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08/08/2023 às 17h41min - Atualizada em 08/08/2023 às 17h41min

Polícia investiga morte de entregador em Uberlândia; funcionários de locadora são apontados como suspeitos do crime

Corpo de Roberto Alves Bueno Júnior, de 53 anos, foi encontrado na residência dele na última sexta (4)

REDAÇÃO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Roberto Alves Bueno Júnior, de 53 anos, trabalhava como entregador na cidade | Foto: Arquivo Pessoal
A Polícia Civil de Uberlândia abriu um inquérito para investigar a morte do entregador Roberto Alves Bueno Júnior, de 53 anos. O corpo do trabalhador foi encontrado na residência onde ele morava no bairro Tibery. Os suspeitos do crime foram identificados como funcionários de uma empresa que alugava uma moto para a vítima.
 
De acordo com o boletim de ocorrência, registrado na última sexta (4) pela Polícia Militar, a vítima foi encontrada, já sem vida, caída no chão com uma marca de sangue ao redor do corpo. A perícia esteve no local e, a princípio, não encontrou evidências de agressão ou violência, classificando a causa da morte como natural.
 
A história ganhou uma reviravolta após os filhos de Roberto encontrarem, no celular do pai, um vídeo gravado pelo próprio entregador que revela que ele foi agredido momentos antes da morte. As imagens registraram o desentendimento entre Roberto e dois funcionários da empresa Mottu, identificados como Diego Rodrigues Barbacena e Jocsa Eder de Oliveira Rodrigues.
 
Antes de ser agredido, Roberto é intimado por Diego Barbacena a entregar a chave da moto alugada.

 
"Por que você não vai entregar a moto? A gente trabalha na empresa, nós temos ordem para recolher ela, estão cobrando aqui, vamos ter que chamar a polícia para vir aqui", diz o funcionário.
 
Roberto se nega a entregar as chaves e responde: "Não te interessa. A polícia eu já chamei".

Uma discussão entre eles é iniciada e, na sequência, ocorre a violência. O vídeo fica com a tela escura e apenas é possível ouvir a voz da vítima, que parece estar sendo agredida.
 
VEJA O VÍDEO (ATENÇÃO: IMAGENS FORTES)

Vídeo: REPRODUÇÃO
 
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Após ter acesso às imagens, a Polícia Civil informou que a Delegacia Especializada de Homicídios providenciou o encaminhamento do corpo ao Posto Médico-Legal quando o cadáver já estava a caminho do sepultamento.
 
Segundo a PC, Diego Barbacena, apontado como um dos suspeitos do crime, foi localizado e preso em flagrante no último domingo (6). De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP), Diego permanece detido no Presídio Professor Jacy de Assis.
 
O outro suspeito, Jocsa Eder de Oliveira Rodrigues, ainda é procurado pelas autoridades. Segundo a Sejusp, ele tem passagem pelo sistema prisional e foi solto em setembro de 2014 após um alvará concedido pela Justiça.

 
 
Conforme a Polícia Civil, o que se sabe até o momento é que a vítima alugava uma motocicleta de uma locadora da qual os agressores são funcionários e houve um desacordo comercial entre eles. Segundo os investigadores, os suspeitos se dirigiram até a casa da vítima, local onde a agrediram e levaram a motocicleta em seguida. A investigação continua.  
 
Um segundo vídeo recebido pela produção do Diário mostra os suspeitos deixando o local do crime carregando a moto. VEJA ABAIXO:


Vídeo: REPRODUÇÃO
 
DEPOIMENTO
Em entrevista ao Diário, o sobrinho de Roberto contou que, no dia 3 de agosto, a empresa bloqueou a moto do entregador e tentou tomá-la de volta. Segundo o relato do familiar, mesmo assim o tio levou a moto para casa empurrando-a. Ainda de acordo com o sobrinho, Roberto não devia nada à empresa. “Temos todos os comprovantes de pagamento, inclusive de agosto que já havia sido pago. [Ele] enviava os comprovantes no WhatsApp da empresa. Encontramos tudo lá”, afirmou.
 
A produção do Diário não conseguiu contato com as defesas de Diego Rodrigues Barbacena e Jocsa Eder de Oliveira Rodrigues. A reportagem também tentou contato com a empresa Mottu para obter um posicionamento sobre o ocorrido, mas as ligações não foram atendidas.

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