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26/09/2024 às 11h30min - Atualizada em 26/09/2024 às 11h30min

Quadrilha especializada em venda de dados sigilosos do INSS é alvo de operação em Uberlândia

Polícia Federal (PF) cumpriu mandado nesta quinta (26) na cidade

REDAÇÃO I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA

Um mandado de busca e apreensão foi cumprido na manhã desta quinta-feira (26), em Uberlândia, durante a "Operação Mercado de Dados", deflagrada pela Polícia Federal (PF). A corporação também tinha um mandado de prisão a ser cumprido na cidade, mas segundo informações apuradas pela produção do Diário, o alvo não foi encontrado.

O objetivo da operação é 
desarticular uma organização criminosa estabelecida em São Paulo, Minas Gerais e Alagoas. O grupo é especializado na obtenção fraudulenta de dados de beneficiários do Instituto Nacional de Seguridade Nacional (INSS) para posterior venda a terceiros interessados em simplesmente consultar esses dados ou usá-los para fins criminosos. De acordo com a Polícia Federal, os terceiros poderiam, por exemplo, realizar uma contratação indevida de empréstimos consignados e saques irregulares de benefícios previdenciários.

As investigações começaram em setembro de 2023, e revelaram que a organização criminosa era composta por hackers que faziam uso de técnicas avançadas de invasão cibernética e conseguiam ingressar diretamente no banco de dados do INSS. Alguns servidores do INSS comercializavam as respectivas credenciais de acesso aos sistemas e indivíduos comercializavam os dados dos beneficiários para quaisquer interessados.

No total, foram cumpridos 29 mandados de busca e apreensão e 18 de prisão preventiva em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Alagoas, Pará, Goiás, Distrito Federal, Paraná e Bahia. Dentre os alvos dos mandados, um deles é um hacker que já havia sido investigado pela Polícia Federal e é reputado um dos mais habilidosos invasores de sistemas informatizados.

Apurou-se que ele conseguia burlar o método de login com autenticação multifator, alterar os níveis de acesso das credenciais dos servidores do INSS e até mesmo fazer uso do certificado digital desses servidores. Três servidores e um estagiário do INSS também foram alvos da operação.

O Juízo da 4ª Vara Criminal Federal de Cascavel (PR), responsável pela operação, determinou o sequestro de 24 imóveis pertencentes aos integrantes da organização criminosa, bem como o bloqueio dos recursos financeiros existentes nas contas bancárias por eles usadas até o valor de R$ 34 milhões.

Os envolvidos responderão por diversos crimes, dentre os quais, organização criminosa, corrupção, invasão de dispositivos informáticos, violação de sigilo funcional, obtenção e comercialização de dados sigilos e lavagem de capitais, com penas que, se somadas, podem chegar a mais de 15 anos de prisão.


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