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28/05/2023 às 13h00min - Atualizada em 28/05/2023 às 13h00min

Faturamento do e-commerce em MG cresce 22% no 1º trimestre; segmento corresponde a 70% do lucro para lojistas de Uberlândia

Dados de plataforma de comércio digital apontam que negócios geraram receita de R$ 72 milhões, entre janeiro e março de 2023

SÍLVIO AZEVEDO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Lojista do segmento de calçados e bolsas começou a investir nas vendas online há sete anos | Foto: Arquivo Pessoal
Um levantamento da plataforma Nuvemshop, feito com mais de 100 mil lojas online, revelou um aumento de 22% do faturamento de comerciantes mineiros com o e-commerce no primeiro trimestre de 2023, em relação ao mesmo período do ano anterior. Em Uberlândia, as vendas virtuais já representam uma média de 70% do faturamento de empresários locais, ouvidos pelo Diário.  

O crescimento do comércio virtual aconteceu, justamente, em 2020, ano em que a pandemia da covid-19 provocou o fechamento do comércio e fez com que empreendedores tivessem que se reinventar para manter uma receita em meio à incerteza da economia. 

Em 2019, somente de janeiro a março, este modelo de negócio gerou R$ 6,89 milhões em receita para as empresas de Minas Gerais. Em 2020, o lucro saltou para R$ 11,6 milhões, na análise do mesmo período. Em 2021, houve um novo crescimento. Foram R$ 42,5 milhões em faturamento no primeiro trimestre. Já em 2022, esse mesmo índice foi de R$ 58,8 milhões, uma alta de 38%. Neste ano, o montante já atingiu a marca de R$ 72 milhões.

A empreendedora Gracielle de Jesus está entre os exemplos de quem teve que adaptar ao e-commerce durante a pandemia. Pouco antes da crise sanitária, em novembro de 2019, ela abriu, junto com a irmã, a Marô Boutique, uma loja de roupas femininas. “Com a pandemia tivemos que nos reinventar. Não tínhamos experiência de mercado, já que éramos trabalhadoras de carteira assinada por toda vida. Mas, mantivemos a loja física por dois anos, fazendo ações todo mês, testando o que seria melhor e vimos que o online rendeu bem”, contou.

Dois anos depois, em 2022, as irmãs decidiram fechar a loja física e focar os negócios no e-commerce. “Foram dois anos, um tempo que tivemos para nos estruturar. A princípio éramos novos no mercado, fizemos um trabalho com influencers, conseguimos um número mínimo de seguidores, até porque essa questão de venda online impacta demais. Construir uma marca não é da noite para o dia”, destacou.

Entre as ações que a loja realiza estão as “live shops”, ou vendas ao vivo no perfil do Instagram, que atualmente correspondem a 70% do faturamento. “É o foco da loja. Nossos canais de venda fazemos via Instagram, Whatsapp, mas as lives são os gargalos. Temos agendas semanais que abrimos no Instagram, e faz a venda ali, o momento de volume. Normalmente a média é de 30 sacolas por live. Cada uma tem uma estratégia. Temos um planejamento e, quanto mais dedicamos tempo, maior o retorno”, informou.

A proprietária da loja Zambeze, Cleide Pacheco, que atua no comércio de calçados e bolsas, também tem tido ótimos resultados com o formato de vendas online. Com 20 anos de mercado, ela revela que iniciou a atuação no e-commerce há sete anos e que, hoje, este formato é responsável por 70% do faturamento. 

“Quando montei o e-commerce, queria que a loja fosse uma marca conhecida. Então, na minha cabeça, projetei colocar a loja virtual, fazer o nome ser reconhecido nacionalmente, tenho a marca registrada que coloco nos calçados. Com isso, eu posso, depois de uns anos, se tiver alguém interessada em comprar a loja, vender e aposentar. Por isso montei a loja virtual”.

