16/08/2023 às 19h29min - Atualizada em 16/08/2023 às 19h29min

Nova tarifa da Petrobras impacta preços dos combustíveis em Uberlândia; confira valores praticados na cidade

Gasolina aditivada apresenta variação de 22% entre os valores mínimos e máximos encontrados nas bombas

KAUÊ ALTRÃO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA

Conforme economista, aumento dos preços deve proporcionar mais um aumento da inflação no próximo mês | Foto: Freepik

O reajuste no preço dos combustíveis para as distribuidoras, anunciado pela Petrobras na última terça (15), já está refletindo no bolso dos consumidores de Uberlândia. Um levantamento feito pela produção do Diário com postos localizados nas regiões central e sul mostra uma variação de até 22% entre os valores mínimos e máximos cobrados na cidade.

Entre os combustíveis, a gasolina aditivada foi a que teve a maior variação de preços entre os postos observados (22%), com um intervalo de R$ 1,09 por litro. Já a gasolina comum é comercializada com uma diferença de até R$ 0,70 por litro entre os concorrentes (14%). O álcool também apresenta uma variação de R$ 0,29 por litro (8%).

Ainda de acordo com o levantamento do Diário, o maior preço encontrado na gasolina aditivada foi de R$ 5,99. Já a gasolina comum e o etanol podem custar até R$ 5,59 e R$ 3,58, respectivamente. Os menores preços para a gasolina aditivada e comum foram de R$ 4,95 e R$ 4,89, nesta ordem. O valor mínimo referente ao etanol foi de R$ 3,29.

• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram

As variações mínimas e máximas para cada tipo de combustível foram as seguintes:

Gasolina Aditivada:

Menor preço: R$ 4,90

Maior preço: R$ 5,99

Gasolina Comum:

Menor preço: R$ 4,79

Maior preço: R$ 5,49

Álcool:

Menor preço: R$ 3,29

Maior preço: R$ 3,58

Para o advogado especialista em direito do consumidor, Wenderson Chimango, até o fim de semana, é provável que o aumento já deve ser percebido na maioria dos postos. No entanto, o consumidor deve ficar atento a valores exorbitantes.

“Os postos têm autonomia para decidir o preço na bomba, há uma auto regulação em conformidade ao que está no mercado, porém, eles não devem colocar um valor exorbitante, tão discrepante entre um mínimo e um máximo, há uma média em conformidade. O problema é quando ocorre um aumento abusivo, desproporcional, que onere o consumidor”, explicou.

Para os casos de aumento abusivo, o especialista traz algumas dicas para o consumidor. “Já podemos ir analisando os preços, ver o aumento que ocorreu e verificar se o preço já condiz com o aumento tributado. O consumidor também pode acionar o Procon para verifiquem o ajuste, se o estoque ainda é referente ao antigo ou novo. E é mais fácil o próprio Procon tomar uma atitude, podendo até notificar o estabelecimento”, contou.

INFLAÇÃO

Em Uberlândia, no mês de julho, o preço do combustível contribuiu para um aumento da inflação de 0,45%, conforme o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-CEPES). A inflação seguia uma tendência de queda nos últimos meses, registrando um índice de -0,09% em junho, mas voltou a registrar aumento nesse último mês.

Os maiores impactos positivos nesse índice vieram do grupo analisado chamado “Transportes”, que analisa o transporte público, os veículos próprios e o combustível. O grupo teve um impacto de 24% no aumento da inflação.

O item combustíveis (veículos) apresentou uma variação mensal de 2,62% e o subitem desse grupo, a gasolina, proporcionou um impacto de 0,14 pontos percentuais no índice total, ficando atrás somente da energia elétrica residencial, que teve um impacto de 0,18.

Para o economista Henrique Barros, que realizou o estudo, o combustível vem como um dos indicadores em destaque que puxaram a inflação devido as retomadas fiscais do governo.

“O preço da gasolina, em julho, teve uma variação por conta da retomada dos impostos federais que estavam suspensos desde o ano passado e voltaram a ser cobrados agora. Em junho também já havia uma pressão no preço da gasolina devido a uma mudança do ICMS. Isso tudo contribuiu para um aumento no preço da gasolina e o impacto na inflação”, contou.

Ainda conforme o especialista, provavelmente, no próximo mês, também ocorrerá um novo aumento no índice de inflação devido à elevação da tarifa anunciada pela Petrobras, que logo será sentida no bolso do consumidor.

O REAJUSTE

O reajuste anunciado pela Petrobras é estimado em 16,3% na gasolina e 25,8% no diesel, o que representa um preço de R$ 0,41 e R$ 0,78 mais caro a cada litro. A gasolina A vendida para às distribuidoras passou de R$2,52 para 2,93 por litro. Já o diesel A, aumentou de R$3,02 para R$3,80.

Para o consumidor, o valor final na bomba ainda inclui impostos e margens de lucro das distribuidoras e postos de gasolina. São os primeiros aumentos no preço desde a implementação de uma nova política comercial pela Petrobras, que abandonou o conceito de política de paridade de importação (PPI), em maio. A prática ajustava o preço dos combustíveis com base na cotação do dólar e do petróleo no exterior.

Segundo a companhia, em primeiro momento isso auxiliou a reduzir os preços da gasolina e álcool, evitando repassar o efeito da volatilidade e alta dos preços externos. Mas, o avanço do preço do petróleo no exterior e a disparada do dólar levaram ao reajuste, ocasionado por um “limite de otimização operacional e a realização de importações complementares”.

CONFIRA O LEVANTAMENTO DOS PREÇOS:

FEST AUTO POSTO

14/08/2023

Gasolina comum: R$ 4,67

Gasolina aditivada: R$ 4,82

Álcool: R$ 3,09

16/08/2023

Gasolina comum: R$ 4,89

Gasolina aditivada: R$ 4,95

Álcool: R$ 3,29

DMA DISTRIBUIDORA

14/08/2023