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14/04/2024 às 11h00min - Atualizada em 14/04/2024 às 11h00min

Internações de vítimas de queimaduras aumentam 22% em Uberlândia

Setor de Queimados do HC-UFU atendeu 110 pessoas no ano passado; cartilha dos bombeiros orienta população para evitar acidentes domésticos

JUAN MADEIRA | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA*
A maioria dos casos de queimaduras ocorrem dentro de casa | Foto: GOV/Divulgação

As internações de pacientes com queimaduras no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) aumentaram cerca de 22%. Conforme apontam dados da instituição, o número de atendimentos saltou de 90 em 2022 para 110 no ano passado. Nos dois primeiros meses deste ano, 21 pessoas foram internadas na unidade. 

 

A quantidade de procedimentos hospitalares realizados em vítimas de queimaduras através do Sistema Único de Saúde (SUS) também aumentou. Segundo informações da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), em 2022, a cidade teve 76 casos, enquanto em 2023, foram 102 procedimentos, sendo um acréscimo de 34,2%. Ainda de acordo com o órgão, no primeiro bimestre de 2024, o município registrou sete intervenções hospitalares em pacientes. 

 

A maioria dos casos de queimaduras ocorrem dentro de casa. A enfermeira-chefe da Enfermaria de Queimados do HC-UFU, Érica Assunção Carmo, indicou quais cuidados a população deve tomar para evitar os acidentes. 

 

“As pessoas devem tomar cuidado ao manipular o fogo, seja a gás ou na churrasqueira, por exemplo. Os cuidados são nunca usar álcool ou gasolina para tentar acender a chama, porque pode acontecer explosão. Em relação às crianças, não é aconselhável deixá-las perto de objetos e ambientes que apresentem o risco do contato com fogo ou choque elétrico, algo que acontece muito”, advertiu. 

 

Caso aconteça algum acidente, a especialista aconselha higienizar o local da lesão, com água e sabão, e procurar o serviço de saúde o mais rápido possível. “O tratamento depende do grau da queimadura, que pode ser classificado em até três categorias, e varia de acordo com a extensão e a profundidade”. 

 

Érica Assunção explicou que nos casos de primeiro grau, a lesão é mais superficial, como uma queimadura por insolação. O tratamento não inclui medicamentos, apenas higienização da área e uso de óleo para hidratar a pele. 

 

Já nas ocorrências de segundo grau, as queimaduras podem ser moderadamente superficiais ou mais profundas. “Quando começam a surgir bolhas de água, identificamos que a queimadura atingiu a derme e a epiderme. Nestes casos o padrão é usar um antibiótico tópico na queimadura”.

 

Em relação à queimadura de terceiro grau, a enfermeira afirmou que ela atinge as camadas mais profundas da pele, podendo exigir tratamento cirúrgico. “Alguns pacientes têm indicação cirúrgica, onde fazemos a remoção da derme de uma área saudável que é implantada na área queimada”. 

 

Para a enfermeira, uma situação preocupante em relação aos casos de queimadura é o perfil dos pacientes que chegam com este tipo de ferimento ao hospital. A especialista ressaltou que grande parte das pessoas tem uma estrutura social vulnerável, como idosos sem apoio da família, pessoas que enfrentam transtornos mentais e pessoas em situação de rua e usuários de drogas. 

 

“Na maioria das vezes são pacientes em situação de vulnerabilidade social, o que chama atenção para questões sanitárias e sociais desses pacientes. Há também casos envolvendo a questão da saúde mental, com tentativas de autoextermínio com fogo. Por esses fatores é uma realidade que merece atenção das políticas públicas”, frisou. 

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VENDA ÁLCOOL

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) voltou a proibir a comercialização do álcool líquido 70% em supermercados e farmácias do Brasil. A partir do dia 30 de abril, a presença do produto nas prateleiras voltará a ser proibida. Somente o produto em gel continua liberado.

 

A Anvisa havia permitido a venda do álcool líquido para o público geral por causa da pandemia de covid-19, mas o prazo terminou no dia 31 de dezembro do ano passado. O período que vai até o fim deste mês serve apenas para esgotar os estoques dos estabelecimentos comerciais.


O conselheiro Ubiracir Lima, do Conselho Federal de Química, explicou que o álcool líquido foi substituído pelo gel em 2002, por causa de acidentes domésticos que causaram queimaduras nas vítimas. O químico diz que é possível usar outros produtos aprovados pela Anvisa na limpeza da casa no lugar do álcool.

 

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) é contra a proibição. A entidade diz que o consumidor vai ficar sem um produto de melhor custo-benefício. A instituição informou que, desde dezembro, conversa com a Anvisa, para reverter a decisão.

 

CUIDADOS GERAIS

O Corpo de Bombeiros publicou uma cartilha para orientar a população sobre como evitar acidentes domésticos que podem causar queimaduras. Confira abaixo as indicações. 

 
  • Evite manipular álcool próximo a cigarros, charutos, fósforos, churrasqueiras e fogueiras;

  • Nunca utilize álcool líquido diretamente sobre o fogo na forma de jato devido ao risco de explosão;

  • Investigue vazamentos de gás. Feche a válvula do botijão antes de sair de casa e antes de dormir;

  • Mantenha o botijão de gás longe do calor direto e sempre na vertical. Atente-se para a data de validade da mangueira de condução do gás ao fogão;

  • Manipule fogos de artifício de acordo com as orientações do fabricante;

  • Nunca jogue água sobre o fogo provocado na frigideira pela queima da gordura. Para apagá-lo, tampe a panela e cubra-a com um pano;

  • Cuidado com velas perto de cortinas e similares;

  • Evite fumar, principalmente deitado;

  • Utilize cinzeiros fundos e com proteção lateral;

  • Evite o uso de bronzeadores. 

 

*Matéria com informações da Agência Brasil


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