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24/02/2024 às 10h00min - Atualizada em 24/02/2024 às 10h00min

Dia do Voto Feminino: mulheres são a maioria do eleitorado de Uberlândia

Atualmente, mais de 280 mil mulheres estão aptas a votar na cidade

JUAN MADEIRA | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Dia do Voto Feminino é comemorado neste sábado (24) | Foto: Agência Brasil

Neste sábado, 24 de fevereiro, é comemorado o Dia do Voto Feminino, uma data que evidencia a participação das mulheres no cenário político. Em Uberlândia, o eleitorado feminino é 13% maior que o masculino. No entanto, apesar da forte participação nas urnas, a presença na Câmara Municipal de Uberlândia é discreta, com apenas seis das 27 cadeiras ocupadas por mulheres.

 

Dados fornecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelam que, em 2020, o eleitorado da cidade contava com 486.550 pessoas registradas, sendo 260.296 mulheres e 226.254 homens. Já em 2024, até o dia 31 de janeiro, esse número aumentou para 523.839 eleitores, com 280.552 mulheres e 243.287 homens. 

 

O Dia do Voto Feminino passou a ser celebrado a partir de 2015, com a promulgação da Lei nº 13.086. A data foi escolhida para marcar o dia de aprovação do Código Eleitoral de 1932, que trouxe pela primeira vez o direito ao voto das mulheres expresso em uma lei nacional.

 

Em entrevista ao Diário, a cientista política Maria do Socorro explica sobre a relevância da representatividade feminina na política. “A principal importância das mulheres na política está relacionada ao fato de que, quando há um maior número delas lutando pela melhoria das condições de vida da sociedade, há um avanço significativo neste sentido”.

 

Socorro considera que as mulheres têm uma compreensão mais profunda dos problemas enfrentados por elas mesmas. Essa vivência faz com que tomem partidos e decisões políticas voltadas para elas. “O homem pode até ter sensibilidade, mas não conhece os problemas por dentro”.

 

DESAFIOS

A estudiosa explica ainda que a história do voto feminino é marcada por diversos desafios e algumas conquistas. “Somente em 1932 as mulheres conquistaram o direito ao voto, refletindo as dificuldades enfrentadas para ocupar espaços políticos em níveis municipal, estadual e federal. Essa realidade se reflete nas estatísticas atuais, onde as mulheres ocupam apenas 15% das cadeiras na Câmara dos Deputados e 13% no Senado, apesar de serem maioria na população”, explica.

 

Para a cientista, é preciso que a sociedade evolua no sentido político e civil e que as mulheres ocupem os cargos para que a população perceba que “as mulheres são tão boas ou até melhores que os homens na política”.

 

De acordo com Maria do Socorro, no contexto histórico, as mulheres foram atribuídas a certas funções sociais, principalmente relacionadas ao ambiente doméstico. “Esses papéis foram estabelecidos na organização das sociedades, onde as mulheres eram tradicionalmente designadas como cuidadoras do lar, responsáveis pelas tarefas domésticas, pelos filhos e pelo marido dando origem a expressões como ‘esquentar a barriga no fogão e esfriar no tanque’, que reforçava essa visão da mulher na estrutura social patriarcal”.

 

A especialista acredita que este cenário está mudando cada vez mais por conta da luta das mulheres. “Nossas lutas continuam e nós avançaremos mais. No campo da política estamos determinadas a lutar pela melhoria da vida em sociedade, inclusiva e respeitosa em relação a mulher e que enfrente com responsabilidade a violência contra a mulher. Acredito que teremos um número significativo de mulheres na próxima eleição, ocupando cargos na política local e regional”, explica.

 

MULHERES NA POLÍTICA EM UBERLÂNDIA

Em relação à representatividade das mulheres na política em Uberlândia, a cientista política considera que a participação feminina sempre foi modesta. “No último pleito tivemos oito mulheres eleitas vereadoras, e duas delas não ocupam mais os cargos hoje. Embora este número seja um recorde, ainda é muito pouco para nós, considerando que são 27 vagas, deveriam ter no mínimo 13 mulheres”. 

 

De acordo com a profissional, embora as mulheres sejam maioria do eleitorado na cidade, há uma resistência da classe política e de parte dos eleitores à ascensão feminina na política. “É preciso que a gente lute não só pela vaga, mas também pela permanência e pelo trabalho das mulheres, assim pode ser que esse cenário venha a se modificar”, analisa.

 

Considerando as eleições recentes, na legislatura de 2021-2024, o número de mulheres vereadoras chegou a oito, porém com a saída de Dandara Tonantzin Silva Castro (PT), que agora é Deputada Federal, e a perda de Adriana Alves Ribeiro, conhecida como Drika Protetora (Patriota), que faleceu devido à covid-19, passaram a ser seis vereadoras. 

 

Atualmente ocupam cargos na Câmara Municipal: Cláudia Costa Guerra (PDT), Liza Fernandes Prado (PRD), Gláucia Galante Buíssa (Gláucia da Saúde) (PSDB), Amanda Thaylassa Gondim Ferreira (PDT), Gilvan de Melo Machado (Gilvan Masferrer) (DC) e Thais Andrade Silva (União Brasil).

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