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27/09/2023 às 19h16min - Atualizada em 27/09/2023 às 19h16min

Em meio a recordes de calor, Uberlândia tem a madrugada mais quente para o mês de setembro dos últimos 17 anos

Segundo climatologista, na madrugada de terça-feira (26), termômetros chegaram a 27,1°C

KAUÊ ALTRÃO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Calor noturno é resultado de combinação de fenômenos, segundo climatologista | Foto: Freepik
Uberlândia bateu um novo recorde climático nesta semana. A cidade registrou a maior temperatura mínima para o mês de setembro dos últimos 17 anos. O índice, que chegou a 27,1°C, foi atingido no fim da madrugada desta terça (26).
 
Segundo o climatologista Eduardo Petrucci, responsável pelo levantamento dos dados, a elevação da temperatura mínima é resultado de uma alteração dos padrões climáticos globais, que também impactam as pequenas regiões, como um efeito dominó.
 
Em setembro de 2007, os dados registrados em Uberlândia ainda apresentavam uma estabilidade, com o maior valor da temperatura mínima permanecendo em 23,2°C. A alteração começa a ser vista em 2019, quando os termômetros marcaram 25,7°C. Já em 2021, o registro se eleva para 25,9°C e, atualmente, se intensifica com influências indiretas do “El Nino”.
 
O especialista ouvido pelo Diário explica que o fenômeno é caracterizado por alterações significativas na distribuição da temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico, que, por consequência, traz grandes alterações no clima. Porém, na localização a qual a cidade de Uberlândia se encontra geograficamente, os efeitos são sentidos não de forma direta, mas por consequências já refletidas em todo o globo terrestre.
 
“Os eventos de grande escala, que afetam o mundo inteiro, estão mudando. Isso reflete na microescala, onde Uberlândia se encaixa. Então, se no macro muda, no micro também, onde sentimos. Esses fenômenos intensificam na força e frequência de algumas características ou eventos naturais, que vão afetar nossa qualidade do tempo e nos padrões climáticos que estamos acostumados”, explica Eduardo Petrucci.
 
Outro fenômeno que pode ser apontado com um dos fatores para a alteração dos padrões climáticos é a emissão dos gases estufa na atmosfera.
 
“Quando nós humanos emitimos gases estufa na atmosfera, nós aumentamos o potencial de retenção da energia solar por meio desses gases. Então, uma maior quantidade de gás na atmosfera significa uma potencialização dos fenômenos que eram considerados “excepcionais”. Prova disso é que estamos tendo que lidar com ondas de calor, ciclones extratropicais e enchentes com muito mais frequência que na década passada”, complementou.
 
CALOR NOTURNO
O especialista também destacou a permanência das altas temperaturas no período noturno, que têm sido presentes principalmente neste período em que uma onda de calor domina o país.
 
Na visão de Eduardo Petrucci, esse fenômeno durante a noite é ocasionado pela liberação de energias retidas em superfícies e edifícios ao longo do dia. Isso se alia aos eventos climáticos de modo a prolongar a sensação de calor para a período noturno, conforme explica o climatologista.
 
“Bom, de noite não temos sol. O calor que sentimos é da energia retida pelas superfícies. Hoje em dia estamos utilizando muitos materiais nas construções com essas características de retenção. Com o baixar do sol e da temperatura, vai acontecendo essa liberação. E quando a temperatura está muito alta, podemos sofrer desse desconforto ao longo do dia e da noite por causa disso”, explicou.
 
Para o pneumologista Thulio Cunha, além da sensação de desconforto, o clima também pode provocar sintomas físicos - e que podem se agravar caso aliados a outros quadros clínicos, devido à desidratação.
 
“O corpo pode expressar alguns sintomas de irregularidade pelo calor, fisicamente a pessoa poderá sentir mal-estar, desânimo, sonolência, podendo se potencializar a casos de enjoo, diarreia e desmaio. Se a pessoa não se hidratar ou chegar a apresentar desidratação, a recuperação é mais difícil, até porque se chegar a um quadro de enjoo e vomito, ela terá dificuldade para ingerir o líquido”, afirmou.
 
Além da importância da hidratação, o médico também chama a atenção para a necessidade da circulação do ar e os níveis de umidade, recomendando o uso de aparelhos para essa finalidade ou toalhas molhadas e baldes com água no ambiente.


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VEJA ALGUMAS ORIENTAÇÕES:
  • Mantenha o ambiente ventilado ou climatizado. Se não tiver ar-condicionado, deixe as janelas abertas para circular o ar;
  • Evite dormir com cobertores pesados. Use roupas leves e confortáveis;
  • Não beba álcool ou cafeína antes de dormir. Esses alimentos podem causar desidratação;
  • Faça refeições leves antes de dormir.
Sinais de alerta
Fique atento aos seguintes sinais de alerta, que podem indicar desidratação ou insolação:
  • Falta de ar;
  • Desmaio;
  • Cãibras;
  • Fadiga;
  • Confusão mental;
  • Vermelhidão na pele; e febre.
Se apresentar algum desses sintomas, procure atendimento médico imediatamente.
 
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