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31/03/2023 às 12h35min - Atualizada em 31/03/2023 às 12h35min

Uberlândia fica na 68ª posição em ranking nacional das melhores cidades para empreender

Município, que já ocupou 21º lugar da lista, caiu 47 posições na comparação com 2022

SÍLVIO AZEVEDO I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA

Uberlândia despencou 47 posições no Índice de Cidades Empreendedoras (ICE) 2023, em relação ao mesmo estudo publicado no ano anterior pela Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), do Governo Federal. A pesquisa, feita com as 101 cidades mais populosas do Brasil, mede as condições proporcionadas por cada município para o desenvolvimento de atividades empreendedoras. No ranking mais atual, Uberlândia aparece na 68ª posição. Em 2022, a cidade ocupava o 21º lugar.
 
O ICE leva em consideração sete indicadores, chamados determinantes, que são: Ambiente Regulatório, Infraestrutura, Mercado, Acesso a Capital, Inovação, Capital Humano e Cultura Empreendedora, e seus subdeterminantes. Em quatro destes indicadores, Uberlândia figurou entre as 30 cidades, com as seguintes classificações: Infraestrutura (27ª), Acesso Capital (27ª), Inovação (27ª) e Capital Humano (28º). No índice Ambiente Regulatório, o Município é o 33º.
 
Outros indicadores influenciaram um pouco mais a nota negativa, entre eles: Cultura Empreendedora (80ª) e Mercado, índice em que a cidade aparece na penúltima posição. Os medidores que mais derrubaram a nota de Uberlândia no determinante Mercado foram “Contas Públicas” e “Proporção entre Grandes/Médias e Médias/Pequenas empresas”, que no ICE apareceram zerados. Esses dados foram questionados pela Prefeitura.


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Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Agronegócio, Economia e Inovação informou que analisou as planilhas utilizadas para composição do ranking ICE 2023 e identificou inconsistências em dados públicos extraídos pela ENAP para pontuar indicadores da cidade.
 
“São indicadores com dados retirados de sistemas federais como Siconfi (Tesouro Nacional) e RAIS (Ministério do Trabalho e Emprego) e que constam computados adequadamente no ranking do ano anterior (2022). Por isso, o Município já contatou formalmente a ENAP para que haja análise da situação e eventuais correções”.
 
Já a ENAP reforçou que, a respeito dos dados zerados, o ICE é um indicador que reporta os dados encontrados no período da coleta. Para o ICE 2023, a coleta dos 50 indicadores ocorreu entre 05/08/2022 e 23/09/2022.

“Esclarecemos que os dados citados estão zerados porque, no momento da coleta, não constavam nas bases de dados utilizadas. Isso foi checado por vários integrantes da equipe de pesquisa, à época”, informou o ICE.
 
O Diário voltou a questionar a Prefeitura de Uberlândia sobre o período em que houve a atualização dos dados, mas, até a publicação da reportagem, não obteve resposta.
 
CIDADES MENORES E MELHORES RANKEADAS
O ICE apontou ainda que 37 municípios com população menor que a de Uberlândia ficaram à frente da cidade mineira, que de acordo com a prévia do Censo 2022, tem 725.536 habitantes.

Entre esses municípios, estão capitais como Florianópolis (SC), que possui 574,2 mil habitantes e ficou em 2º lugar; Boa Vista (RR), com 634,8 mil moradores, que aparece em 6º; e Palmas (TO), com 334,4 mil habitantes, a 15ª.
  
RANKING DE CIDADES COM POPULAÇÃO MENOR QUE A DE UBERLÂNDIA:
 

  • 13ª - Blumenau (SC): 363,3 mil habitantes
  • 26ª - São José dos Pinhais (PR): 329 mil habitantes
  • 34ª - Marabá (PA): 271 mil habitantes
  • 36ª - Santa Maria (RS): 296 mil habitantes
  • 45ª - Anápolis (GO): 396 mil habitantes
  • 57ª - Gravataí (RS): 279 mil habitantes
  • 59ª - Suzano (SP): 330 mil habitantes
  • 64ª - Campina Grande (PB): 418 mil habitantes
  • 66ª - Ananindeua (PA): 540 mil habitantes
  • 67ª - Canoas (RS): 349 mil habitantes
  • 68ª – Uberlândia (MG): 725,5 mil habitantes


MINAS GERAIS
A pesquisa mostrou ainda que Uberlândia, a nível estadual, ficou com a 4ª posição, atrás de Belo Horizonte, Contagem e Betim, essas duas na Região Metropolitana da capital. Também fizeram parte da pesquisa as cidades de Uberaba, Juiz de Fora, Ribeirão das Neves e Montes Claros.
 
