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18/06/2023 às 08h00min - Atualizada em 18/06/2023 às 08h00min

Brechós conquistam o gosto do público masculino, em Uberlândia

Homens têm procurado lojas para garimpar peças a preços mais acessíveis, buscando exclusividade e sustentabilidade

IGOR MARTINS | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Na onda do consumo consciente e da redução do desperdício, os brechós conquistaram espaço no mercado de Uberlândia. Amplamente conhecido e difundido pelo público feminino, o segmento agora tem despertado cada vez mais o interesse de outro público: os homens. 

O redator Lucas Ribeiro, de 27 anos, conta que começou a explorar os brechós em 2017. Ele sempre se interessou pelo mundo da moda e, com o retorno das tendências dos anos 80 e 90, começou a buscar por peças de roupa “direto da fonte”. A saída foi procurar nos brechós, já que as grandes lojas costumam atualizar as coleções e, com isso, muitas blusas, camisetas e calças acabam saindo de linha.

De acordo com Ribeiro, a maior oferta de peças de roupa aumentou consideravelmente de uns anos para cá. Apesar de encontrar poucos brechós exclusivamente masculinos, vários estabelecimentos da cidade passaram a trabalhar com vestuário para homens, tornando mais fácil a garimpagem e as chances de conseguir um bom negócio.

“Comecei a comprar nos brechós por conta da originalidade das peças e por conta dos preços também. Eu nunca encontrei um brechó exclusivamente masculino, mas encontrei alguns que tinham roupas masculinas. A principal diferença do brechó para as lojas convencionais são as peças em si. Existem tendências que estão fora do mercado e não são encontradas mais, mas são vistas nos brechós”, explicou Lucas.

Outro ponto citado pelo redator é a exclusividade. “Comprar em brechó me dá a sensação de estar usando algo que só eu vou ter, pelo menos até eu passar essa peça para frente novamente”, detalhou.

Além da economia financeira e da exclusividade das peças, Lucas também costuma optar pelos brechós pensando na sustentabilidade. Quando uma roupa é adquirida neste tipo de empreendimento, o meio-ambiente agradece. Isso porque a produção de roupas novas exige o gasto de água, desgaste de solo, uso de agrotóxicos e descarte incorreto de resíduos. Os brechós aparecem como opções sustentáveis e ainda fortalecem a economia local.

“Acho muito bacana isso de manter o ciclo da roupa renovado no lugar do descarte. A gente sabe que a produção de roupas pode ser muito prejudicial em âmbito ecológico, então fazer a vida útil da peça aumentar é uma boa opção. Até porque a moda é cíclica e algumas peças sempre vão voltar, inclusive guardo umas peças coringa que sei que sempre estarão presentes no meu guarda-roupas, independente da tendência”, contou o uberlandense.


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OPORTUNIDADE DE NEGÓCIO
 
 
Tatiane Lima, de 31 anos, viu no brechó a oportunidade de empreender no nicho de moda em Uberlândia. Em entrevista ao Diário, a empresária conta que desde criança, sob influência da mãe, visita empreendimentos do tipo na cidade. A paixão virou um negócio e, após ser desligada da empresa onde trabalhava em 2019, ela resolveu abrir a própria loja.

Na época, Tatiane optou por focar na moda masculina ao perceber a necessidade e a demanda do público na cidade. Segundo ela, grande parte dos brechós da cidade ainda foca exclusivamente em roupas para mulheres, sendo que algumas outras oferecem peças masculinas, ainda que em menor quantidade.

“Surgiu essa oportunidade e comecei a expor peças masculinas. Tem público. Eu fui investindo e as coisas foram acontecendo. Fui entendendo a necessidade dos homens. Muitos chegam e falam que nunca viram um brechó exclusivamente masculino antes. Sempre recebi feedback positivo. Tem dado super certo”, disse.

Tatiane explicou que o empreendimento começou no mundo virtual, mas a demanda foi tão grande que ela acabou optando por abrir um espaço físico. Desde então, ela conta que a procura aumentou cerca de 80% na loja e o futuro é ainda mais promissor, levando em consideração a mudança de consumo e uma maior preocupação com a sustentabilidade.

Já Israel Machado Resende está no mercado de brechós há mais de 20 anos. Ele abriu a própria loja no bairro Martins e, com a difusão da internet, o empreendimento tem prosperado cada vez mais. O foco do negócio inicialmente foi a venda de peças femininas, no entanto, hoje, mais de 80% já está voltado para o público masculino.

De acordo com o empresário, a procura dos homens tem sido significativa, especialmente após a pandemia de covid-19. Resende trabalha com calçados, tênis, ternos, blazers e bermudas, e a maioria das vendas segue sendo no formato físico. Isso acontece, segundo ele, porque boa parte do público ainda prefere experimentar as roupas antes de compra-las.

“O movimento do brechó, incluindo dos homens, aumentou muito. O pessoal procurava mercadoria antigamente, mas não sabia achar. Tudo ficou mais acessível. O mercado é promissor. Temos que entregar mercadorias de qualidade a um preço acessível. Tem muito espaço para crescer”, relatou.


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