também mostrou que antes de ter o negócio formalizado, 53% trabalhavam com carteira assinada e decidiram abrir o próprio negócio, 12% sem carteira assinada e 10% eram empreendedores informais. A empresária Veridiana Silva Lemes abriu uma loja de roupas infantis após trabalhar cerca de 15 anos com carteira assinada para uma grande empresa de Uberlândia. “Eu mantinha o negócio mesmo trabalhando nesse local, mas saí há três anos para focar apenas na minha empresa”, disse.

De acordo com Camilla Alves, assistente de projetos do Sebrae, a situação em Uberlândia é compatível com os dados do Estado. “A maioria dos empreendedores da cidade têm esse negócio como fonte de renda exclusiva e trabalharam para outras pessoas antes de abrirem suas empresas”, afirma. Com isso, de acordo com a instituição, os donos de pequenos negócios, apesar de bem sucedidos, dispõem de uma margem de erro bem estreita.

Entre as motivações para abrir um empreendimento estão a de ter uma empresa formal (41%) e a possibilidade de emitir nota fiscal (10%). Além disso, para grande parte dos donos de pequenos negócios em atividade no Estado (78%), a formalização ajudou a ter um maior ganho financeiro, e para 61% dos entrevistados, melhorias nas condições para comprar de fornecedores.

Os empreendedores também apontaram as principais dificuldades encontradas no dia a dia do comando do negócio. São elas: conquistar clientes e vender (25%), entender e cumprir as obrigações legais (20%) e enfrentar a concorrência (10%). Já o controle financeiro  (48%), propaganda e marketing (44%) e melhorias na qualidade de produtos e serviços são as áreas da gestão que os entrevistados mineiros encontram mais obstáculos.

Para Camilla Alves, os empreendedores de Uberlândia têm maior dificuldade na parte de gestão de seus negócios. “A parte de entender e cumprir as obrigações legais e a conquista de clientes são grandes empecilhos para os empresários daqui. Por isso, os consultores do Sebrae realizam orientações gerenciais, no intuito de evitar um movimento decrescente das empresas, que pode chegar à falência”, afirma.

Essas capacitações, que tratam de questões como canais de venda e distribuição, estratégias de vendas e de marketing, utilização das redes sociais e economia colaborativa, são oferecidas de forma gratuita pelo Sebrae em Uberlândia.

Formada em Administração, a empresária Veridiana Silva Lemes já tinha conhecimento na área de negócios, mas afirma que outros cursos e orientações foram necessários para melhor gerir sua loja. “Fiz cursos na área de gestão e vendas em diferentes instituições para lidar melhor com o negócio. Sobre as obrigações legais, conto muito com o auxílio do meu contador”, explicou Veridiana. 

Apesar das adversidades causadas pelo atual cenário econômico brasileiro, 68% dos donos dos pequenos negócios mineiros estão otimistas e esperam aumentar o faturamento nos próximos anos.

O estudo do Sebrae também elenca os principais locais de funcionamento das MPEs no Brasil. Dos entrevistados, 74% operam em um estabelecimento comercial/industrial, enquanto 21% afirmam que a empresa funciona na própria residência.

 

CAPACITAÇÃO

No perfil traçado pelo Sebrae, 84% dos entrevistados alegaram possuir entre 4 e 6 horas semanais para a realização dos cursos e capacitações voltadas para o gerenciamento de suas Micro e Pequenas Empresas (MPEs).

 

FECHAMENTO DE EMPRESAS

A pesquisa divulgada pelo Sebrae também traz um panorama sobre o fechamento de MPE no Brasil. De acordo com as entrevistas, dentre os motivos para o encerramento das atividades, a falta de lucro (26%) e escassez de clientes (22%), são os mais recorrentes.

Em porcentagens menores, os empresários alegaram que fecharam seus negócios pelo excesso de burocracia e impostos (9%), por terem aberto outra empresa (6%), o surgimento de um novo emprego (5%) e dificuldades com o ponto comercial escolhido. A instituição defende que essas dificuldades são temas que podem ser trabalhados pela grade de soluções do Sebrae antes do fechamento definitivo.

 

EMPRESAS INATIVAS

No caso das Micro e Pequenas Empresas (MPE) inativas, o levantamento do Sebrae aponta que 45% dos empreendedores brasileiros nessa situação pretendem retomar as atividades num futuro próximo. Para esse reinício das operações empresariais, 1 em cada 3 entrevistados dependeria, principalmente, de recursos financeiros (36%) e em menor medida (1 em cada 6) de uma melhoria no ambiente econômico (18%). Esses dois empecilhos são os mais citados nas regiões Norte e Sul do Brasil, além de figurarem entre a lista das demais regiões. Isso evidencia que não se trata de uma dificuldade regional.

 

SERVIÇO

Em Uberlândia, o Sebrae fica na avenida João Naves de Ávila, 2.627, no bairro Santa Mônica. Para mais informações ligue 3237-2270.

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