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06/08/2017 às 05h52min - Atualizada em 06/08/2017 às 05h52min

Setor de confecção acena recuperação

Abit dobra a projeção de crescimento para o setor em 2017 e prevê incremento de 3% nas vendas em relação a 2016

EVALDO PIGHINI | ESPECIAL PARA O DIÁRIO
Projeção do faturamento do setor têxtil e de confecção deve chegar aos R$ 135 bi / Foto: Z Carlos/Divulgação

 

Num ano de incertezas para a economia brasileira, marcado pela crise política, o atraso na agenda das reformas e o risco da não consolidação do ajuste fiscal no longo prazo, ao menos o setor têxtil e de vestuário acena para dias melhores apresentando, em 2017, desempenho acima do esperado. Tanto que a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) reviu neste segundo semestre algumas de suas projeções, acima do que foi divulgado em janeiro. A entidade elevou de 1% para 2% a previsão de crescimento da produção de vestuário no país, chegando a 5,5 bilhões de peças em 2017, ante 5,41 bilhões de peças em 2016. Já para o varejo de vestuário, a estimativa agora é de incremento de 3% nas vendas, frente à previsão de 2% feita no primeiro mês do ano, chegando a 6,2 bilhões de peças.

É nesse cenário de recuperação do setor de vestuário que acontece este mês em Uberlândia o Triângulo Mostra Moda, feira de confecções que em sua terceira edição vai reunir dezenas de marcas nacionais num ambiente de negócios entre indústrias do setor e lojistas.

Em entrevista concedida ao Diário do Comércio, o presidente executivo da Abit, Fernando Valente, afirmou que não será surpresa se o varejo de vestuário crescer até 4% em 2017. Quanto à produção, segundo Valente, a estimativa da entidade para este ano foi mantida com previsão de aumento de 1% sobre 2016, um total de 1,72 milhão de toneladas. Enquanto isso, a projeção do faturamento do setor têxtil e de confecção deve chegar aos R$ 135 bilhões, alta de 4,7% relativa a 2016.

Outro ponto de referência que demonstra o otimismo no setor são os dados da Pesquisa Conjuntural da Abit, divulgada em junho, que mostram que 53% dos empresários do setor têxtil e de confecção devem elevar a produção nos próximos meses e 47% informaram a intenção de manter níveis pouco acima do registrado atualmente. “Aliado a tudo isso, vale ressaltar ainda que o setor fechou o mês de julho com saldo positivo de 1.567 novos postos de trabalho, contra um corte líquido de 13.298 vagas na indústria em geral”, informou.

“A queda na Selic, a inflação mais baixa e o aumento da produção vão permitir ao varejo levar produtos (ao consumidor) com preços menores durante o período de verão”, observou o presidente da Abit, evidenciando um cenário ainda mais favorável à indústria do setor, uma vez que preços mais baixos praticados pelo varejo induzem ao consumo, o que acaba por beneficiar também as confecções de maneira geral.  “Criar, inovar, aumentar a produtividade e reduzir custos são fatores que contribuem para aumentar a base de consumo”, afirmou Valente, num recado direto aos empresários do setor.

 

MOSTRA MODA

Feira de confecções coloca indústria e lojistas frente a frente

“Eu gosto muito de feiras”, diz o presidente da Abit Fernando Valente ao ser perguntado sobre a realização do Triângulo Mostra Moda, feira do setor de confecção que acontece em Uberlândia, de 22 a 24 de agosto, no Castelli Master. “As feiras são importantes elos de aproximação da indústria com empresários do setor varejista e que, além da fomentação de negócios, servem também para prospecção de novos clientes e consequente abertura de novos mercados, sem a necessidade de grandes investimentos”, disse.

O Triângulo Mostra Moda é um evento novo. Agora em agosto, chega à sua terceira edição em menos de dois anos, ainda, tentando se consolidar no calendário de feiras do setor têxtil e de confecção nacional. A feira de Uberlândia é de participação gratuita e voltada exclusivamente para negócios entre lojistas e a indústria. Mas, apesar do pouco tempo de realização, em termos de estrutura e marcas presentes – foram quase 300 nas duas primeiras edições -, já é considerada a melhor em termos de moda do interior de Minas Gerais e um bom canal de negócios, tendo como principal público alvo empresários do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, Centro-Oeste, Noroeste e Sudoeste do estado, regiões que juntas abrigam mais de 192 mil lojistas e 4 milhões de consumidores.

Esta terceira edição do Triângulo Mostra Moda contará novamente com grandes e reconhecidas marcas da confecção nacional e, além da feira em si, apresenta algumas novidades. Além dos preços diferenciados que a indústria se comprometeu ofertar aos lojistas, algumas promoções foram programadas, como a realização de palestras, desfiles de moda e até passeios de helicóptero em voos panorâmicos sobre a cidade de Uberlândia, proporcionados pela organização juntamente com a Sallo, uma das marcas presentes.

 

REPRESENTAÇÃO

Evento reunirá em Uberlândia grandes marcas nacionais e locais

Gilmar Rodrigues, diretor da Vitorelli Collection, evita falar em crise no setor e diz que o Triângulo Mostra Moda é mais uma aposta da empresa / Foto: Evaldo Pighini

Entre as dezenas de marcas confirmadas para esta próxima edição do Triângulo Mostra Moda, a Vitorelli é uma das representantes da região. Há 13 no mercado, a Vitorelli Collection está instalada em Uberlândia, de onde comercializa produtos de moda social para todo o país, como camisas, gravatas e ternos. A empresa tem toda a produção terceirizada, vende em média entre 60 e 70 mil peças por ano, possui mais de 5 mil clientes cadastrados e 14 representantes espalhados pelo território nacional. O diretor da Vitorelli, Gilmar Rodrigues, evita falar de crise no setor, mas admite que 2016 foi um ano difícil e espera para 2017 melhores resultados nas vendas. “Já tive boas e más experiências em feiras e a participação no Triângulo Mostra Moda é mais uma aposta”, afirmou.

Outra marca presente no evento de Uberlândia, a Arsiè tem sua base em Porto Alegre (RS). Atualmente, a empresa conta com mais de 100 colaboradores diretos e indiretos e tem capacidade produtiva de 80 mil peças por mês, distribuídas em todo território nacional e também exportadas para países como Espanha e Canadá, além de outros da América Latina. De acordo com supervisora de vendas, Marisete Frighetto, mesmo diante do atual cenário econômico a regra na empresa é o otimismo, trabalhando sempre para ampliar e diversificar o mix de produtos. Sobre a participação no Triângulo Mostra Moda, ela é objetiva na resposta: “Considero importante no segmento de moda, que muda rapidamente, a participação em feiras, por nos trazer um feedback mais rápido do mercado, ampliando assim nossos canais de venda e nossa participação na região do evento, obtendo uma maior aproximação da empresa com o cliente.”

Opinião parecida é a do representante Fernando Fernandes, da marca Ganster, gigante paulista com quase 20 anos de atuação no mercado do vestuário. Ele tenta ficar à margem de qualquer crise e é um grande entusiasta da participação da marca em feiras, especialmente as realizadas no interior. “As feiras regionais nos aproximam mais do cliente, além de quê, o custo-benefício é melhor por conta da logística. Outro ponto positivo, é que facilita o relacionamento com outros fabricantes, o que proporciona uma boa troca de experiências”, disse.


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