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08/03/2023 às 18h47min - Atualizada em 08/03/2023 às 18h47min

Gasolina volta a subir em Uberlândia: preço do litro pode chegar a R$ 5,29 em alguns postos

Após reoneração, valor do combustível subiu, em média, R$ 0,26; economista fala sobre alternativas para diminuir gastos

SÍLVIO AZEVEDO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Diário realizou uma pesquisa com seis postos de várias regiões da cidade | Foto: Agência Brasil

Após uma semana da reoneração dos combustíveis, o preço da gasolina em Uberlândia subiu, em média, R$ 0,26. O Diário realizou uma pesquisa com seis postos de várias regiões da cidade e comparou os valores praticados no dia 28 de fevereiro, um dia antes da Medida Provisória entrar em vigor, com os preços encontrados nesta quarta-feira (8). Em alguns estabelecimentos, o valor da gasolina chega a R$ 5,29 o litro.

Conforme apurado pela reportagem, há uma semana, em cinco postos, o preço da gasolina estava a R$ 4,99. Em outro estabelecimento, o valor era de R$ 5,17. Contudo, nesta quarta, os valores encontrados variam de R$ 5,27 a R$ 5,29. 

Em contrapartida, o etanol não sofreu reajuste significativo. Em três postos, o valor do combustível segue o mesmo da última semana, de R$ 3,79. Em outro estabelecimento, o preço subiu apenas R$ 0,01, passando de R$ 3,77 para R$ 3,78. Por fim, outros dois postos tiveram queda no valor, sendo que em um deles a diminuição foi de R$ 0,12, passando de R$ 3,99 para R$ 3,87. 

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De acordo com o economista Guilherme Silva Araújo, o novo governo assumiu compromissos com a sociedade durante o período eleitoral e precisa honrar, o que demanda encontrar fontes de receita para cumprir os planejamentos. O retorno da tributação sobre os combustíveis é uma das alternativas.

“Pela lei orçamentária, o governo não pode ampliar gastos sem designar uma fonte de receita. Do mesmo modo, a independência do Banco Central diminuiu a liberdade de o governo financiar gastos via tesouro nacional. O retorno da tributação sobre os combustíveis é um caminho natural, dada as dificuldades apontadas. Se os novos gastos contribuírem para o aumento da produtividade da economia, o retorno para a sociedade será positivo”. 

Guilherme reforça que ainda não é possível prever os efeitos da reoneração sobre os preços dos combustíveis. Enquanto isso, propõe algumas estratégias para diminuir o impacto desse reajuste no orçamento da população.

“Optar pelo transporte público ou esquema de carona ajuda a diminuir os custos. Também tem os meios de transporte alternativos. Eu, por exemplo, moro relativamente próximo ao trabalho e uso a bicicleta como meio de transporte. Não custa lembrar que precisamos pensar além do luxo do carro, que tem um custo financeiro e social importante”.

ALTERNATIVAS
O estudante Bernardo Pereira, de 20 anos, abastece entre cinco a oito vezes ao mês e usa o carro para poder ir à faculdade. Entre as alternativas encontradas, está a permanência por mais tempo no local de estudo, evitando assim, um maior consumo do combustível.

“Como estudo integral, já pensei em ir de bicicleta para a universidade para economizar no bolso, porém, minha solução foi escolher ficar na universidade o dia todo, sendo assim, eu só gasto gasolina na ida e volta. Não volto mais em casa nem para almoçar e acabo usufruindo das disponibilidades da UFU, como o Restaurante Universitário”.

O analista de testes, Brenno Soares Santos, de 21 anos, também sentiu o reajuste no bolso. Ele, que abastece, em média, duas vezes na semana, viu o orçamento ficar ainda mais apertado, pois estuda longe de casa.

“Como tenho aula de segunda a quinta na UFU e moro em uma distância relativamente grande da universidade, o reajuste atrapalha bastante no fim do mês por ter que pagar um valor mais alto para abastecer a quantidade necessária para me movimentar na cidade. Tem dias que chego a andar mais de 30km e como o carro é 1.8 costuma gastar mais gasolina, e por isso o reajuste pesa muito”.

Mesmo com o reajuste, Brenno não tem outra alternativa pois o trabalho, mesmo em home office, muitas vezes exige deslocamentos. “Trabalho em uma grande empresa de tecnologia e o modelo home office me ajuda a conciliar o tempo entre universidade integral e trabalho, e com isso, preciso chegar o mais rápido possível em casa, na faculdade ou em qualquer outro lugar que tenha Wi-Fi para poder trabalhar”.

Caso o preço da gasolina aumente ainda mais, Brenno não vê outra alternativa a não ser encontrar vizinhos para dividir o preço do combustível. “Caso o preço da gasolina aumente ainda mais, serei obrigado a procurar pessoas que moram perto de mim, sejam amigos ou pessoas que frequentem a UFU para ‘rachar’ o preço da gasolina e dar carona para eles de forma a evitar que o meu custo continue aumentando ainda mais, visto que o combustível é apenas mais um dos gastos que tenho por mês”.

Ele afirma ainda que não vê justiça na reoneração pois acredita que a carga tributária brasileira já é muito alta. “Nosso país já tem uma carga tributária muito alta em praticamente todos os produtos e serviços que utilizamos, e creio que o PIS/COFINS presente nos combustíveis só serve para prejudicar ainda mais o trabalhador mais pobre”.


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