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02/03/2017 às 08h15min - Atualizada em 02/03/2017 às 08h15min

Departamento Médico

O ampliado recesso de carnaval e desfalques importantes dos principais articuladores políticos do atual governo, por problemas de saúde, com pelo menos três importantes figuras da conjuntura política no departamento médico, são destaques da fraca atuação política na capital federal.

Praticamente na mesma semana, o senador e agora ex-ministro de Relações Exteriores, José Serra, pediu a saída do governo alegando insuportáveis dores na coluna. O ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, foi submetido a uma cirurgia de próstata e é desfalque importante na linha de frente do governo federal. Outro que dá uma pausa nas ações políticas é o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), que se recupera de uma cirurgia de vesícula.

O que se observa pelos corredores vazios do Congresso Nacional, que segue em pausa carnavalesca e com mais uma semana improdutiva, é que os atletas políticos que estão no departamento médico (DM), poderiam estar cotados a serem nomes a surgir em novas ações da operação Lava Jato. O boato segue, assim como longa pausa parlamentar.

Outra figura conhecida dos mineiros, que também descansa, deve estar atenta a desdobramentos de outra ação do Judiciário. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao ministro do STF, Gilmar Mendes, que o senador Aécio Neves (PSDB), preste depoimento sobre suposto esquema de corrupção e propina na usina de Furnas. Caso o ministro do Supremo, relator do inquérito, acate a decisão, será a primeira vez em que Aécio falará sobre a corrupção na estatal federal de energia, em que ele é citado como beneficiário desde 2005.

Mas outros temas que causam menos estragos políticos e mais relevância para a sociedade aguardam para serem votados ainda neste mês. A comissão especial que discute a Reformulação da Legislação do Esporte retomará as discussões do anteprojeto que moderniza as leis de futebol. A proposta estabelece normas gerais sobre relações trabalhistas, regime de tributação e formação de atletas, entre outros pontos.

Uma discussão que ainda não se transformou em lei, mas pode ser bem interessante para os governos estaduais é a defesa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para um diálogo imediato com governo sobre recuperação das dívidas dos estados. Para ele, seria possível construir um acordo sobre o projeto do Executivo que renegocia as dívidas com a União por meio de compensações fiscais e que suspenda a Lei de Responsabilidade Fiscal por três anos. A proposta é fundamental para que estados em crise, como Minas Gerais e o Rio de Janeiro, consigam promover sua recuperação econômica o mais rapidamente possível.

Esta é uma semana de expectativas, pois o recesso parlamentar e os jogadores do governo em atestado médico, não darão mais Ibope do que os acidentes com carros alegóricos na Marquês de Sapucaí. Nos resta aguardar pelo prosseguimento da partida, que desde o início do ano anda arrastada e com poucas definições de propostas que realmente interessam para a sociedade brasileira.

 

*Tiago Pegon, uberlandense, jornalista, MBA em Marketing Político, residente em Brasília há 7 anos, trabalhou como repórter político e assessor de comunicação parlamentar.


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