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16/07/2023 às 12h00min - Atualizada em 16/07/2023 às 12h00min

Cesta básica fica R$ 18 mais barata em Uberlândia

Queda no preço dos alimentos impulsionou deflação pelo segundo mês seguido

VINÍCIUS LEMOS | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
CBA acumula redução de 6,13% no primeiro semestre | Foto: Agência Brasil
Com deflação pelo segundo mês consecutivo, puxada principalmente pela queda de preços dos alimentos, a cesta básica ficou mais barata para o uberlandense. De acordo com o Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes-UFU), o valor da cesta básica em junho teve preço médio de R$ 646,22, o que significa uma queda 2,77% em relação ao mês anterior. 

Em maio, o IPC apurou que a cesta básica custaria, em média, R$ 664,63. Com o valor R$ 18 mais barato de junho, a cesta acumulou queda de 6,13% no primeiro semestre de 2023 em Uberlândia. No último mês, oito dos 13 itens que compõem a cesta contribuíram para a queda do gasto mensal. Destaque para a variação de -12% apresentado pelo óleo de soja e também pelo feijão e da variação de -5,22% da carne. A proteína tem a maior participação relativa no gasto da Cesta Básica de Alimentos (CBA), superior a 30%.

Segundo o economista do Cepes-UFU, Henrique Barros, os valores mais em conta seguem um cenário em que fatores sazonais influenciaram menos em safras e também de acomodação de preços pelo mundo, além de queda do dólar. “Tivemos boas safras globais e, no Brasil, retomada de cadeias globais e normalização de distribuição de produção e insumos afetada pela guerra na Ucrânia. Além disso, commodities tiveram reduções de cotações. O dólar, que chegou a R$ 5,32 no fim do ano passado, hoje está variando na casa de R$ 4,80. Isso faz diferença também”, explicou.


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DEFLAÇÃO
A mesma lógica que levou à diminuição do valor da cesta básica, explica inflação em queda em Uberlândia. Em junho, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) ficou em – 0,09%, segundo mês com deflação no município. Em maio, a variação do índice foi de – 0,20%. Assim, a inflação acumulada em 2023 é de 2,13% após o fim do primeiro semestre.

“Deflação quer dizer que a maioria ponderada dos preços baixou. É uma lista de mais de 200 itens pesquisados e houve destaque na redução do grupo alimentos e bebidas. Ele é o de maior peso (no levantamento), por ser o principal gasto de uma família”, disse Henrique Barros.

O movimento de recuo nos preços foi registrado em cinco grupos, que apresentaram variação negativa. Alimentação e bebidas tiveram variação de -1,42%, com destaque carnes e para leite e derivados. Transportes, saúde e cuidados pessoais, artigos de residência e educação também tiveram reduções.

IMPACTO POSITIVO
Essa “inflação negativa” tem impacto positivo, principalmente para famílias de renda mais baixa, segundo avaliou o economista do Cepes-UFU. Ele lembrou que com alimentação com preços em baixa, a pressão sobre o orçamento familiar diminui. Em 2022, houve não só aumento dos valores de produtos de cesta básica, como queda na renda familiar em geral.

MARGEM PARA REDUÇÃO
Barros avalia que ainda há margem para que preços sigam caindo. “Os preços por atacado acumulam queda há alguns meses, como mostra o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) há uns dois ou três meses. A tendência é que (esses valores mais baixos) cheguem na ponta da cadeia nos próximos meses também. Existe margem para queda em produtos alimentícios”, analisou.

Existem fatores, contudo, que devem ser levados em consideração, como aumento dos valores da energia elétrica e retomada de impostos federais para a gasolina. Eles podem afetar diretamente a cadeia e elevar custos.



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