A nível nacional, a capital BH ficou com a 18ª posição, seguida por Contagem (53ª), Betim (62ª), Uberlândia (68ª), Uberaba (78ª), Juiz de Fora (81ª), Montes Claros (88ª) e Ribeirão das Neves (96ª).

 

EMPREENDEDORES
Quem encontrou espaço para empreender em Uberlândia foi o casal Rebeca e Matheus. Após ter trabalhado como maquiadora, social media e secretária, Rebeca resolveu colocar em prática a paixão que alimenta pela gastronomia e abriu uma pizzaria com o marido, que é funcionário público.
 
“Não sabíamos o que abrir, somos um casal extremamente apaixonado pela gastronomia e na pizza foi a forma que achamos para entrar nesse ramo. O diferencial da Santina, com certeza, é o carinho que empregamos nela, com noites e dias aprendendo o processo da pizza estilo napolitana e todos ingredientes de qualidade”.
 
E em uma cidade com diversas empresas do ramo, para empreender bem tem que entrar com um diferencial. “Utilizamos um processo de longa fermentação na massa que torna ainda mais digestível e um sabor sem igual. Utilizamos farinha importada direto de Napoli, na Itália, e o nosso molho é feito com tomates Pelati, também da Itália. Então, acreditamos que tudo isso torna a Santina um diferencial para a cidade de Uberlândia”, contou Rebeca.
 
Para ela, Uberlândia é uma cidade boa para quem quer empreender. “Cada dia temos a oportunidade de estar crescendo mais, e sempre vai necessitar de pessoas criativas que querem empreender e trazer um diferencial para cidade”.
 
Já a estudante jornalismo Ligia Crespin Cypriano estava inconformada com o trabalho, pois não via mais possibilidade de expansão naquele momento e, com isso, resolveu empreender sozinha na área de comunicação.
 
“Sempre tive vontade de empreender, por vir de uma família empreendedora, e esse já era o meu objetivo desde cedo. Então, em 2022, junto com uma amiga, criamos a Clap, uma agência de marketing. Trabalhamos nela de fevereiro a novembro e depois, por questões pessoais, encerramos a sociedade. Desde então, estou em um voo solo, estruturando as bases desse novo negócio, a Cypriano Branding”.
 
E a mudança foi acompanhada com um pouco de dificuldades, mas que aos poucos, Ligia vai superando com força de vontade e conhecimento. “Eu percebo que mesmo com pouco tempo, a constância em divulgar e se empenhar em prestar um determinado serviço abre portas. As coisas começam a se movimentar a seu favor à medida que você se esforça para isso! Claro, não é fácil e muito menos um mar de rosas. São muitas demandas. Mas, já tenho os primeiros contatos, as pessoas já associam a minha pessoa ao trabalho que realizo e, consequentemente, estou fortalecendo a minha marca no mercado.

 

INDICADORES DA PESQUISA
Em relação aos índices, o Ambiente Regulatório avalia o tempo de processos, tributação e complexidade burocrática. A Infraestrutura faz uma análise do conjunto de componentes e serviços que, quando oferecidos em boa qualidade pelo governo, impactam positivamente no sucesso da atividade empreendedora.
 
No determinante Mercado, a pesquisa analisa indicadores de crescimento, renda, gastos, e de sofisticação mercadológica que podem representar oportunidades para novos empreendedores. Já o Acesso a Capital, mostra a disponibilidade de recursos financeiros, e a Inovação, onde são condições necessárias para a criação de negócios com maior potencial de gerar inovações.
 
O Capital Humano é a disponibilidade de mão de obra qualificada e a Cultura Empreendedora, que mostra quanto as pessoas estão engajadas na atividade empreendedora, através de buscas de informações na internet, de aspectos ligados ao empreendedorismo e sobre as instituições que as dão suporte.
  
RANKING DAS 10 MELHORES CIDADES PARA EMPREENDER
 
1º - São Paulo (SP)
2º - Florianópolis (SC)
3º - Joinville (SC)
4º - Brasília (DF)
5º - Niterói (RJ)
6º - Boa Vista (RR)
7º - Curitiba (PR)
8º - Rio de Janeiro (RJ)
9º - Macapá (AP)
10º - Goiânia (GO)


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