O Corpo de Bombeiros registrou 360 ocorrências de incêndios urbanos nos primeiros oito meses do ano, em Uberlândia. De acordo com o levantamento, mais de 25% dos chamados correspondem a incêndios em residências. Durante o período, 93 casas ou apartamentos pegaram fogo na cidade.
Conforme apontam os dados dos bombeiros, houve um aumento de cerca de 2% no número de incêndios em residências, se comparado com o ano passado. Em 2022, 91 ocorrências do tipo foram registradas no município.
Segundo o tenente Henrique Figueiredo, na maioria das vezes os incêndios começam por descuidos dos moradores, principalmente pelo uso abusivo de pontos de energia dentro da casa, que causam sobrecarga elétrica e ocasionam os primeiros focos de fogo.
“Os casos de incêndios residenciais, muitas vezes, são ocasionados pelo uso de múltiplos aparelhos, com grande consumo de energia, ligados juntos em um mesmo ponto de energia. As tomadas superaquecem, principalmente aquelas com eletrodomésticos como o ferro de passar, secador de cabelo, televisão, geladeira. No momento em que outros são ligados juntos de forma abusiva, há um risco”, complementou.
O levantamento revela ainda que do total de incêndios registrados em residências neste ano, 74 aconteceram em casas e 17 em apartamentos. De acordo com o tenente Figueiredo, a baixa incidência de ocorrências em prédios ocorre devido à atuação das construtoras e diversos profissionais, com grande investimento e vistoria da instalação elétrica durante a construção.
O militar afirma também que, em razão da precariedade e falta de manutenção no sistema elétrico, muitas casas pegam fogo. Sendo assim, o tenente alerta sobre a importância de ações preventivas para evitar os focos de incêndio.
“Notamos que esse quantitativo de casos nas casas ocorre naquelas no qual a construção elétrica foi feita de forma errada, precária ou deixaram de receber a atenção para uma manutenção quando necessária. É um fator que contribui para esse número” explicou.
O descuido com crianças também é um alerta para pais ou responsáveis. Segundo o tenente Figueiredo, um dos chamados mais comuns se trata de incêndios provocados acidentalmente por crianças.
“O fogo tem um apelo visual muito grande e desperta a curiosidade das crianças, que pegam um isqueiro ou fósforo escondido e acabam causando incêndios quando brincam próximos a camas ou sofás, que se incendeiam rapidamente”, finalizou.
• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram
PERDA DE BENS
Com a rápida propagação das chamas, a estrutura das residências e muitos móveis acabam sendo destruídos. Na última sexta-feira (15), uma casa no bairro Roosevelt pegou fogo após uma sobrecarga elétrica na rede de baixa tensão. O local foi totalmente interditado, pois não oferecia mais segurança para moradia.
No sábado (16), outro imóvel localizado no bairro Panorama ficou destruído após pegar fogo. Os bombeiros conseguiram controlar as chamas, mas a causa do incêndio ainda é desconhecida.
No mês de junho, uma explosão foi registrada em uma casa no bairro Morumbi. O incêndio começou em um quarto que tinha combustível e entulho. O imóvel sofreu grandes danos na estrutura, mas ninguém se feriu.
Além da perda de bens, os incêndios podem deixar vítimas. No dia 13 de setembro, um homem sofreu queimadura de primeiro grau enquanto dormia em uma casa abandonada que pegou fogo. O indivíduo em situação de rua teve ferimentos no rosto e nas costas, e precisou ser encaminhado para atendimento médico.
OUTROS TIPOS DE INCÊNDIOS
Em relação aos demais registros de incêndios neste ano, 16% do total de ocorrências computadas na cidade correspondem a incêndios em veículos. De janeiro a agosto, 59 automóveis pegaram fogo no município.
O tenente Henrique Figueiredo explica que a idade do veículo é um dos fatores que contribui para o incêndio. “Os automóveis contam com uma rede elétrica para o funcionamento de muitos sistemas e com o tempo eles sofrem muitos danos no deslocamento do dia a dia. Ali, nos componentes, temos substâncias inflamáveis e peças que podem incendiar, como plástico e o estofamento, então a variar com as condições no geral, pode ocorrer o princípio das chamas”, explica.
Porém, o bombeiro ressalta que os veículos contam com sistemas de isolamento de combustível, a fim de evitar explosões, diminuindo o risco para o condutor e pessoas próximas do local.
Outros tipos de incêndios também foram registrados pelos bombeiros durante os primeiros oito meses do ano. São eles: incêndios em rede elétrica, poste e curto-circuito (48) e incêndios em amontoados de lixo (37).