O professor e pesquisador da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Enio Pedone Bandarra, venceu um prêmio de inovação pela Organização das Nações Unidas (ONU), na Assembleia das Nações Unidas Para o Meio Ambiente (UNea). Discente da Faculdade de Engenharia Mecânica (Femec), ele já é reconhecido internacionalmente pelas inovações nas áreas de energia, sistemas térmicos e nanotecnologia com novos fluidos para refrigeração com gases que não agridem a camada de ozônio, causando menor impacto no aquecimento global.
O prêmio concedido a Enio foi o de "inovação de refrigeração e ar-condicionado para aplicações com fluidos de baixo potencial de aquecimento global". O projeto desenvolvido por ele foi reconhecido pelos aspectos inovadores na transformação de conceitos convencionais, pela capacidade de reprodução tecnológica para países em desenvolvimento, pela extensão da necessidade e pela viabilidade econômica.
“É uma satisfação desenvolver algo tão importante e ver sendo aplicado, é uma satisfação, ainda mais vindo da ONU e da maior associação de ar-condicionado que existe, isso não tem preço, e em uma universidade pública do interior do Brasil”, disse o pesquisador.
A inovação destacada foi a substituição do gás HCFC, considerado de alto risco para a camada de ozônio e de risco para o aquecimento global. O pesquisador desenvolveu uma pasta térmica que aplicada nas serpentinas de refrigeração de tanques permite utilizar outro gás refrigerante (R-22) de menor impacto ambiental. A inovação, com a combinação da nova pasta, oferece menor risco ao meio ambiente e já está sendo aplicada pela maior indústria da América Latina e líder de mercado na produção de chopeiras elétricas, torres de chope, pré-resfriadores e acessórios.
A novidade já começa a ser utilizada pelo mercado varejo em bares e restaurantes, por uma das maiores empresas de bebidas no país que, em contrapartida, ganha crédito de carbono por favorecer o ecossistema proporcionando a menor emissão de poluente. Enquanto o sistema antigo, ainda usado, consome para cada chopeira 4,5 kg de HCFC para cada tambor de bebida (chope), o novo sistema de refrigeração utiliza 290 gramas do gás R-22. O grande impacto ambiental consiste ainda em caso de vazamento em um tambor. Este tipo de acidente provoca a liberação dos 4,5 Kg de HCFC, o equivalente a 8,4 toneladas de CO2 no meio ambiente. Já o vazamento de gás (R-22) pelo novo sistema, em um recipiente do mesmo tamanho, equivale a apenas 270 gramas de CO2 na atmosfera.
“Quando você está inovando para colocar em prática, ver acontecer, isso é maravilhoso. Esse aspecto é o que tem de maior motivação, o que de melhor pode acontecer, e a gente usa muito essa questão do ambientalmente correto”, disse o pesquisador premiado.
A inovação ainda tem vantagens econômicas e sociais. O equipamento, para o mesmo uso, é mais leve, oferece menor risco de explosão e acidentes, consome cerca de 30% a 50% menos energia, exige menos gastos com manutenção e oferece maior vida útil ao equipamento de refrigeração.
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