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03/11/2023 às 12h26min - Atualizada em 03/11/2023 às 12h26min

Uberlândia recebe autorização para comercializar pó de basalto como insumo agrícola

Cidade tem mineradora certificada pelo Mapa; produto pode ser usado na produção de soja, cana e milho

REDAÇÃO I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Testes do uso de pó de basalto em diferentes culturas iniciaram em 2019 I Foto: Araípedes Luz/Secom/PMU

Uberlândia está apta a comercializar o pó de basalto como remineralizador de solo para a agricultura brasileira. Durante evento realizado no Centro Administrativo Municipal na última quarta-feira (1°), o Município anunciou a expedição dos certificados que validam e autorizam a primeira mineradora da cidade a produzir e distribuir comercialmente o produto em todo o território nacional, através do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Os documentos “Certificado de Registro de Estabelecimento” e “Certificado de Registro de Produto” foram emitidos neste mês pelo Mapa à EcoBrix. A empresa, localizada no Distrito Industrial, é uma das três mineradoras locais parceiras da Prefeitura de Uberlândia no projeto de fomento do pó de rocha na agricultura. Com os testes iniciados em 2019, o estabelecimento terá capacidade de produzir e escoar cerca de 300 toneladas de remineralizador de solo ao dia, atendendo, inicialmente, a demanda regional.

Para que a empresa estivesse apta a receber os certificados de registro do Mapa, o Município auxiliou diretamente no processo por meio da parceria com a empresa de consultoria Companhia de Promoção Agrícola (CPA). Ainda em 2021,a EcoBrix recebeu um estudo de viabilidade técnica e os ensaios de eficiência agronômica elaborados pela Campo em conjunto com o Município, com apoio da concessionária de ferrovias VLI.

O estudo é um desdobramento do trabalho conduzido desde 2019 e que contou com o incentivo de pessoas como o ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, grande incentivador do uso de pó de rocha na agricultura, como alternativa para reduzir a dependência externa pelos adubos químicos. Todo esse trabalho teve como objetivo demonstrar a qualidade do pó de rocha originário do basalto de Uberlândia e poderá ser utilizada pelas empresas interessadas na obtenção de registro junto ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para produção e comercialização de subprodutos da mineração.

PESQUISAS SOBRE O PÓ DE BASALTO
Uberlândia está em uma região onde estima-se que existam mais de 16 mil hectares de basalto, uma rocha silicática de origem vulcânica. Nos últimos cinco anos, a cidade obteve importantes conquistas por meio do empenho da gestão municipal sobre a utilização do pó de basalto como remineralizador de solo.

Em 2019, a Prefeitura realizou o primeiro seminário técnico sobre o tema, que reuniu estudantes e especialistas no campo de todo o país. O evento contou, inclusive, com uma palestra de Paolinelli, que sentenciou que, junto aos estudos sobre remineralizadores de solo, nasciam os alicerces para a “4ª Revolução Agrícola”, uma vez que o abundante recurso tinha potencial de baratear os custos da lavoura, aumentar a eficiência da adubação e melhorar a qualidade da produção de alimentos, reduzindo ainda a dependência de insumos importados.

Desde então, as políticas públicas conduzidas pela Prefeitura de Uberlândia ganharam mais força, passando pelo início dos testes de campo em grandes, médias e pequenas propriedades. Com o fortalecimento da cidade como referência nacional na produção e distribuição dos remineralizadores de solo no país, a Prefeitura obteve mais uma importante conquista: o governo federal incluiu os remineralizadores no Plano Safra 2022/2023, estendendo a obtenção de linha de crédito do programa de apoio à agropecuária.

Além disso, desde janeiro de 2023, as boas notícias sobre o pó de basalto não pararam de chegar. Foram iniciados os estudos da utilização da rocha como base para a produção de organominerais, lã de rocha e filamento de basalto. Da mesma forma, a experiência local começou a ser levada para outras partes do país, que estão implementando seus próprios polos agrominerais (caso de Porto Franco, no Maranhão, e de Fortaleza, no Ceará).


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