O acréscimo também foi notado no diesel e etanol, que subiram até R$ 0,26 e R$ 0,23 em uma semana, respectivamente. De acordo com a pesquisa, no dia 10 de junho, o litro do diesel variava entre R$ 5,54 e R$ 5,28. Já nesta segunda, o preço do combustível oscila entre R$ 5,54 e R$ 5,99.
Em relação ao etanol, na última semana, o valor do litro teve uma variação de R$ 3,34 e R$ 3,54. Agora, o preço pode chegar a R$ 4,29 em alguns postos.
O cenário impacta diretamente os trabalhadores como o motorista de aplicativo Samuel Ferreira. Ele afirmou à reportagem que a situação atrapalha muito sua atuação na cidade. “Está tudo muito caro, é difícil encontrar um posto com preço bom. Percebi esse aumento desde o início do ano, e não consigo entender a justificativa para os preços subirem tanto”, frisou..
A alta também foi percebida pelo entregador Júlio César. O profissional afirmou que as entregas, que antes eram uma fonte de renda estável, agora se tornaram menos lucrativas. “Além do combustível, tudo está caro: mão de obra de oficina, peças. A gente fica sem saber o que fazer”, comentou.
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COMPENSAÇÃO DE CRÉDITOS
A economista Roberta da Mata esclareceu que a Medida Provisória 1227/2024, que limita a compensação de créditos de PIS/Cofins pelas empresas, é um dos fatores que impacta na alta dos combustíveis. “Os setores que acumulam muitos créditos, como o agronegócio e a indústria farmacêutica, estão sendo mais impactados. O setor de combustíveis já está repassando para o consumidor a não compensação desses créditos”, explicou.
A profissional reforçou que a medida, editada no dia 5 de junho, tem como principal objetivo mitigar os efeitos da desoneração da folha de pagamentos de empresas e municípios. “O governo mencionou que a providência se faz necessária devido ao regime da não cumulatividade do PIS/Cofins, que gera uma ‘tributação negativa’ ou, em outras palavras, uma subvenção disfarçada para os contribuintes que acumulam muitos créditos”.
Além disso, Roberta explicou que a medida visa a reorganização das contas públicas e, de acordo com as projeções governamentais, pode gerar um aumento de R$ 29,2 bilhões na arrecadação ainda este ano.
Para amenizar os impactos no bolso dos consumidores, a especialista recomenda pesquisa de preços antes de abastecer, além de medidas para reduzir o consumo, como compras online com entrega em casa, planejamento de trajetos e utilização de meios de transporte alternativos.
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