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12/02/2024 às 13h00min - Atualizada em 12/02/2024 às 13h00min

Uberlândia registra apenas 14 dias de chuva em janeiro; volume fica abaixo da média histórica

Dados da UFU apontam que choveu 217,4 milímetros no mês passado, quase 10% a menos que a média dos últimos anos

JUAN MADEIRA | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Especialista explica que é comum haver variações na quantidade de chuva ao longo dos anos | Foto: Agência Brasil

Em janeiro deste ano, Uberlândia registrou uma queda de quase 10% no volume de chuva em relação a média histórica. Os dados provenientes da estação meteorológica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) mostram que choveu 217,4 milímetros no mês passado, enquanto a média dos últimos 14 anos é de 241,2 mm. O levantamento aponta ainda que o município registrou apenas 14 dias de precipitações durante o período. 

 

Em entrevista ao Diário, o climatologista Eduardo Petrucci apontou que os dados indicam uma redução nas chuvas em comparação com anos anteriores, como em janeiro de 2023, quando o volume chegou a 344,6 mm. No entanto, ele ressalta que, considerando os demais meses, essas variações podem não ser tão significativas.

 

"A redução de 10% não é tão significativa já que a precipitação mensal permanece semelhante. Na realidade o que está mudando são os dias com chuva, e isso é um reflexo das alterações climáticas. Em janeiro de 2023, tivemos 22 dias de chuva, um mês bastante chuvoso, já este ano, tivemos apenas 14 dias com precipitações em janeiro”, explica.

 

O especialista explica que é comum haver variações na quantidade de chuva ao longo dos anos, e embora o El Niño - fenômeno natural caracterizado pelo aquecimento das águas do oceano Pacífico - não seja o único responsável pela redução das chuvas em janeiro, ele certamente contribuiu para esse fenômeno. 

 

“As Zonas de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) desempenham um papel crucial no fornecimento de chuvas para a região. O El Niño impacta diretamente essas zonas, que são trazidas da Amazônia. Neste verão, estamos enfrentando uma redução na frequência das ZCAS, e o El Niño tem contribuído para isso, dificultando a ocorrência desse sistema”.

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EFEITOS

Em relação aos impactos da queda no volume de chuvas, o climatologista Eduardo Petrucci explicou que pode afetar a integridade e o bolso da população. "A diminuição das chuvas pode prejudicar o abastecimento urbano e a disponibilidade de água nos reservatórios para uso diário. Durante a estação chuvosa, que começa no final de setembro, armazenamos a água necessária para o ano seguinte, incluindo abastecimento e geração de energia elétrica”, comenta.

 

De acordo com o profissional, quando chove abaixo da média por meses consecutivos, os níveis mais baixos nos reservatórios podem levar a aumentos nos custos de energia e restrições ao uso de água em algumas regiões. 

 

Para Petrucci a falta de chuvas pode ser um grande problema na agricultura, especialmente durante o período de início da safra, entre setembro e outubro. “A escassez de precipitações pode comprometer o plantio e o desenvolvimento das culturas, exigindo o uso de técnicas de irrigação para suprir a necessidade hídrica das plantas. Essas práticas também podem impactar negativamente os reservatórios de água”.

 

Quanto à previsão para os próximos meses, o climatologista indicou que as temperaturas estão projetadas para alcançar recordes, com a expectativa das chuvas se manterem ligeiramente abaixo da média. “No entanto, a partir do meio do ano, deve haver um aumento na precipitação devido ao fenômeno La Niña, que consiste na diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico.

 

CUIDADOS

Em relação ao período chuvoso, mesmo que abaixo da média, a Defesa Civil de Uberlândia alerta para a importância de adotar medidas de segurança durante as precipitações, especialmente diante do risco de deslizamentos, inundações e outras ocorrências relacionadas.

 

Conforme aconselha a organização, é importante, em épocas de fortes chuvas, tomar precauções para garantir a segurança pessoal e a proteção de propriedades. É recomendado, portanto, evitar áreas sujeitas a alagamentos e enxurradas, buscar abrigo em locais seguros e elevados durante tempestades, e estar atento a avisos meteorológicos e alertas de enchentes. Demais orientações podem ser conferidas por meio da cartilha elaborada pela Defesa Civil.

 

PRECIPITAÇÕES NOS ÚLTIMOS MESES

 

NOVEMBRO DE 2023

Volume registrado: 202,4 mm

Média histórica: 253,1 mm

13,9% abaixo da média

 

DEZEMBRO DE 2023

Volume registrado: 226,2 mm

Média histórica: 304,9 mm

25,8% abaixo da média

 

JANEIRO DE 2024

Volume registrado: 217,4mm

Média histórica: 241,2 mm

9,9% abaixo da média

 

*A média histórica dos dados é feita considerando o período de 2009 a 2023.


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