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07/03/2017 às 08h34min - Atualizada em 07/03/2017 às 08h34min

Quase 80% das mulheres usam contraceptivos

Alguns métodos trazem maior comodidade e vão além dos convencionais, como as pílulas

A ginecologista Gisele Vissoci diz que os novos métodos tem alta eficácia

UBERLÂNDIA 

Toda mulher gosta de se cuidar e planejar a sua vida, seja ela profissionalmente, pessoalmente ou no que diz respeito a maternidade. Um estudo realizado no País mostra que 79% das mulheres utilizam os métodos contraceptivos para planejar a sua maternidade e garantir que a gravidez seja um momento especial e construído com carinho.

Porém, a medicina oferece atualmente métodos que trazem maior comodidade e que vão além dos métodos convencionais, como as pílulas.  É o que explica a ginecologista Gisele Vissoci. “Esses métodos são praticamente sem riscos. Os riscos são mais relacionados com a inserção que o seu médico, tecnicamente preparado, é capaz de resolver. Esses métodos têm uma alta eficácia, o que traz satisfação às usuárias,” explica.

Segundo a ginecologista, essas técnicas são indicadas para todas as idades e estilos de vida, por oferecerem mais segurança às pacientes. “Esses métodos contraceptivos são bem aceitos tanto em adolescentes, quanto em mulheres que estejam em período pós-parto, por exemplo. Para as adolescentes, existe um estímulo de todas as sociedades nacionais e internacionais como a Academia Americana de Pediatria, o Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia e a Federação Brasileira de Ginecologia para o uso desses métodos e a democratização para a população jovem, porque a grande maioria delas esquece de tomar a pílula e muitas vezes descontinua o uso por razões banais como, por exemplo, a falta de esclarecimento e orientações quanto ao uso dos contraceptivos, o que, com esses métodos, não ocorreria”, esclarece.

Já para as mulheres que estão no período pós-parto, os métodos que contém somente a progesterona são os mais compatíveis, dentre eles o endoceptivo e o implante de progesterona. “Essa progesterona não interfere na qualidade do leite, no crescimento do bebê e não aumentam o risco de trombose. Portanto, são métodos seguros e eficazes”, conta Gisele Vissoci.

A médica explica que existem dois métodos que são eficientes e cômodos à paciente, sendo um deles o endoceptivo uterino. “Ele é uma espécie de DIU hormonal, colocado dentro do útero pelo médico, que libera um hormônio derivado da progesterona muito similar ao produzido pela mulher, e, este hormônio não é liberado na corrente sanguínea”, esclarece Gisele. Esses métodos estão classificados como LARCs (sigla em inglês que significa Long-Acting Reversible Contraception) e se refere à contracepção de ação prolongada e reversível, ou seja, a mulher tem um planejamento a longo prazo para ter filhos.

Além do endoceptivo, o outro método que está sendo amplamente recomendado por diversos órgãos de saúde, como a OMS (Organização Mundial de Saúde) é o implante ou chip de progesterona. “O implante é um método altamente evoluído; colocado no braço da mulher e que dura por três anos. Esse efeito a longo prazo produz uma série de benefícios para a mulher, como a diminuição do fluxo menstrual, cólicas e hemorragia, diminuição também do risco de anemia, pelo fato de que a mulher irá perder menos sangue, não altera o peso corpóreo e não há interferência no metabolismo da paciente”, explica.

Gisele comenta que essa forma para contracepção, além de trazer praticidade à vida da mulher, já que não haverá mais o risco de esquecimento e, consequentemente, uma gravidez indesejada, pode ser utilizada para diversos casos específicos de doenças. “O método é compatível com mulheres que tenham doenças cardiovasculares, pacientes com antecedentes de trombose ou vasculopatia.”

 Ainda dentro desses benefícios, a médica explica que os métodos modernos, como o endoceptivo pode auxiliar na melhora da libido. “Os anticoncepcionais de ação sistêmica, que bloqueiam a ovulação teoricamente podem reduzir um pouco a libido, o que não ocorre com os endoceptivos uterinos. Nesse caso, o endoceptivo uterino, além de promover uma alta eficácia, a mulher se sente mais segura durante o ato sexual de que não vai engravidar. Eles não bloqueiam a ovulação, com isso, aquela libido que está dependente da ovulação, pode melhorar”, aponta.

CONTRA -INDICAÇÕES

Contudo, existem contra-indicações que devem ser observadas pelo médico, antes da inserção dos métodos. “As contra indicações ao método se referem às mulheres com suspeita de gravidez que, obviamente não vão usar nenhum desses métodos, mulheres que tenham sangramento uterino de causa desconhecida (vale primeiro identificar a causa), mulheres com doenças hepáticas e pacientes que tenham trombose ativa no momento, não o histórico familiar de trombose.”

 Apesar de todas as novidades da medicina na área, a ginecologista recomenda sempre que os métodos contraceptivos sejam combinados ao uso da camisinha, pois ela previne as doenças sexualmente transmissíveis que nenhum outro método é capaz de prevenir.

 


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