A empresária conta que a loja teve um crescimento considerável mesmo com as medidas sanitárias.  “Quando veio a pandemia, a loja física ficou fechada e não tinha como eu fazer nada. Pensei que ia quebrar, fechar a loja. No primeiro mês da pandemia, houve queda nas vendas. Mas, como eu já estava estruturada desde 2017, no segundo mês houve uma reviravolta tão grande, triplicamos o volume de vendas e isso fez com que eu conseguisse sobreviver. Se fosse só pela física, tinha fechado”.

Mas, nem tudo são flores no ramo do comércio digital. Em entrevista ao Diário, Cleide disse que se manter no mercado do e-commerce é uma tarefa árdua. Recentemente, ela deu outro passo, inserindo a loja no modelo de marketplaces, que é a venda dos produtos em sites de grandes redes varejistas.

“Mas o mais difícil não é montar o e-commerce. É saber sobre tráfego, saber comunicar com o público. É trabalhoso, mas tinha noção sobre isso. Todas as redes sociais foram pensadas e trabalhadas para o meu público. Foi aí que fui para outros canais de venda, loja física, e-commerce e o marketplace, com contas no Mercado Livre, no Magalu e na Shoppe. Dando certo, vamos expandir para mais um, a Amazon”. 


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DO FÍSICO PARA O DIGITAL

Outra empreendedora que tinha loja física e mudou para o e-commerce foi Tati Ster, proprietária da Foll Acessórios. Com mais de 20 anos de mercado, a empresária resolveu mudar o modelo de negócios durante a pandemia, abrindo seu site de vendas, o que segundo ela, valeu muito a pena.

“Em pouco tempo estava faturando o mesmo da loja física, que já tinha mais 20 anos. Com menos de um ano, já faturava o mesmo da loja física. Esse ano já consegui dobrar as vendas do que vendia ano passado”.

Para alcançar o resultado, a empresária diz que precisou conhecer o modelo de e-commerce antes de se aventurar. “No primeiro semestre de 2021 fiquei estudando e-commerce, construindo a marca, decidindo os produtos e, em julho de 2021 lancei a loja virtual”, revelou.

Incentivadora do empreendedorismo digital, incluindo um perfil no Instagram que trata sobre o tema, a empreendedora acredita que ainda há muito que ser explorado nesse modelo de negócio. “O mercado de e-commerce brasileiro é uma potência que pode ser explorado. Muitas pessoas não têm conhecimento sobre o mercado e as oportunidades que ele oferece. Quando foquei nesse modelo, vi que com ele conseguimos muito mais resultados”.

A comerciante destaca que é importante que os empreendedores busquem conhecimento, que pode ser o diferencial para o sucesso do negócio. “Para entrar nesse modelo de negócio, o primeiro passo é estudar, mergulhar fundo, entender como funciona e conhecer sobre o seu nicho. Creio que o principal risco é a pessoa desistir antes de dar o resultado. Ele pode ser rápido, ou não. Mas se persistir, ir estudando, ajustando as estratégias com os desafios que vão surgindo, vai dar certo. Todo que existe se vende na internet”.

EVENTO
Aproveitando a alta do mercado virtual, o e-commerce será o tema do ExpoEcomm Uberlândia 2023, que acontece no próximo dia 30 de maio, das 14h às 21h, na CDL Eventos e Convenções.

“Estamos rodando o interior do Brasil, movimentando muitos negócios. Em Uberlândia, esperamos receber 500 empresários que desejam se atualizar sobre as novidades do setor e alavancar as vendas online”, afirmou William Israel, diretor do ExpoEcomm.
 
Entre as atividades, oito palestrantes abordarão temas como branding, performance, experiência do cliente, gestão, marketing digital, entre outros temas relevantes para o mercado de e-commerce, entre eles, Babi Tonhela do E-commerce na Prática e Ricardo Souza cofundador do iFood. Os ingressos para o evento já estão sendo vendidos no site da ExpoEcomm.



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