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16/04/2023 às 13h00min - Atualizada em 16/04/2023 às 13h00min

Em um ano, casos de sífilis aumentam quase 17% em Uberlândia

Cidade teve 436 pacientes diagnosticados em 2022; Município realizou mais de 5 mil testes rápidos

SÍLVIO AZEVEDO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
O exame de detecção da doença é sigiloso e feito com a coleta de uma gota de sangue | Foto: PMU/Divulgação

Em um ano, o número de casos confirmados de sífilis aumentou quase 17% em Uberlândia. Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) mostram que em 2022 foram registradas 436 notificações da doença na cidade, enquanto no ano anterior 373 pessoas foram diagnosticadas com a Infecção Sexualmente Transmissível (IST). 

Os dados da SES-MG revelam ainda que, desde 2017, o município registra um aumento constante no número de casos positivos de sífilis. Há cinco anos, a cidade diagnosticou 220 pacientes. Já em 2018 e 2019, as notificações subiram para 301 e 344, respectivamente. 

Em 2020, ocorreu uma leve queda no número de casos em relação a 2019. Na época, 333 pessoas receberam o teste positivo para a doença. Contudo, as notificações voltaram a subir nos anos seguintes. 

Ainda de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, entre os anos de 2013 e 2022, cinco pessoas morreram em decorrência da sífilis. Em 2019, foram registrados três óbitos da doença e, em 2022, dois pacientes foram vítimas fatais da enfermidade. 

Segundo o infectologista Cláudio Penido Campos Júnior, o aumento registrado nos últimos anos se trata de uma questão comportamental da sociedade. “A população tem deixado de usar preservativo. Além disso, muitos acreditam que estão seguros utilizando a medicação contra o HIV. Ficaram despreocupados com o HIV, mas acabam se expondo a outras ISTs, como é o caso da sífilis”, explicou. 

Conforme dito pelo médico, parte dos pacientes assume o risco do contágio durante uma relação sexual. “Alguns pacientes relatam descuido e esquecimento. Outros assumem o risco de terem uma relação desprotegida. É importante lembrar que, uma vez que adquiriu a doença, mesmo tratada, se esse paciente se expor, pega a sífilis de novo”.

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TESTES
Uma das formas de detecção da doença é através dos testes realizados pela Secretaria Municipal de Saúde Uberlândia, em unidades de saúde. De acordo com o município, em 2022 foram realizados 5.194 testes rápidos, 7,8% a mais do que em 2021, quando foram feitos 4.816.

O exame é sigiloso e feito com a coleta de uma gota de sangue, que é colocada em uma lâmina com reagente. O resultado sai entre 15 e 20 minutos. 

A testagem está disponível em 15 Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSFs) e seis Unidades Básicas de Saúde (UBSs), além do Ambulatório IST/Aids Herbert de Souza, que fica na rua Avelino Jorge Nascimento, nº 15, no bairro Roosevelt. (Confira a lista de unidades disponíveis abaixo).

Os testes positivos realizados nas UBSs e UBSFs são tratados dentro das próprias unidades. Os pacientes também podem ser atendidos no Ambulatório IST/Aids Herbert de Souza.

“O tratamento varia de acordo com o tipo, dependendo da fase de evolução da doença. Programamos a dose e o tempo de tratamento antibiótico. Em fase inicial, tem duração de 14 dias após o diagnóstico”, disse o Dr. Cláudio.

A DOENÇA
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema Pallidum. A infecção é tratável, tem cura e o tratamento está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

As formas de transmissão são:  relação sexual sem proteção, transfusão de sangue ou congênita, quando uma mãe infectada transmite a doença para a criança durante a gestação ou o parto.

Os sintomas variam de acordo com o estágio da doença. A sífilis primária gera uma ferida, chamada cancro, que é rica em bactérias do Treponema Palllidum, e pode durar entre duas a seis semanas.

Já a secundária, os sintomas surgem em média entre seis semanas e seis meses após a infecção, e duram em média entre quatro e 12 semanas, com surgimento de manchas no corpo, além de febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo.

A sífilis latente é dividida entre recente, com menos de dois anos da infecção, e a tardia com mais de dois anos, mas não tem nenhum sintoma clínico.

O estágio terciário da sífilis pode surgir de dois a 40 anos após o contágio, com lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte. 

ONDE FAZER O TESTE:

  • Ambulatório IST/Aids Herbert de Souza: Rua Avelino Jorge Nascimento, nº 15, Roosevelt

  • UBSF Aurora: Rua Congresso, 743 - Laranjeiras

  • UBSF Bom Jesus: Rua Niterói, nº 225 – Bom Jesus

  • UBSF Canaã II: Av. Jerusalém, 776 - Canaã

  • UBSF Dom Almir: Rua Cirineu Costa de Azevedo, 100 – Dom Almir

  • UBSF Granada II: Alameda Antônio Carlos Vieira da Cunha, 618 - Granada

  • UBSF Jardim Brasília I: Rua Capricórnio, 34 – Jardim Brasília

  • UBSF Jardim Brasília II: Rua Bioti Santos, 100 – Jardim Brasília

  • UBSF Jardim das Palmeiras I: Rua do Cisne, 311 – Jardim das Palmeiras

  • UBSF Jardim Europa I: Rua Rio Corumbá, 1190 – Jardim Europa

  • UBSF Lagoinha: Rua Pio XII, 353 - Lagoinha

  • UBSF Martinésia: Av. José Pedro Ferreira nº. 18 – Distrito de Martinésia

  • UBSF Monte Hebron: Rua Marlos Urquiza Cavalcante, s/n – Monte Hebron

  • UBSF Santa Luzia: Avenida Najla Alípio Abrão, 547 – Santa Luzia

  • UBSF São José: Rua Delfina de Almeida, 197 – Jardim Brasília

  • UBSF Shopping Park I, II e III: Rua Julieta de Oliveira Jordão, 150 – Shopping Park

  • UBS Brasil: Rua dos Pereiras, nº 316 - Centro

  • UBS Custódio Pereira: Avenida: Tito Teixeira, 1236 – Custódio Pereira

  • UBS Nossa Senhora das Graças: Rua Siqueira Campos, 101 – Nossa Senhora das Graças

  • UBS Patrimônio: Rua Chafi Ayub Jacob, 60 - Patrimônio

  • UBS Santa Rosa: Rua Santa Catarina, 2825 – Santa Rosa

  • UBS Tocantins: Rua: Joaquim Carrijo Neto, 758 - Tocantins


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