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08/03/2024 às 12h00min - Atualizada em 08/03/2024 às 12h00min

Mulheres comandam cerca de 40 mil pequenas empresas em Uberlândia

Número representa 40% do total de empreendimentos ativos na cidade

JUAN MADEIRA | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Cidade é a segunda do estado de Minas Gerais com o maior número de pequenos negócios sob comando feminino | Foto: Shutterstock

Nesta sexta-feira, dia 8 de março, é celebrado o Dia Internacional da Mulher, uma data que marca as conquistas sociais e profissionais alcançadas pela população feminina. Com o passar dos anos, a presença feminina na economia do país cresce cada vez mais, abrindo portas para novos empreendimentos criados exclusivamente por elas. Segundo dados fornecidos pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em Uberlândia, aproximadamente 40 mil empresas são lideradas por mulheres. 

A cidade é a segunda do estado de Minas Gerais com o maior número de pequenos negócios sob comando feminino, ficando atrás apenas da capital Belo Horizonte (141.804). Conforme as informações fornecidas pelo Sebrae, em Uberlândia, há um total de 37.461 empreendimentos liderados por mulheres, representando cerca de 40% do total de empreendimentos ativos na cidade, que é estimado em 93.701. 

Deborah Santos é uma das inúmeras referências que desempenham um papel ativo na economia da cidade. Atualmente, ela é dona de uma empresa que fornece serviços de soluções empresariais. Além disso, a empresária oferece mentoria de negócios a outras empreendedoras de forma gratuita. 

"Estou envolvida em diversos projetos que apoiam mulheres. Um deles é a Rede Mulher Empreendedora, que atua em todo o Brasil, e o Instituto de Mulheres Empreendedoras, aqui em Uberlândia. O instituto é um grupo sem fins lucrativos. São mulheres que têm uma renda menor, faço esse trabalho voluntário para auxiliar estas micro empreendedoras", explica.

A profissional conta que atualmente é instrutora do método “Agir”, que é baseado no auxílio no planejamento do negócio. “O Instituto Mulheres Empreendedoras é um grupo sem fins lucrativos. São mulheres que têm uma renda menor, faço esse trabalho voluntário para auxiliar estas micro empreendedoras”.

Uma das mulheres que contou com a ajuda do Instituto foi Lorena Melo, empresária no setor de estética em beleza, especializada em design de sobrancelhas. Em entrevista ao Diário, a profissional disse que contou com o auxílio para investir e liderar a própria empresa.

“Eu trabalhava há 16 anos com liderança, com gestão de equipes em uma empresa na área da saúde. Mas tive que tomar uma decisão por conta de valores: fui mãe e passava pouco tempo com meu filho e isto foi contra meus valores. Por conta disso fiz a transição de carreira, e decidi pela área de estética, que sempre me interessou muito”, conta. 

Para Lorena, os desafios são imensos porque todo o trabalho da empresa fica concentrado na mão de uma só pessoa, por isso ela procurou auxílio. “Eu tinha que fazer toda a parte de gestão, então participei de um grupo de empreendedoras que me ajudou com todos os direcionamentos. Fomos bem acolhidas, com aulas de capacitação, gestão empresarial, marketing, gestão financeira e comunicação”. 


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TRANSIÇÃO DE CARREIRA
Além das mulheres que estão no mercado há anos, existem outras que estão se arriscando em sair de trabalhos tradicionais para investir no empreendedorismo. Este é o caso de Sara Hatem que empreende na área de saúde e bem-estar, vendendo óleos essenciais. “A mudança de carreira foi uma decisão que tomei já tendo a experiência com os óleos essenciais na minha vida pessoal e profissional. Foi algo que fez sentido para mim, para decidir empreender através disso e levar a outras pessoas”. 

Sara, que se tornou mãe no ano de 2020, atribui à maternidade uma busca por uma maior qualidade de vida. “É uma quebra de paradigma, vivemos numa correria, às vezes sem pensar muito, no automático. A maternidade veio na minha vida para fazer refletir quais caminhos eu estava seguindo, me fez pensar”. 

Ela destaca ainda os desafios enfrentados, que para ela são comparáveis aos da vida profissional convencional, mas ressalta uma diferença que é a possibilidade de superar os obstáculos em benefício próprio. “Os desafios são vários, assim como na vida de carteira assinada, mas passamos a enxergar que não são em prol do outro, mas existem soluções que a gente tem condições de superar em prol de nós mesmos", finaliza Sara. 

SUCESSO PROFISSIONAL
Ainda de acordo com a empresária Deborah Santos, para transformar os desafios em um sucesso empresarial é preciso separar a vida pessoal da profissional, em relação a quesitos econômicos principalmente, como fluxo de caixa, e registros de vendas.

A mentora acredita que a primeira ação deve ser procurar um mentor ou orientador para instruir os primeiros passos, caso a pessoa não tenha experiência. “O principal erro é não saber se tem perfil para o negócio, então a mentoria ajuda neste ponto. Outra coisa importante é fazer parte de várias comunidades de pessoas com interesses parecidos”.

A empresária do ramo de vestuário Margarida Rezende Pereira está há 50 anos no mercado. Conforme dito por ela, um dos pontos principais para o sucesso é a maneira com que trata os clientes. “Hoje o mercado está muito competitivo e há muita concorrência. Se você não tiver atendimento diferenciado, você não vende. Hoje é diferente, você precisa trazer o cliente para você. Faça um amigo, depois faça uma venda”, comentou.

Para Margarida, a mulher, principalmente de uma década para cá, tem se destacado mais nos negócios. “A mulher é igual ou até melhor que o homem na parte de empreendedorismo. Ela é dedicada, essa é a palavra certa. Porque somos esposas, mães, donas do lar, então temos uma diferenciação do homem em termos de trabalho”, finalizou. 

Aquelas que se interessarem pelo projeto de mentoria podem procurar pela página do Instituto de Empreendedoras no Instagram. Além disso, o Sebrae também disponibiliza diversos cursos voltados para o público feminino no site da instituição
 


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