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13/05/2023 às 13h00min - Atualizada em 13/05/2023 às 13h00min

Uberlândia fecha 1° trimestre do ano com mais de 320 mil pessoas endividadas

Dados da Serasa Experian mostram um aumento de 21 mil inadimplentes, em comparação ao mesmo período do ano passado

SÍLVIO AZEVEDO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Ticket médio por inadimplente chegou a R$ 5.477,54 | Foto: Agência Brasil
Dados da Serasa Experian mostram que Uberlândia fechou o primeiro trimestre de 2023 com mais de 320 mil pessoas inadimplentes. O número é 7% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando 299.493 pessoas estavam negativadas, sendo um aumento de mais de 21 mil endividados. 

Ainda de acordo com o levantamento, até o mês de março deste ano foram registradas 1.565.633 de dívidas. O ticket médio por dívida foi de R$ 1.122.18 e, por inadimplente, chegou a R$ 5.477,54. 

Conforme dito pelo economista e consultor financeiro, Douglas Dias Braz, o início do ano é o período em que as pessoas mais se endividam. A situação ocorre em razão dos pagamentos dos impostos e tributos, como o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU). Mesmo sendo custos anuais e previstos, a maioria da população não se prepara para conseguir quitar as taxas sem dificuldades.

“Nós sabemos que eles vão acontecer e devemos nos preparar. Uma boa forma de preparação para esse momento de custos maiores é somar o valor de todos eles e dividir por 12 meses. O resultado dessa conta nos mostrará o quanto será necessário poupar por mês, nos próximos 12 meses, para conseguir lidar com esses custos no próximo ano sem que isso comprometa nosso orçamento”.

Douglas ressalta ainda que a pandemia da covid-19 aumentou significativamente o endividamento da população. “A pandemia tem uma grande importância para explicar essa elevação no número de famílias endividadas em nosso país, que passou de 67,8% em 2020, para 78,9% em 2022”. 

Ainda de acordo com o economista, a política monetária brasileira também influencia nos números. “O aumento da taxa básica de juros elevou o custo do crédito, fazendo com que as dívidas ficassem mais caras, bem como a aceleração da inflação, que reduziu o poder de compra e apertou o orçamento da população, principalmente a parcela mais pobre”.


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CARTÃO DE CRÉDITO
O cartão de crédito é responsável por 86,6% das dívidas, segundo o economista Douglas. Para ele, é importante as pessoas observarem alguns sinais para evitar entrar na armadilha da inadimplência.

“Analisar o extrato e as faturas dos últimos dois meses pode ser um bom começo para que você consiga identificar qual é sua estrutura de gastos e quais são os elementos que mais comprometem o seu orçamento. A partir dessa fotografia financeira é possível identificar gastos a serem alterados ou até mesmo vislumbrar a necessidade de aumentar a receita mensal para equilibrar as contas dos próximos meses”.

O analista financeiro indica ainda que, caso a pessoa esteja se endividando, é necessário identificar a causa e fazer um levantamento detalhado sobre as características das dívidas, como saldo devedor total, custo efetivo total da dívida (CET) e número de parcelas.

“É importante fazer um planejamento financeiro para saber qual é o espaço que você tem no orçamento para lidar com a eventual parcela de uma nova dívida e o que te ajudará a quitar as anteriores. Tentar pegar uma nova linha de crédito no mercado que seja mais barata que as que você tinha anteriormente e que te permita unificá-las. Isso vai simplificar o contexto para que você consiga se organizar melhor financeiramente”.

Porém, para aqueles que já estão inadimplentes, Douglas aconselha consultar o site da Serasa e ver se há alguma oferta de negociação de dívida disponível. “Faça um controle financeiro, estabelecendo metas de gastos, para que você evite voltar para a situação de endividamento. Também, tente construir uma reserva de emergência, pois esse é o elemento que te auxiliará a lidar com eventuais imprevistos que aparecem nos próximos tempos”, finalizou. 

 

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