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22/09/2023 às 13h15min - Atualizada em 22/09/2023 às 13h15min

Veja dicas para proteger seu pet durante a onda de calor em Uberlândia

Altas temperaturas também impactam a saúde e o bem-estar de cães e gatos

IGOR MARTINS | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Deixar o pet hidratado e evitar passeios em horários mais quentes pode evitar problemas de saúde nos animais | Foto: Pixabay
Não são só os humanos que sofrem com o calor intenso. As altas temperaturas registradas nos últimos dias em Uberlândia e região também podem afetar a saúde e o bem-estar dos pets, sobretudo cães e gatos. O Diário conversou com uma especialista em cuidado animal, que traz dicas para proteger seu bichinho de estimação.

De acordo com a veterinária Stefania Borges, cachorros e gatos também possuem um sistema de regulação da temperatura corporal. Nos humanos, essa regulagem acontece pela transpiração. Já nos pets, o fenômeno acontece através da respiração. Por isso, é muito comum ver os animais com a língua para fora e ofegantes nos dias quentes.


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O grande problema disso tudo, conforme relatado pela veterinária, é que o processo de regulagem da temperatura corporal dos pets não é tão eficiente quanto a dos humanos. Os cães e gatos costumam aumentar os batimentos cardíacos para se refrescarem, mas quando isso acontece, outras funções do corpo são impactadas.

“Os animais não têm glândulas sudoríparas como os humanos. Os humanos fazem o resfriamento da pele pela transpiração. Nos pets, essa troca de calor acontece pela respiração. Eles trocam calor quando inspiram e expiram. Por isso que muitos deles ficam ofegantes e com a língua para fora”, disse.

Um dos melhores jeitos de cuidar do pet durante os dias com altas temperaturas é mantê-los sempre hidratados. Segundo Stefania, isso pode ser feito acompanhando o pet até o seu potinho d’água, aumentando o número de bebedouros espalhados pela casa e oferecer até mesmo alimentos gelados diferenciados, como picolés e cubos de gelo.

“A partir de 30°C os animais já começam a sentir muito calor. É importante oferecer água limpa e fresca a todo o momento para eles. Pode trocar a água mais vezes ao dia, oferecer água com gelo e aumentar o número de tigelas com água pela casa. Picolé de fruta é permitido, como a melancia, que possui maiores quantidades de água. Água de coco também ajuda os pets a se manterem hidratados”, explicou Stefania.
 
PASSEIO NAS HORAS CERTAS
Os donos que costumam passear com seus pets também precisam ficar atentos às horas das saidinhas com os animais. Isso porque a recomendação da veterinária é que as caminhadas sejam realizadas nas horas mais frescas do dia. A ideia é que estes passeios aconteçam no início da manhã e no início da noite. Além de sofrer menos com o calor, isso evita que surjam machucados nas patas, provenientes da alta temperatura do chão.

“Os tutores precisam prestar atenção nas horas de passeio. A minha recomendação é evitar passeios entre 10h e 16h, porque o animal pode desidratar. Os donos também devem observar se o chão está muito quente. Pode colocar o pé ou a palma da mão no chão e verificar. É melhor passear na grama, procurar locais com sombra e levar água durante o passeio”, recomendou a veterinária.

Outro ponto observado pela especialista é a aplicação de filtro solar nos pets. O uso do produto é ainda mais recomendado em animais com pelagem branca ou curta. A aplicação deve ser feita nas áreas próximas aos olhos, no abdômen e também no focinho. Em pets com pelagem longa, a situação é mais tranquila, mas deve-se ter cuidados de qualquer maneira.

Além disso, Stefania comenta que os donos de pets que passam o dia no trabalho ou longe de casa também devem ter um carinho especial com os animais. Nos dias de compromissos, ela recomenda deixar água e comida à disposição dos bichinhos e, se possível, deixar um ventilador ou ar condicionado ligados para refrescar o ambiente, ou deixar uma janela aberta com um umidificador de água ligado, por exemplo.

Já para os tutores que carregam os pets para todos os lugares, não é aconselhável, sob nenhuma circunstância, deixar o animal sozinho dentro do carro. “Nunca deixe o animal trancado no carro, nem por um minutinho. O calor vira uma estuda, é tudo muito rápido. Isso pode levar o animal a óbito”, alertou.

CUIDADO EXTRA
Stefania Borges falou ainda sobre a importância de dar uma atenção especial para animais idosos ou com problemas de saúde. De acordo com ela, os tutores que possuem pets de focinho curto e questões cardíacas ou respiratórias precisam tomar cuidados extras durante dias de calor intenso, porque eles são mais suscetíveis à hipertermia. 

A especialista conta que, para estes grupos específicos, é interessante limitar os exercícios ou fazer mais pausas durante uma caminhada. Eles precisam ter maior consumo de água e fugir do sol e do calor. Qualquer mudança de comportamento ou na alimentação precisa ser levada a sério.

“As brincadeiras com água podem ser interessantes para os animais, através do uso de mangueira. Quando o animal está com muito calor, ele fica muito ofegante, com a respiração muito rápida, e coloca a língua para fora. Em casos graves, a pele fica quente, ele pode desmaiar, ficar com a língua roxa, ter convulsão e até mesmo ter uma parada cardiorrespiratória. Se notar algum desses sinais, leve o animal imediatamente ao veterinário”, orienta a veterinária.

Os animais de rua também são uma preocupação nos períodos mais quentes do ano. Isso porque os cães e gatos procuram constantemente por água e não encontram. Além disso, eles costumam andar nas ruas e calçadas, locais com altas temperaturas, e têm grandes chances de se desidratarem. Para melhorar a situação dos bichinhos, qualquer um pode ajudar.

“Nesse período é muito bacana que as pessoas ofereçam locais com sombra. É interessante colocar tigelas com água gelada nas portas dos comércios e de casas. Eles têm muita dificuldade de encontrar água. Fazendo isso, já ajuda bastante”, comentou a especialista.

PROSTRAÇÃO
Dona de três cachorros e dois gatos, a jornalista Laura Fontoura comenta sobre os desafios encontrados por seus pets durante a onda de calor em Uberlândia. Para aliviar a barra de seus animais, ela conta que tem deixado o ar condicionado ligado na sala e permitido que seus bichinhos durmam em cômodos com maior ventilação. 

Ela brinca que, com relação aos gatos, não há muito o que fazer, já que são animais que costumeiramente não gostam de ter contato com a água. Por serem mais velhos, dois de seus cães não costumam passear. O mais impactado nesta onda de calor é o cachorro dela, o Apolo, da raça Golden Retriever.

Por ser um cachorro de grande porte e com pelagem alta, Apolo tem sofrido com as altas temperaturas. Segundo Laura, ele é fã de água, mas com a baixa umidade e os termômetros nas alturas, ele fica prostrado durante todo o dia. À noite, quando o tempo fica mais ameno, ele costuma ter mais energia.

“O Apolo é viciado em água. Até no frio ele gosta de água. Tenho tentado aliviar com água e fruta, picolés e um pouco de água na mangueira. Tenho um creme para hidratar as patinhas dos cães. Precisei mudar o horário de passear com o Apolo, porque está muito quente. Ele está indo mais à noite. De dia ele não quer nem levantar, ele fica prostrado, deitado no chão”, disse.


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