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29/11/2023 às 10h20min - Atualizada em 29/11/2023 às 10h20min

Casos de dengue em Uberlândia têm salto de 430% em 2023

Município lidera número de notificações positivas em Minas e tem mais que o dobro de confirmações da capital Belo Horizonte

JUAN MADEIRA I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Neste ano, 13 óbitos foram confirmados por dengue em Uberlândia I Foto: AGÊNCIA BRASIL
O número de casos confirmados de dengue em Uberlândia teve um salto de 430% de 2022 para 2023. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), a cidade acumula um total de 27.528 notificações positivas da doença neste ano, sendo o município mineiro com o maior índice do estado, à frente inclusive da capital Belo Horizonte.
 
Em todo o ano de 2022, Uberlândia contabilizou 5.192 notificações positivas da enfermidade. O salto de casos neste ano supera em mais que o dobro o número de confirmados na capital mineira. BH, considerada a cidade mais populosa do estado, com 2,7 milhões de habitantes, acumula 11.125 casos da doença e 10 mortes.


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O segundo maior município de Minas também fica à frente de Contagem que, com aproximadamente 670 mil habitantes, possui 1.956 casos confirmados e 4 óbitos. No ranking estadual, a cidade de Passos ocupa a segunda posição com maior número de registros da doença (12.643).
 
Em relação a outras cidades do Triângulo Mineiro, Uberlândia é a segunda que mais registrou mortes (13), ficando atrás apenas de Uberaba (16). Patos de Minas (8), Ituiutaba (5) e Araguari (1) completam a lista. O público masculino, na faixa etária de 70 a 79 anos, representa a maior parcela das vítimas, com 30% do total. O índice de letalidade pela doença na cidade é de 2,67%.
 
DEMAIS DOENÇAS
Os registros de chikungunya também apresentaram aumento de 233% na cidade de Uberlândia, na comparação entre 2022 e 2023, com um salto de 54 casos no último ano para 180 em 2023. O zika vírus, por sua vez, teve um caso confirmado neste ano, porém sem registros em 2022.
 
A cidade teve duas mortes causadas pela chikungunya, sendo um homem com idade entre 50 e 59 anos e uma mulher hipertensa, de 90 anos ou mais. Não houve mortes por zika vírus.
 
PROLIFERAÇÃO DO MOSQUITO
Na análise do professor da Escola Técnica de Saúde da UFU e especialista em geografia da saúde, João Carlos de Oliveira, o aumento significativo dos casos de dengue pode ser atribuído, principalmente, a fatores climáticos.
 
“É comum em um intervalo aproximado de 2 anos, que haja um aumento de casos de dengue. No verão, quente e úmido, há uma tendência que os vetores reproduzam mais, porque as condições ambientais ficam propícias para reprodução. Por isso, é preciso que haja, por parte das gestões públicas, ações de prevenção e não apenas remediação, como costuma ser feito”, destacou.
 
O especialista adverte também para a importância de campanhas preventivas eficazes e ações práticas, que podem contribuir para reduzir a incidência da doença. “É preciso que sejam feitas, além dos mutirões de limpeza, ações educativas para prevenção e controle da dengue durante o ano todo, não só no período chuvoso”, completou.
 
Por meio de nota enviada ao Diário, a Secretaria Municipal de Saúde informou que, no primeiro semestre, o Município investiu em ações como o Mutirão Cidade Limpa, que trouxeram combate e controle no número de casos mesmo em um período de intensa transmissão.
 
A pasta reforça, ainda, que a Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) mantém as ações do Programa Municipal de Controle das Doenças Transmitidas pelo Aedes e que o município já está preparando um conjunto de ações para 2024.
 
“Vale ressaltar que, durante o ano todo, são mantidas em funcionamento mais de 20 ações realizadas pelos agentes, como: visita domiciliar, ações de bloqueio quando há casos suspeitos, monitoramento pelas ovitrampas, inserção de peixe lebiste em locais estratégicos, parceira com as imobiliárias para visita de imóveis fechados, uso do App UDI sem Dengue, que é uma ferramenta para que a população comunique à UVZ sobre locais com possíveis criadouros, entre outras. Paralelamente às atividades de controle, é importante que a população mantenha os cuidados, contribuindo com a eliminação e evitando o surgimento de possíveis focos de mosquito no interior das residências e nos quintais”, informou a Prefeitura.
 
Em caso de sintomas como febre alta, dores musculares, dor ao movimentar os olhos, entre outros, a Secretaria de Saúde recomenda a busca por atendimento médico. A Prefeitura de Uberlândia disponibiliza serviços para coleta de resíduos variados. É possível conferir como solicitá-los no
no Portal da Prefeitura.
  
CIDADES DE MG COM O MAIOR NÚMERO DE CASOS CONFIRMADOS:
 
1º Uberlândia: 27.528
2º Passos: 12.643
3º Belo Horizonte: 11.125
4º Ipatinga: 10.460
5º Divinópolis: 8.335
6º Montes Claros: 8.025
7º Patos de Minas: 7.270
8º Betim: 6.831
9º Ponte Nova: 5.185
10º São Sebastião do Paraíso: 5.072

 
CIDADES DA REGIÃO COM MAIS CASOS CONFIRMADOS:
 
1ª Uberlândia: 27.528
2ª Patos de Minas: 7.270
3ª Ituiutaba: 4.713
4ª Uberaba: 4.117
5ª Patrocínio: 3.301
6ª Araguari: 2.346
7ª Araxá: 1.126
 
NÚMERO DE ÓBITOS POR DENGUE NA REGIÃO:
 
1ª Uberaba: 16
2ª Uberlândia: 13
3ª Patos de Minas: 8
4ª Ituiutaba: 5
5ª Patrocínio: 2
6ª Araguari: 1
 
MORTES POR DENGUE NAS CIDADES COM MAIOR POPULAÇÃO:
 
1ª: Uberlândia: 13
2ª: Belo Horizonte: 10
3ª: Contagem: 4
4ª: Montes Claros: 1
4ª Juiz de Fora: 1


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