Autoridades discutem plano de prevenção à violência nas escolas de Uberlândia

Objetivo é traçar ações para coibir e prevenir possíveis ataques dentro instituições públicas e privadas I Foto: IGOR MARTINS

A 9ª Região Polícia Militar e autoridades da área da Educação e Segurança Pública de Uberlândia se reuniram nesta terça (11) para discutir a elaboração de um plano de enfrentamento à violência no ambiente escolar. O objetivo é traçar ações para coibir e prevenir possíveis ataques dentro instituições públicas e privadas do Município.
 
Participaram do encontro os secretários municipais de Educação, Tânia Toledo, e de Segurança Integrada, Sargento Ednaldo, a superintendente Regional de Ensino, a superintendente Regional de Ensino, Onília Maria de Oliveira Borges, e o comandante da 9ª Região da Polícia Militar, Coronel Fernando Reis.

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“Essa reunião é para elaboração de um plano de enfrentamento à violência escolar. Nós sabemos que é uma preocupação das esferas federal, estadual e municipal, e hoje começamos a delinear esse plano de ações”, disse o comandante da 9ª Região da Polícia Militar, Coronel Fernando Reis.
 
De acordo com o comandante, a ideia é discutir e elaborar um plano aplicável, de ações concretas e que possam reestabelecer o ambiente de segurança escolar.

“Os militares estão visitando as escolas, produzindo relatórios, que serão encaminhados para cada uma, assim como para a Secretaria Municipal de Educação, para a Superintendência Regional de Ensino, como, por exemplo, aspectos que precisam ser melhorados na estrutura física de segurança e controle de acesso. Nossas viaturas estão abordando pessoas em atitudes suspeitas no entorno das escolas”, destacou.

 
Entre propostas, estão: a criação de redes de proteção preventivas na rede de segurança escolar, além da constituição de conselhos comunitários de segurança escolar, públicas e privadas. “Também falamos de outras ações, com possibilidade de aplicabilidade imediata envolvendo pais, alunos e educadores, ou seja, toda a comunidade escolar. Precisamos mostrar o que está sendo desenvolvido e o que vamos promover”, adiantou o coronel.
 
Fernando Reis informou ainda que a rede particular também será atendida pela força-tarefa lançada em todo o estado de Minas, intitulada de ‘Operação de Proteção Escolar’. “Já fomos acionados por alguns colégios da rede particular e ficamos de compartilhar com eles o planejamento que está sendo iniciado hoje, e estar próximos para auxiliarmos quando for necessário”.
 
FAKE NEWS
Nesta semana, poucos dias após do ataque a uma escola infantil em Blumenau (SC), em que quatro crianças foram mortas a golpes de facão, ventilaram pelas redes sociais em Uberlândia uma suposta ameaça de massacre em uma unidade de ensino, causando preocupação de pais e uma corrida de pais atrás dos filhos nas escolas.
 
De acordo com o coronel Fernando Reis, a percepção inicial da Polícia Militar é de que trata-se de notícias falsas.
 

“Uma parcela de brincadeiras, de jovens se desafiando em redes sociais, de se buscar suspender um dia de aula, coisas do tipo. Mas, estamos olhando todas as informações, procurando identificar de onde partiu, quem está difundindo esse tipo de mensagem e vamos adotar providências. Sempre que for necessário, vamos adotar as medidas judiciais”, afirmou.

 
O comandante da 9ª RPM reforçou que nenhuma situação está sendo subestimada ou desconsiderada e que tudo é verificado pelo setor de inteligência da Polícia. “As informações que chegam à PM são verificadas pelo sistema de inteligência. Não queremos que nenhum tipo de ataque, ou coisa semelhante, aconteça aqui no contexto da 9ª região como um todo”.
 
EDUCAÇÃO
A secretária municipal de Educação, Tânia Toledo, reforçou que a situação envolvendo segurança escolar é bem mais complexa e que o Município já vinha trabalhando o tema antes mesmo dos últimos acontecimentos no país.
 
“O que temos trabalhado e já não é de hoje, que o prefeito fez questão de chamar essa reunião e que precisamos ter um olhar mais global e pensar nas ações que possamos colocar em prática de imediato. E são ações simples”.
 
A secretária destacou ainda que a participação de toda comunidade é muito importante, principalmente dos pais. “Nesse momento trazemos de forma mais forte, mas a participação da família é importante para o desenvolvimento pedagógico do estudante, na sociedade, na possibilidade de olhar o que é que esse filho faz em casa, com quem ele se relaciona, o nível de envolvimento com a internet. Esse momento é de todos redobrarem as atenções para o desenvolvimento e comportamento das crianças e adolescentes”.
 
A superintendente regional de Educação, Onília Maria de Oliveira Borges, foi contundente em afirmar que o problema existe e que agora é hora de todos buscarem a solução. “Nós temos que pensar em várias ações, pois a coisa veio acelerada. Já existia, mas não nesse volume e as fake news deixam todos desesperados. E isso torna mais difícil e a população fica buscando resposta”.
 
Mesmo com toda a questão da segurança escolar ter sido colocada à prova, com o caso de Blumenau (SC), Onília pede atenção na busca por informações. “A escola em redes de proteção é uma forma de comunicação mais rápida. Isso ajuda em um contato mais rápido. É um ambiente que precisamos muito do apoio dos pais. Os alunos estão preocupados em ir pra escola. Precisamos tentar proteger todos, desde a portaria”.

ESTADO
A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) já havia anunciado, nesta segunda-feira (10), o início da Operação de Proteção Escolar. O trabalho será em âmbito estadual e tem como objetivo principal proteger o ambiente escolar, garantindo a segurança e o bem-estar dos estudantes, professores e demais profissionais do setor.

A operação é desenvolvida por meio das Unidades de Execução Operacional da PMMG e conta com um conjunto de ações integradas que visam combater a violência e a criminalidade nas proximidades e no interior dos educandários, bem como proteger a comunidade escolar em seu cotidiano.

Entre as ações estão visitas a estabelecimentos de ensino, atividades de conscientização e orientação, formação de Redes de Proteção Escolar e fomento à participação no Conselho Comunitário de Segurança Pública Escolar, envolvendo os estudantes, pais ou responsáveis, professores e funcionários das escolas.

Além de oferecer segurança, a operação visa fortalecer a relação entre a comunidade escolar e a Polícia Militar de Minas Gerais, promovendo a participação ativa da sociedade na construção de um ambiente escolar mais seguro e saudável.

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