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13/09/2017 às 15h54min - Atualizada em 13/09/2017 às 15h54min

Governo de Minas não tem verbas para bancar Saúde

Apenas em 2017, pasta teve R$ 2 bi consumidos em restos a pagar

DA REDAÇÃO
Representante diz que Fhemig tem conseguido manter metas / Foto: Divulgação

 

O Governo de Minas não está conseguindo aplicar recursos suficientes na Saúde. Como consequência, todos os programas da Secretaria de Estado de Saúde (SES) encontram-se atrasados, o que vem comprometendo a realização de obras, a entrega de medicamentos e o pagamento de fornecedores.

As informações foram dadas pela subsecretária de Inovação e Logística da SES, Adriana de Araújo Ramos, que participou ontem de audiência pública da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), com o objetivo de apresentar o relatório de informações do Sistema Único de Saúde (SUS).

Adriana Ramos explicou que a SES vem lutando para conseguir mais recursos para a pasta. Segundo ela, a batalha é para que a secretaria tenha o controle financeiro sobre o mínimo constitucional que deve ser aplicado na saúde.

De acordo com a Emenda à Constituição Federal 29 e a Lei Complementar Federal 141, de 2012, os Estados devem destinar aos serviços públicos de saúde 12% da arrecadação de impostos e transferências consideradas para esse cálculo.

Para a subsecretária, outra alternativa seria o planejamento dos recursos destinados à saúde, permitindo que a SES pactue prazos de pagamentos com fornecedores e municípios.

Adriana Ramos afirmou que a SES possui uma dívida grande de restos a pagar (despesas empenhadas mas não pagas até o final do ano, que devem ser liquidadas no ano seguinte), cujo valor vem se acumulando. Segundo ela, apenas em 2017, já foram consumidos quase R$ 2 bilhões em restos a pagar.

 

ATENÇÃO PRIMÁRIA

O presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems-MG), Eduardo Luiz da Silva, também defendeu que o secretário de Saúde seja o gestor financeiro dos recursos orçamentários para a pasta. Ele também cobrou maior investimento na atenção primária, com o objetivo de evitar a sobrecarga nos hospitais.

Eduardo da Silva ainda afirmou que a falta de medicamentos nos municípios tem levado ao aumento da judicialização da saúde. O coordenador do Comitê Estadual de Saúde, desembargador Renato Luís Dresh, acrescentou que, devido ao aumento dos restos a pagar, a tendência é de crescimento das ações judiciais para garantir remédios ou tratamentos pelo SUS.

 

REDE FHEMIG

A assessora da Diretoria de Planejamento, Gestão e Finanças da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), Karina Ribeiro, apontou que, apesar da oscilação mensal no repasse financeiro, a instituição vem mantendo os atendimentos e conseguindo cumprir as metas físicas.

Segundo ela, essa oscilação de recursos tem como consequência um baixo pagamento das ações previstas no planejamento da saúde. Por exemplo, no mês de março, o repasse financeiro foi de R$ 32,9 milhões, enquanto em abril foi de R$ 14,5 milhões.

No caso da Fhemig, os dados apresentados indicam que a despesa realizada de janeiro a abril de 2017 foi de R$ 373,4 milhões, o que equivale a 24% do orçamento previsto. Na reunião, foram ainda apresentados dados da Fundação Hemominas, da Fundação Ezequiel Dias e da Escola de Saúde Pública.

 

DEPUTADOS

Na reunião, os deputados fizeram relatos dos pedidos de ajuda que vêm recebendo dos municípios e hospitais mineiros. Eles defenderam que o Estado aplique na saúde os recursos previstos na legislação.

O presidente da comissão, deputado Carlos Pimenta (PDT), disse que o Governo do Estado está passando por um momento financeiro complicado, o que tem reflexos em todas as áreas, especialmente na saúde. Ele defendeu que Minas Gerais aplique de fato os 12% na saúde previstos pela legislação.

Segundo o parlamentar, a comissão está recebendo diariamente comunicações diversas dos municípios e hospitais mineiros relatando a falta de recursos e insumos para a saúde. “Estamos recebendo apelo de todas as regiões do Estado. A situação é dramática”, afirmou.


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