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01/10/2023 às 12h00min - Atualizada em 01/10/2023 às 12h00min

Ranking lista Uberlândia entre as 100 cidades mais ricas do agronegócio; veja

Outros 10 municípios de Minas Gerais aparecem no levantamento feito pelo IBGE

KAUÊ ALTRÃO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Soja lidera na produção e exportação entre as variedades de cultivo do município | CNA/WENDERSON ARAUJO/TRILUX

Um levantamento feito pelo IBGE, divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, coloca Uberlândia entre os 100 municípios mais ricos do Brasil no setor do agronegócio. No ranking nacional, que considera o desempenho obtido em todo o ano de 2022, a cidade ocupa o 96º lugar. Já em Minas Gerais, Uberlândia fica na 10ª posição em relação a outros 11 municípios do estado que também aparecem na lista dos destaques da produção agrícola.
 
Para a mensuração do ranking, que é feito com base nos dados da produção municipal, foram consideradas variáveis como área colhida, produção, valor da produção das lavouras e rendimento. Uberlândia aparece nesta relação com uma produção estimada em R$ 1,2 milhão, o que equivale a 0,16% de participação no setor a nível nacional.
 
Além de Uberlândia, os municípios mineiros considerados os mais ricos no setor agrícola são: Unaí, Uberaba, Paracatu, Perdizes, Sacramento, Buritis, Patrocínio, Araguari, Coromandel e Guarda Mor. Dos 11 listados, cinco fazem parte do Triângulo Mineiro e três do Alto Paranaíba.
 
Para o economista do Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-sociais (CEPES), da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Henrique Souza, o destaque de Uberlândia pode ser explicado pela estrutura da cidade e as relações regionais e comerciais.
 
“Uberlândia é a principal cidade da região nesse cenário mercadológico. Há estrutura, abarca os municípios próximos e é um ponto estratégico nacionalmente. Isso favorece a vinda de empresas focadas na produção e comercialização de bens e matérias-primas do setor agropecuário, impactando também esse mercado aqui”, explica.

Na avaliação da professora mestre em Produção Vegetal pela UFG e coordenadora dos cursos de Ciências Agrárias do Centro Universitário UNA, Hélida Leão, Uberlândia possui potencialidade expressiva em algumas produções que contribuem para a boa colocação, em comparação aos mais de 5 mil municípios avaliados.
 
“Temos uma boa produção de soja, milho, cana-de-açúcar e café. São nossos produtos de maior impacto na economia e em número de toneladas produzidas. O milho também tem destaque no mercado, porque temos uma produção abundante, com o milho safrinha, uma segunda safra posterior a colheita principal. Coisa que não é possível em qualquer lugar do Brasil, só em certas regiões”, explica.
 
A localização geográfica da cidade e sua ligação com outros grandes centros urbanos, que favorecem a venda e escoação da matéria-prima, é outro fator que a especialista destaca.
 
“Nossa localização é privilegiada, é importante produzir, mas também é importante a distribuição desse produto. Estamos perto de São Paulo, Belo Horizonte. Perto do porto de Santos e temos ligação com as principais rodovias que nos ligam a grandes centros. Isso deixa a cidade bastante evidente em relação a outros municípios que podem ter uma produção maior, mas que não tem essa escoação prática”, afirmou.
 
A especialista afirma ainda que as condições climáticas, tanto na cidade como nos municípios próximos, evidencia que o tempo na região favorece a produção de modo a posicionar a colheita e rendimento dos municípios à frente de muitos outros do estado e até de grandes cidades.
 
“Nos anos atuais, não temos um período chuvoso tão previsto, mas conseguimos ter as chuvas aqui se estendendo um pouco mais, até abril. Isso permite que alcancemos maiores números de produtividade. Isso visto que o próprio período de chuva, normalmente, começa entre o final de outubro e vai só até março”, conclui.

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EXPORTAÇÕES

No primeiro semestre de 2023, Uberlândia registrou um montante de U$ 693.218.289 dólares em exportações, segundo os dados do Comex Stat, sistema para consultas e extração de dados do comércio exterior brasileiro.
 
Desse valor, grande parte diz respeito a exportação da soja e derivados, segundo o economista CEPES, Henrique Souza. “Aqui, além de termos terras com uma boa qualidade para plantação da soja, bem mais produtiva que a média em geral, também vemos que Uberlândia é um polo das exportações da região. Então reunimos esse alto valor de exportação da soja, com destaque nacional. Cidades menores exportam para cá e daqui se passa para frente”, explicou.
 
No que diz respeito ao volume de exportações, o especialista afirma que as movimentações foram feitas da seguinte maneira: U$ 473,20 milhões de dólares em soja; U$ 32,50 milhões de dólares em farelo de soja e U$ 8,76 milhões de dólares em óleo de soja. Logo, 74,16% do valor exportado foi movido pela soja e derivados.
  
Na região, conforme os dados do Boletim do Comércio Exterior da Região Intermediária de Uberlândia, a soja também se encontra como o produto mais exportado, tendo comercializado U$ 657,76 milhões de dólares. Seguido pela carne bovina congelada, com U$ 223,27 milhões de dólares.
 
Em terceiro lugar, tem-se o farelo da soja, com U$98,53 milhões de dólares exortados; o açúcar em 4º, com U$ 82,85 milhões de dólares e o café em 5º, com U$49,99 milhões de dólares.


RANKING DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA
 
TOP 10 DO RANKING NACIONAL:
 
(1º) Sorriso (MT) – valor da produção: R$ 11,4 milhões
(2º) Campo Novo do Parecis (MT) – valor da produção: R$ 8,1 milhões
(3º) Sapezal (MT) – valor da produção: R$ 8 milhões
(4º) Rio Verde (GO) – valor da produção: R$ 7,9 milhões
(5º) São Desidério (BA) – valor da produção: R$ 7,6 milhões
(6º) Nova Ubiratã (MT) – valor da produção: R$ 6,8 milhões
(7º) Nova Mutum (MT) – valor da produção: R$ 6,3 milhões
(8º) Jataí (GO) – valor da produção: R$ 6,2 milhões
(9º) Formosa do Rio Preto (BA) – valor da produção: R$ 6,1 milhões
(10º) Diamantino (MT) –  valor da produção: R$ 5,8 milhões
 
DESTAQUES DE MINAS GERAIS:
 
(23º) Unaí (MG) – valor da produção: R$ 3,4 milhões
(34º) Uberaba (MG) – valor da produção: R$ 2,9 milhões
(43º) Paracatu (MG) – valor da produção: R$ 2,5 milhões
(55º) Perdizes (MG) – valor da produção: R$ 2,1 milhões
(74º) Sacramento (MG) – valor da produção: R$ 1,5 milhão
(79º) Buritis (MG) – valor da produção: R$ 1,4 milhão
(82º) Patrocínio (MG) – valor da produção: R$ 1,4 milhão
(88º) Araguari (MG) – valor da produção: R$ 1,3 milhão
(94º) Coromandel (MG) – valor da produção: R$ 1,3 milhão
(96º) Uberlândia (MG) – valor da produção: R$ 1,2 milhão
(99º) Guarda-Mor (MG) – valor da produção: R$ 1,2 milhão  
 
Fonte: IBGE (Produção Agrícola Municipal)



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