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17/09/2023 às 08h00min - Atualizada em 17/09/2023 às 08h00min

Pesquisa da UFU analisa impacto de exercícios físicos na rotina de idosos com Alzheimer

Projeto está com inscrições abertas para voluntários; saiba como participar

IGOR MARTINS | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
“MoviMente” tem método que consiste em aulas de treinamento funcional e estimulação cognitiva | Foto: Divulgação

Um projeto de pesquisa desenvolvido pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), através da Faculdade de Medicina (Famed), está com inscrições abertas para idosos voluntários com Alzheimer. O objetivo do trabalho é analisar os efeitos da prática regular de exercícios físicos na população idosa com a doença.

Intitulado “MoviMente”, a iniciativa faz parte do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPCSA). Coordenado por Dayanne Christine Mendonça, o projeto adota um método que consiste em aulas de treinamento funcional e estimulação cognitiva. 

Em entrevista ao Diário, Dayanne conta que além das descobertas científicas provenientes da análise do trabalho desenvolvido pela UFU, o projeto também tem como pilar entregar mais qualidade de vida às pessoas que sofrem diariamente com o Alzheimer. De acordo com o Ministério da Saúde, estima-se que existam mais de 1,2 milhões de casos da enfermidade no Brasil, sendo que a maior parte deles não tem diagnóstico.

“A gente acredita que o exercício físico e os estímulos cognitivos vão poder minimizar a evolução do Alzheimer, que é uma doença neuro-degenerativa e progressiva. Se a gente conseguir atenuar a progressão já vai ser um ganho. Queremos contribuir para uma melhora cognitiva e na parte funcional do idoso, mantendo as habilidades motoras”, disse.

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BENEFÍCIOS
Milton Teodoro Silva, de 85 anos, é um dos idosos com Alzheimer beneficiados pelo MoviMente. Semanalmente, sua filha, Eliana Paula Silva Rosa Oliveira, deixa ele no campus Educação Física da UFU para participar das atividades. Há três meses na iniciativa, a família conta que a evolução é nítida.

“O meu pai se sente muito bem devido ao acolhimento e pelo projeto trabalhar com pessoas da idade dele e com os mesmos problemas. Ele gosta muito de quando está fazendo os exercícios e conversando. É muito bom para ele, até por ser um ambiente diferente do lar”, comentou Eliana.

Eliana disse que os exercícios físicos e cognitivos deram a Milton mais qualidade de vida e uma atenuação do quadro. Na última semana, por exemplo, o idoso participou de uma atividade em que precisava falar sobre o que havia comprado no supermercado. Não apenas ele conseguiu lembrar, como citou um item que não faz parte da lista de compras eventual da família.

“O nosso sentimento é de gratidão e de amor e respeito ao próximo. Os instrutores e pesquisadores estão dedicando seus tempos. É claro que existe um objetivo por trás disso, mas o tema poderia ser qualquer outro. O Alzheimer ainda é um tabu. O projeto é uma demonstração de amor ao próximo. Espero que todos os participantes recebam esse amor de volta”, disse. 

Para participar, o voluntário precisa ter idade mínima de 65 anos e diagnóstico comprovado de Alzheimer, em grau leve a moderado. As inscrições podem ser feitas até a próxima quarta-feira (20) por formulário online ou pelo WhatsApp (34) 98813-3332. As atividades vão acontecer no Campus Educação Física, no bairro Nossa Senhora Aparecida, e estão previstas para serem finalizadas em dezembro. Os encontros acontecem às terças e quintas, das 9h às 10h.

ATIVIDADES
A coordenadora Dayanne Christine Mendonça explica que o projeto de extensão de ajuda a idosos com Alzheimer existe desde 2018 na universidade. Ela, que se graduou em Educação Física pela UFU, fez mestrado na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e voltou para Uberlândia para realizar o doutorado na área da saúde.

Dayanne afirmou que a ideia é trabalhar várias habilidades motoras ao mesmo tempo, evitando apenas um foco de ação. Durante os encontros, são treinados movimentos de equilíbrio, coordenação motora e agilidade.

“O nosso protocolo é multifuncional. Algumas habilidades motoras são prejudicadas com a doença de Alzheimer. Fazemos a tarefa dupla, que é o exercício físico somado a um exercício cognitivo específico. Por exemplo, o idoso vai subir e descer um degrau falando o nome de uma fruta. Tentamos treinar a parte motora e cognitiva para contribuir com as habilidades de uma forma global”, explicou Dayanne.

A expectativa é que com a continuidade do projeto de pesquisa em seu doutorado, novas análises e descobertas sejam feitas em um período de um ano. Para isso, a iniciativa precisa do apoio de estudantes ou profissionais da área de saúde para seguir com as atividades funcionando. Os interessados podem se inscrever por meio de um formulário online ou pelo WhatsApp (34) 98813-3332.


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