Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90
02/02/2022 às 08h00min - Atualizada em 02/02/2022 às 08h00min

A importância da assessoria jurídica preventiva em tempos de Youtube, Google, TikTok…

ALEXANDRE VALADÃO
Qual lei se aplica a determinado caso? Eu tenho ou não tenho direito? Eu me enquadro na exceção da regra? Perdi o prazo para cobrar meu direito? A quem recorrer? Tenho que pagar isso mesmo?

Essas perguntas são muito comuns hoje em dia, tanto por parte de pessoas físicas como por parte de administradores/proprietários de empresas. Mas, infelizmente, a resposta nem sempre aparece com a confiabilidade necessária para a tomada de uma decisão tão importante.

Estamos vivendo em uma época que a informação pode ser encontrada rapidamente, valendo-se de vários canais diferentes, em diversas redes sociais de pesquisa rápida, como Instagram, YouTube, Google, TikTok...

Qualquer coisa pode ser pesquisada nesses canais de comunicação e vários vídeos, ou tutoriais, ou textos imensos surgem na nossa tela do computador ou do celular, ensinando como fazer, quando fazer, onde fazer, etc. Não sabe fritar um ovo? Pesquisa no Google!

Como cuidar de samambaias? Pesquisa um vídeo no YouTube! E por aí vai…

O Direito não ficaria alheio a essa realidade!

Todos os dias circulam pelos grupos de WhatsApp, ou comunidades do Facebook, vídeos de advogados ou outras pessoas ensinando como exercer um direito, qual a conduta deve ser adotada para receber uma determinada quantia ou receber algo, ou ainda evitar determinada despesa, ou multa, etc.

Qualquer pessoa que esteja envolvida em um conflito de família, ou de consumidor, ou trabalhista, ou previdenciária, ou outra área jurídica qualquer, antes de consultar um advogado, sempre pesquisam na internet qual seria a resposta para o seu problema.

Hoje é comum os advogados receberem em seus escritórios pretensos clientes que já chegam carregados de informações obtidas na rede mundial de computadores e celulares, querendo já determinar qual conduta deve ser adotada pelo profissional que ele está procurando.

E infelizmente essa facilidade ao acesso da informação jurídica, sem a orientação adequada, tem trazido muitos prejuízos a empresas e pessoas.

Não é incomum os escritórios de advocacia receberem pessoas ou donos de empresas que adotaram determinada atitude que viram em um vídeo do YouTube ou do TikTok, ou em um “reels” do Instagram, e infelizmente colocaram a perder a única oportunidade que possuíam de exercer um direito ou apresentar defesa sobre determinada acusação.

Em matéria jurídica, o “como fazer” é mais importante do que o “o que fazer”.

A divulgação da informação é muito importante para disseminar entre as pessoas leigas quais são seus direitos e deveres, e, assim, evitarmos o conflito social e buscar a pacificação em massa. Porém, decidir sobre o que fazer com essa informação não pode ser uma atitude isolada, sem antes consultar um advogado, pois essa conduta pode trazer prejuízos à pessoa, ou até mesmo fazê-la perder seu direito.

Para citar um exemplo, um contrato, por mais simples que seja, de locação ou de compra e venda de um veículo que seja, deve sempre ser elaborado e revisado por um advogado. Quantas vezes escutamos que é somente um “contratinho”, ou é “coisa simples”, e não precisa de um profissional pra isso. Mas são essas mesmas pessoas que, posteriormente, procuram os escritórios de advocacia reclamando que venderam e não receberam, que tomaram um prejuízo de 10/50/100 mil reais e não sabem o que fazer ou a quem procurar.

Às vezes são economias de uma vida inteira que são perdidas por falta de uma orientação prévia.

O dia a dia das empresas é permeado de problemas e decisões que interferirão diretamente no futuro dos empregados, na permanência dessa empresa no mercado ou no lucro ou prejuízo dos sócios.

Por isso, contar com um advogado para ajudar na tomada de decisões e prevenir as empresas e as pessoas de adotarem atitudes erradas, que possam vir a lhe causar prejuízos graves, é medida quase que “de vida ou morte” em dias como o de hoje.

Lembre-se sempre que, invariavelmente, o barato sai caro. Procure um advogado! Justiça!


*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
Leia Também »
Comentários »
Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90