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21/09/2023 às 17h41min - Atualizada em 21/09/2023 às 17h41min

Cozinhas comunitárias pedem doações para seguir com atendimento a famílias carentes de Uberlândia

Aumento da demanda por refeições ultrapassa 50%; mais de 4 mil famílias são assistidas pelos grupos voluntários

KAUÊ ALTRÃO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Cozinha do assentamento Fidel Castro serve 250 marmitas por dia | Foto:Joana Gama
Um trabalho desenvolvido por voluntários que atuam em comunidades carentes de Uberlândia está necessitando do apoio da população para manter o funcionamento das atividades. São as chamadas ‘Cozinhas Comunitárias’, que oferecem refeições a famílias em situação de vulnerabilidade social. Com o aumento da demanda, que para algumas ultrapassa os 50%, a queda das doações tem sido a principal dificuldade para seguir com o atendimento. 

O Diário conversou com representantes de pelo menos sete cozinhas que atuam na cidade. Grande parte delas surgiu no início da pandemia da covid-19 com o objetivo de oferecer suporte à população carente, atuando com a ajuda de voluntários que se dispõem para o preparo e distribuição dos alimentos.

Juntas, as comunidades ofertam refeições para mais de 4 mil famílias. Segundo a coordenadora da cozinha do bairro Élisson Prieto (Glória), Cacica Kawany Tupinambá, a demanda tem sido cada vez mais crescente. 

“Ajudamos muitas mulheres, crianças e pessoas mais velhas, quem precisar de ajuda, na verdade. Há também quem vem de outras cidades, de fora e também necessita. E, infelizmente, as doações estão diminuindo, esse é um cenário que agora piorou, às vezes achamos que não vai ter. Precisamos de todo tipo de ajuda, desde cestas básicas a produtos de limpeza”, contou. 


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A situação também é notada pela coordenadora da cozinha comunitária do bairro Dom Almir, Eliana dos Santos Lopes. A responsável percebeu que a queda de doações se intensificou a partir de março deste ano. Em entrevista à reportagem, ela afirma que a situação tinha se estabilizado no início do ano, porém tudo mudou novamente. 

De acordo com Eliana, em 2022, os voluntários serviam cerca de 800 marmitas por dia. Agora, a cozinha atende a uma demanda de 1,2 mil refeições, um crescimento de 50%. 

“A pandemia acabou, mas infelizmente, a fome não. Diminuíram as pessoas antigas, as quais ajudávamos, mas é que agora estão chegando novas. Atendemos em torno de 50 a 60 pessoas que, na verdade, só buscam os alimentos, por trás delas existem outras, para algumas acabamos servindo de 4 a 8 refeições, é para toda uma família” explicou.

No assentamento Fidel Castro, a situação também é preocupante. De acordo com a coordenadora do projeto, Joana Gama, em 2022, a cozinha servia 250 refeições diárias. Neste ano, a demanda aumentou para 350 marmitas por dia, um crescimento de 66%.

“Olha, ainda conseguimos manter uma ajuda, graças a uma parceria, mas não recebemos apoio ou doações de empresas. Não pensamos em parar, não podemos, são famílias e não há essa opção. Acredito que isso, a dificuldade e a vontade de continuar, não parar, pelo próximo, é partilhada por todas as cozinhas”, disse. 

Em outro assentamento da cidade, o Maná, a demanda atual da cozinha comunitária é de 3.500 refeições por dia, 500 a mais do que era percebido em 2022. Outros três projetos também atendem a população carente, como é o caso da cozinha do bairro Morada Nova, que funciona no espaço cedido pela igreja católica Nossa Senhora da Abadia. Por lá são atendidas aproximadamente 300 famílias, com um total de mil pessoas.

Na Comunidade das Torres, uma cozinha comunitária, que atualmente funciona em um barraco, fornece aproximadamente 150 refeições para moradores de construções precárias. Em outra região de ocupação, a cozinha do Santa Clara serve aproximadamente 300 marmitas por dia. A população do assentamento é de aproximadamente mil moradores.

Além de prestar o amparo em relação à alimentação, o trabalho destas cozinhas também auxilia famílias em diversas questões sociais, como a resolução de problemas pessoais, questões envolvendo violência, busca por emprego, problemas de saúde e doação e distribuição de roupas. 

COMO AJUDAR
Todas as cozinhas, além de alimentos para o preparo das refeições, também precisam de produtos de higiene e assistência no geral. Confira os telefones de contato para doações ou demais formas possíveis para ajudar:
  • Comunidade das Torres: (34) 9 8843-0159
  • Cozinha Dom Almir: (34) 9 9674-6910
  • Cozinha do Glória: (34) 9 9195-5396
  • Cozinha do Assentamento Maná: (64) 9 9944-8220
  • Cozinha do Morada Nova: PIX/CNPJ: 02224726000133
  • Cozinha da Ocupação Fidel Castro: (34) 9 9257-1695
  • Cozinha da Ocupação Santa Clara: (34) 9 9767-7945

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