04/03/2023 às 13h00min - Atualizada em 04/03/2023 às 13h00min

Alerta contra a dengue: 84% dos focos do mosquito, em Uberlândia, estão em residências

Cidade teve 1,2 mil notificações da doença em apenas 60 dias; Município pede apoio da população e diz que resistência de moradores tem dificultado trabalho de agentes da Zoonoses

SÍLVIO AZEVEDO I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA

Em alguns bairros, taxa de imóveis não acessados chega a 45% I Foto: SECOM/PMU

O número de casos suspeitos de dengue em Uberlândia vem crescendo de forma considerável neste início de 2023. Em pouco mais de 60 dias, a cidade já acumula 1.259 notificações da doença, com uma morte confirmada e dois casos prováveis de chikungunya. Por conta do aumento da infestação, o Centro de Controle de Zoonoses faz um alerta à população para a ampliação dos cuidados em casa, já que, de acordo com o órgão, mais de 84% dos focos do Aedes aegypti estão dentro das residências.

Em entrevista ao Diário, o coordenador do Programa de Controle da Dengue, José Humberto Arruda, destacou que os agentes da zoonose têm encontrado dificuldade em ter acesso às residências por falta de autorização dos proprietários, o que impede que o trabalho seja realizado. “Temos bairros que rodamos quatro vezes e o balanço fecha com 45% de imóveis não acessados. O número aumentou muito depois da pandemia. Na época era compreensivo, mas como passou, estamos tendo dificuldade para restabelecer esse fluxo. Antes não fechava em 30%”, contou Arruda.

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Para evitar uma onda de novos casos, a Prefeitura tem realizado uma série de ações preventivas. De acordo com o coordenador da Zoonoses, o trabalho é amplo e contínuo, mas, atualmente, duas regiões estão recebendo atenção especial.

“Existe um cuidado maior com esse momento na região Sul, próximo ao Anel Viário, e na Leste, com maior número de casos. Neste sábado (4) temos uma ação no São Jorge, na expectativa de resgatar imóveis fechados, além da presença do fumacê”, revelou Arruda.

Entre os trabalhos desenvolvidos, além do fumacê, existe uma parceria com imobiliárias para visitação dos imóveis desocupados, vedação de caixas de água, bloqueio de regiões em casos suspeitos, utilização do fumacê em máquina costal, visita a ferros-velhos e uso de peixes em pontos desocupados.

“É importante explicar que é um produto que está na medida correta, sem perigo. Para isso, pedimos para as pessoas deixarem as portas e janelas abertas para que o produto entre nas residências e aumente a eficácia da ação, pois o mosquito costuma se refugiar dentro das residências. Nos ajudando vai ser mais uma força a mais no combate ao Aedes”, reforçou Arruda.

Outra ação desenvolvida é a de recolhimento de pneus, em parceria com borracharias da cidade. Nos dois primeiros meses deste ano, foram 49.491 recolhidos pelo Centro de Controle de Zoonoses.

Em dois meses, 49,4 mil pneus foram recolhidos pelo Centro de Controle de Zoonoses I Foto: SECOM/PMU

SALAS DE HIDRATAÇÃO
Nesta semana, a Prefeitura reabriu salas de hidratação em sete unidades de saúde para atender pessoas diagnosticadas ou com suspeita de dengue, zika vírus e chikungunya. A iniciativa faz parte do Plano Municipal de Contingência de Doenças Transmitidas pelo Aedes Aegypti e evita que os pacientes tenham complicações já que não há tratamento específico.

A princípio, as salas de hidratação estão nas Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF's) Glória, Shopping Park I, II e III, Lagoinha, Marta Helena, Jardim Célia, Luizote e Morumbi. O horário de funcionamento é das 9h às 21h, de segunda a sexta-feira, e das 7h às 19h aos sábados e domingos.

O secretário municipal de Saúde, Clauber Lourenço, detalhou a necessidade da iniciativa. “Com o aumento dos casos suspeitos, temos que garantir o atendimento dos pacientes, além de desafogar as UAIs que atendem outras enfermidades”.

O secretário destacou também a importância destes cuidados. “Como são doenças sem medicamento específico, o acolhimento nas salas busca aliviar os sintomas, com analgésico, e combater a desidratação, seja por via oral ou venosa. Essa atenção é importante, principalmente em casos graves”.

De acordo com o Município, as salas vão atender pacientes que procurarem qualquer unidade de saúde municipal e que estejam com suspeita e sejam classificados com sinais de alertas. O transporte será garantido pelo Município tanto para as salas quanto para as Unidades de Atendimento Integrado (UAIs) em caso de necessidade de internação.

DENUNCIE OS FOCOS
Lançado em 2019, o aplicativo “Udi sem Dengue” é uma ferramenta disponibilizada de forma gratuita para contato direto entre comunidade e a equipe do Programa de Controle da Dengue, do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Disponível nas lojas de aplicativos, o app permite que a população envie fotos, vídeos e mensagens de texto ou voz alertando as equipes sobre possíveis criadouros do mosquito.

SERVIÇO
APP Udi sem Dengue: Disponível na Apple Store e Google Play
Contato do Centro de Controle de zoonoses para denúncias, ou dúvidas sobre as ações de combate ao Aedes Aegypti: (34) 3213-1470

Salas de Hidratação: