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06/04/2023 às 11h55min - Atualizada em 06/04/2023 às 11h55min

Construção Civil retoma crescimento e volta a registrar saldo positivo de empregos em 2023

Setor, que fechou o último ano com déficit de vagas, acumula um resultado de 260 oportunidades formais, na soma de janeiro e fevereiro

SÍLVIO AZEVEDO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Setor promoveu 2.474 admissões em 2023 | Foto: Agência Brasil
Após fechar o último ano com saldo negativo na geração de empregos, contabilizando mais demissões do que contratações, o setor da Construção Civil em Uberlândia iniciou 2023 dando sinais de uma retomada do crescimento. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), divulgados na última semana, mostram que, somente nos dois primeiros meses deste ano, a cidade acumula um resultado positivo de 260 vagas formais sob o regime CLT. 

Em 2023, o setor já promoveu 2.474 admissões e 2.214 demissões. Em 2022, o segmento terminou o ano com um resultado no vermelho. Foram 15.556 contratações contra 15.653 desligamentos, um saldo negativo de -97 empregos. Em relação aos últimos quatro anos, o primeiro bimestre de 2023 só perde para 2021, ano em que o saldo foi de 811 vagas geradas.

Atualmente com quatro empreendimentos em obras e com previsão de lançar mais dois ainda neste ano, a incorporadora Perplan é uma das empresas que tem buscado mão-de-obra para atender à demanda. De acordo com o coordenador de recursos humanos, Luiz Fabiano Chaves, em 2023 a urbanizadora já abriu 1 mil vagas diretas e 3 mil indiretas.

“Apesar da crise econômica que atingiu o Brasil nos últimos anos, o setor da construção civil em Uberlândia segue em franca expansão, com muitos negócios acontecendo entre várias incorporadoras e urbanizadoras, inclusive a Perplan. Isso estimula a economia local com novos empregos e oferece oportunidades de investimentos mais seguros para todos os tipos de clientes”.

Segundo ele, a procura segue a oferta e o perfil de compradores varia de acordo com as características dos empreendimentos. “Hoje, o portfólio de empreendimentos da Perplan em Uberlândia está no 4º residencial vertical, dois deles de alto padrão já 100% vendidos. Ainda temos novos negócios na região para clientes de vários tipos e gostos. Com isso, conseguimos oferecer oportunidades tanto para investidores e moradores de Uberlândia e também da região”.


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PERFIL DE MERCADO
Em entrevista ao Diário, o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (Sinduscon-TAP), Pedro Spina, enxerga com boas expectativas o momento vivido pelo setor e projeta um 2023 melhor do que o ano passado. 

“Estamos esperançosos. O mercado de Uberlândia está surpreendendo. Temos uma pesquisa e mostrou que a cidade é a que mais lança e vende imóvel. Estamos tendo Valor Geral de Venda não muito alto, pois é uma cidade que vende imóvel barato. Mas, em quantidade estamos batendo recordes. Agora tem o anúncio da volta do Minha Casa Minha Vida (MCMV), que a cidade foi muito focada nesse programa, faixa 1, subsidiada pelo governo. É uma tendência de voltar, conforme anunciou o governo. Isso pode melhorar o mercado na cidade”, destacou.

A análise do mercado local, citada pelo responsável pelo Sinduscon-Tap traçou um perfil da construção civil em Uberlândia, mostrando que 54% dos compradores preferem casas e sobrados, 26% querem sair do aluguel, 61% estão buscando o primeiro imóvel e 36% visitam, ao menos, três imóveis antes de fechar um negócio. 

Em fevereiro, segundo o relatório, Uberlândia fechou o mês com um estoque de 5.555 unidades no mercado em geral, sendo 81,2% de unidades residenciais verticais (4.511), 18,6% das unidades no mercado horizontal (1.031) e apenas 0,2% no mercado comercial vertical, o equivalente a 13 unidades.

As informações foram retiradas de 164 empreendimentos verticais que lançaram, juntos, 17.875 unidades, que, de acordo com a pesquisa, representam 72,8% da oferta total, e 24 de horizontais, responsáveis por 6.444 unidades lançadas, sendo 26,2% da oferta total lançada na cidade. Já o mercado comercial é responsável por apenas 1%, com 239 unidades.

Em 2023, as unidades mais vendidas foram as de padrão Standard, com valores que variam de R$ 209.001 até R$ 500 mil, com 529, seguido pela econômica, com preço até R$ 209 mil, com 2.198 comercializações (confira a tabela completa ao final da matéria).

Spina explica que o crescimento do mercado das unidades Standard se deu pela mudança de política habitacional no Governo Federal, que fez com que as construtoras passassem a investir em imóveis de padrões melhores.

“Em meados de 2010, teve uma alavancada por causa do MCMV, e isso até 2016. Chegamos a ter 80% dos imóveis que se encaixavam no programa. Não tinha mercado nem de classe média e nem alta. Nos últimos quatro anos, houve um crescimento da classe média, o uso do recurso da poupança e as empresas foram criando unidades para a classe média, o Standard. E também teve o advento da retomada da zona sul, que começou a aparecer e, depois a pandemia, que virou um boom, e virou outra realidade”. 

Já por tipologia, as unidades com dois quartos foram as mais comercializadas esse ano, 747 vendas, enquanto as com três ficou com 128, um dormitório, 115 e quatro, 10.

Para Pedro Spina, esses números mostram que Uberlândia é uma cidade quem tem consumido muito as oportunidades de compra e venda no mercado imobiliário.  “Em linhas gerais, continuamos otimistas porque ninguém falou em desistir de lançamentos, já existe muita coisa que precisa ser concluída, que pode ser melhorado com a vinda do Minha Casa Minha Vida, e a tendência de aumentar a necessidade de mão-de-obra”, reforçou.


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