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04/08/2023 às 12h10min - Atualizada em 04/08/2023 às 12h10min

Uberlândia lidera índice de ocorrências envolvendo abelhas e marimbondos na região; confira cuidados

Especialista explica possível motivo do aumento de casos e importância desses insetos para o meio ambiente

KAUÊ ALTRÃO I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Conforme os Bombeiros, grande parte das ocorrências envolvem a retirada de colmeias I Foto: FREEPIK
O número de ocorrências envolvendo a captura de insetos como abelhas, marimbondos e vespas em Uberlândia cresceu 13% neste primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com dados do Corpo de Bombeiros, somente de janeiro a junho, foram registrados 147 chamados desta natureza. No ano anterior, foram 129.  

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Do total de registros, pelo menos 24 ocorreram no último mês, o que equivale a, aproximadamente, uma ocorrência a cada 2 dias. Uberlândia lidera chamados desse tipo entre as principais cidades da região e contabiliza quase o dobro de casos em comparação com Uberaba, por exemplo.
 
Os chamados na cidade são quatro vezes mais recorrentes do que em Ituiutaba, nove vezes em relação Patos de Minas e dezesseis vezes mais do que Araxá. As cidades vizinhas relataram respectivamente 58, 3, 15 e 9 ocorrências no mesmo período.
 
Além dos Bombeiros, o Centro de Controle de Zoonoses de Uberlândia também apresentou um aumento de 20% na prestação de auxílio à população para estes casos, registrando 157 chamados envolvendo abelhas e 379 envolvendo marimbondos.
 
Em entrevista ao Diário, o Sargento do Corpo de Bombeiros, Márcio Silva, contou que o maior número de ocorrências na região está relacionado à retirada de colmeias e enxames, principalmente da Abelha Europa, cientificamente chamada de ‘Apis mellifera’.
 
Esses insetos são considerados peçonhentos por possuir um ferrão que, com a picada, injetam veneno. O caso pode se agravar em casos de pessoas alérgicas. Já os marimbondos e as vespas chegam a ser mais agressivos, podendo ferir a vítima mais de uma vez.
 
AUMENTO DOS CASOS
No município, para o Sargento dos Bombeiros, existem variados fatores que podem explicar esse aumento das ocorrências, principalmente, devido à diminuição do habitat destes animais no meio rural.
 
“A vinda desses insetos para a cidade pode se dar por parte das queimadas e desmatamento, isso causa esse movimento delas para o meio urbano. Não há um rumo certo para elas irem, elas acabam indo para indústrias, casas, comércios. O que pode causar o encontro delas com as pessoas. Mas, isso tudo é motivado pela procura desse novo local para instalar a colmeia”, conta.
 
A reportagem também conversou com o apicultor Cláudio Franco. O especialista aponta que outro motivo que favorece a vinda desses insetos para a cidade e o aumento das ocorrências é a abundância de áreas verdes que o município têm no meio urbano e a procura por alimento, que também estimula essa migração.
 
“Nós temos em Uberlândia uma grande quantidade de parques lineares, árvores próximas de córregos. Bairros com uma muitas de árvores. Essa tentativa de arborizar a cidade também influência. Na cidade temos muitas árvores e plantas que as abelhas gostam e são atrativas”, explica.
 
Ainda conforme o apicultor, é preciso que a população adote cuidados na retirada das colmeias e o zelo para com esses insetos. “As abelhas são polinizadoras essências para muitas plantas. É algo fundamental para a reprodução delas e a produção de frutas e sementes. Isso, logicamente, também afeta o alimento disponível para mamíferos e pássaros e caso haja um extermínio desses insetos, o impacto é direto na fauna local e a cadeia alimentar”, complementa.
 
CUIDADOS
Conforme o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), entre janeiro e junho, foram registradas três ocorrências envolvendo ataques desses insetos.
 
Casos em que estes se instalem em residências ou localidades com altura inferior a 2 metros, de forma que ofereça riscos, a população pode acionar a Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ). Já o Corpo de Bombeiros atua quando há ocorrências em altitudes maiores. A UVZ pode ser acionada pelo telefone: (34) 3213-1470. Para os casos de competência do Corpo de Bombeiros, acione o 193.
 
Em caso de ataques, siga as dicas a seguir para se proteger:
 
• Saia da proximidade do enxame sem fazer movimentos bruscos. Evite abanar chapéus ou mãos e não tente acertar as abelhas.
• Se você identificar o local do enxame, afaste-se para o lado oposto, movendo-se em zigue-zague próximo a árvores com calma.
• Evite confrontar ou matar as abelhas, pois elas podem liberar feromônios que atraem outras abelhas, aumentando o risco de ser atacado.
• Procure abrigar-se em ambientes fechados para se proteger e, se possível, cubra-se com tecidos de cor branca, evitando cores fortes.
• Evite ficar deitado no chão, pois isso aumenta a chance de ser atacado por abelhas.
• Proteja especialmente os olhos e o rosto, pois são áreas sensíveis que podem ser mais vulneráveis a picadas.

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