Seis em cada dez empreendimentos abertos no estado são da área de serviços I Foto: Agência BrasilPelo segundo ano consecutivo, Uberlândia manteve o destaque como o segundo maior polo em abertura de pequenas empresas no estado. Segundo dados da Receita Federal, com 21.385 negócios iniciados e 11.741 fechados, o saldo do município foi de 9.644 micro e pequenas empresas ativas no ano passado. Nesse cenário, a cidade fica atrás apenas da capital Belo Horizonte.
Ainda em conformidade com dados da Receita, em 2022 o saldo foi de 9.654, com 21.875 negócios abertos e 9.654 fechados. Em relação aos setores preteridos pelos empresários, seis em cada dez empreendimentos abertos no estado são da área de serviços, segundo um levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Minas) divulgado em janeiro deste ano.
O analista técnico do Sebrae, Alexandre Tronconi, afirma que este cenário se repete em Uberlândia por alguns fatores como a dinâmica econômica do município e a necessidade de um menor investimento na formulação de empresas no setor de serviços.
“A grande geração econômica e a crescente demanda por negócios impulsionam a abertura de empresas na cidade, especialmente no setor de serviços. O aumento significativo no número de empresas nesta área é traduzido pelas menores exigências de investimento e facilidades na abertura, além da contínua demanda por este tipo de empreendimento”, disse.
O profissional explica que as empresas que prestam serviços não dependem da venda de bens ou produtos físicos, ao contrário da manufatura ou da produção, que podem necessitar de maiores investimentos.
“O setor de comércio vem seguido dos serviços, por conta da sua ampla possibilidade de vendas e o alcance de mercado. Posteriormente, temos as indústrias que frequentemente requerem investimentos substanciais, podendo representar um desafio maior para os empreendedores, dependendo das suas atividades”, explica.
DESAFIOS
Para Alexandre, embora a abertura de uma micro ou pequena empresa seja simplificada pelo Portal do Empreendedor, com o MEI, é crucial ponderar cuidadosamente alguns pontos antes de se iniciar um empreendimento. Ele aponta que a carência mais evidente para os futuros empresários é a ausência de pesquisa, que muitas pessoas negligenciam ao dar início a seus negócios.
“É essencial realizar estudos aprofundados sobre a atividade, estar preparado para o empreendedorismo e desenvolver habilidades para gerir a empresa. A falta de qualificação e conhecimento em gestão é uma das principais causas de encerramento de negócios”, alertou.
O analista indica que o investimento na busca por conhecimento em gestão, pesquisa de mercado e compreensão do público-alvo, são elementos cruciais para o sucesso e a sustentabilidade do empreendimento. E que, para isso, é possível aproveitar os recursos disponíveis, como cursos de gestão e marketing, tanto presenciais quanto em modelos digitais, visando minimizar ao máximo os riscos associados a esse processo.
CAPACITAÇÃO
Para quem está vislumbrando a possibilidade de abrir um negócio, Alexandre Tronconi indica os serviços disponibilizados pelo Sebrae que incluem atendimento presencial, cursos online, consultoria especializada e orientação inicial para empreendedores no processo de abertura de empresas.
“No próprio site do Sebrae, há uma variedade de cursos online e cartilhas abordando diversos tipos de negócios, onde você pode encontrar informações valiosas. Além disso, dispomos de cursos presenciais, atualmente em fase de estruturação de agenda. Em breve, será disponibilizada uma agenda de treinamentos para essas atividades”, destacou.
O Sebrae fica localizado na Rua Izaú Rangel de Mendonça, 20, bairro Santa Mônica, Uberlândia.
ESTADO
Números da Receita Federal analisados pelo Sebrae Minas mostram que o saldo de pequenos negócios abertos em Minas Gerais foi positivo no ano passado. No estado, foram registrados 161.268 empreendimentos, abrangendo microempreendedores individuais (MEI), microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP). Desses, 77,87% são MEI.
No contexto estadual, também se destaca o setor de serviços, com um saldo positivo de 100.169 negócios abertos.
“De forma geral, os pequenos negócios apresentaram resultados positivos, com saldo favorável entre abertura e fechamento em todos os setores. O MEI continua em expansão, confirmando seu potencial de dinamizar a economia e ampliar as possibilidades para a atuação empreendedora de profissionais de vários ramos. Por isso, a categoria traz números tão expressivos”, explicou o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.
O comércio registrou o segundo maior saldo de abertura de pequenos negócios: 27.873 novos empreendimentos. A indústria aparece em terceiro lugar, com saldos de 14.883 e 495 empresas, respectivamente.
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