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05/09/2023 às 18h20min - Atualizada em 05/09/2023 às 18h20min

Trabalhadores da faixa de 18 a 29 anos ocupam quase 50% das vagas geradas em Uberlândia

Estudo do Cepes/UFU revelou também um aumento das demissões de pessoas acima dos 30 anos

KAUÊ ALTRÃO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Economista afirma que empresas estão reduzindo custos e contratando pessoas com menos experiência | Foto: Agência Brasil
Um levantamento feito pelo Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-sociais (CEPES), da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), revelou que quase 50% das vagas formais abertas no município no mês de julho foram ocupadas por trabalhadores com idade entre 18 e 29 anos. O estudo, que trouxe uma perspectiva inédita do painel da empregabilidade por faixa etária, aponta um saldo positivo na oferta de vagas de emprego para os mais jovens. 

De acordo com o Cepes, das 11.210 contratações feitas em julho, 5.382 (48,1%) oportunizaram trabalhadores na faixa de 18 a 29 anos. No mesmo período, 4.956 postos de trabalho foram fechados, o que equivale a um saldo positivo de 426 novas vagas no mercado. O levantamento também mostrou que, destes postos, 380 correspondem a trabalhadores que possuem idade entre 18 e 24 anos. Outras 46 foram ocupadas por pessoas de 25 a 29 anos. 

Por outro lado, nas demais classificações etárias, as demissões superaram as admissões, o que ocasionou o fechamento de vagas de trabalho para pessoas com idade a partir de 30 anos. Dos 10.912 desligamentos feitos na cidade em julho, 5.600, ou 53%, correspondem a trabalhadores da faixa de 30 a 59 anos, um saldo negativo de -246 postos no mercado. 

Em relação a esta faixa, houve uma baixa de -57 vagas entre os trabalhadores de 30 a 39 anos e uma queda de -148 oportunidades para pessoas de 40 a 49. Os cortes também atingem empregados de 40 a 49 anos, com redução de -50 vagas. Pessoas com 60 anos ou mais também foram afetadas com uma diminuição de -54 postos formais. 

Na avaliação do economista do Cepes/UFU, Marcos Henrique Godoi, responsável pelo levantamento dos dados, esse cenário representa, principalmente, a troca de mão de obra das pessoas com ensino superior, que já estavam no mercado, por aqueles que buscam as primeiras oportunidades e experiência.

“Podemos enxergar uma substituição das pessoas que tem mais de 30 anos. São pessoas que ganham consideravelmente mais e muito provavelmente estão sendo substituídas por jovens com a mesma escolaridade, mas menos experiência, que podem cumprir a mesma função e com um gasto menor. Isso, para as empresas, acaba sendo vantajoso”, explicou. 

Ainda conforme o especialista, no que diz respeito à escolaridade e oferta de trabalho, grande parte das novas vagas foram abertas para cargos que exigiam ensino médio completo. No total, 448 foram ocupadas por pessoas com essa escolaridade. Enquanto, os cargos que necessitavam de ensino superior ou pós-graduação, o saldo foi negativo, encerrando o período com -129 postos. 

As contratações de pessoas com ensino médio completo, no geral, auxiliaram para um panorama positivo de admissões no fim do mês, com um saldo positivo de 298. No geral, foram realizadas 11.210 contratações e 10.912 desligamentos. É o segundo mês consecutivo em que as admissões lideram no mercado. No mês anterior, o saldo foi de 257 novas vagas no mercado. 


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EMPRESAS E SALÁRIOS
Ainda conforme os dados, os setores que mais contribuíram com novos postos formais em julho foi o segmento da Indústria, com 147 novas vagas, seguido pelo de Serviços, com saldo de 120 e o Comércio, com 102 vagas. Já a Agropecuária foi a que mais apresentou cortes, chegando a uma redução de 68 trabalhadores, seguido pelo setor de Construção Civil, com queda de 3 funcionários. 

A média real de admissão no município foi de R$ 1.906,73 no mês de julho. Os três maiores salários de contratação foram registrados para os setores da Agropecuária, com R$ 2.543, Serviços, com R$1.995, e Indústria, com R$1.960. 

As empresas que mais realizaram contratações, de acordo com o porte, foram as Microempresas e os Microempreendedores (Micro e MEI), com geração de 605 postos de trabalho. 

Já as grandes empresas registraram um saldo positivo de apenas novos 26 empregos. As pequenas e médias tiveram os números de desligamentos superiores ao de admissões, com saldos negativos de -206 e -125, respectivamente.


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