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23/02/2023 às 17h57min - Atualizada em 23/02/2023 às 17h57min

Procon de Uberlândia autua empresas por propaganda enganosa e venda casada de books fotográficos

Agência de “caça talentos” prometia carreira de artista à crianças e adolescentes sem custos, mas depois induzia mães a fazer books de divulgação com empresa indicada

REDAÇÃO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Mães denunciaram prática ao Procon | Foto: Divulgação

A Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) autuou, nesta quinta-feira (23), duas empresas de São Paulo (SP) por praticarem propaganda enganosa e venda casada de books fotográficos, em Uberlândia. Os nomes das instituições privadas não foram divulgadas pelo órgão.

Segundo o superintendente Egmar Sousa Ferraz, o órgão recebeu denúncias de mães que foram abordadas por captadores de talentos em shoppings da cidade, com a promessa de tornar os filhos delas artistas, modelos e atores. Os representantes da agência também pediram que as crianças e adolescentes comparecessem, junto aos responsáveis, em um hotel da cidade, localizado na avenida Rondon Pacheco, para dar início ao processo. 

De acordo com os relatos das mães, ao chegarem no local combinado, a empresa de “caça talentos” realizou uma palestra sobre o serviço e prometeu campanhas publicitárias aos selecionados, com cachês significativos. Outra promessa seria de que nenhuma taxa ou material seria cobrado durante o agenciamento. 

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Em seguida, as crianças e adolescentes passaram por uma entrevista e, após serem selecionadas, a agência induziu as mães a fazer os books para a divulgação do perfil dos filhos à possíveis clientes. O serviço de fotos era cobrado à parte e deveria ser feito com outra empresa indicada pela agência. 

“Prometeram que não haveria custos, mas depois que as crianças eram selecionadas, indicavam uma empresa para fazer as fotos e dar sequência ao trabalho de divulgação das crianças. Isso caracteriza propaganda enganosa e venda casada”, explicou o superintendente do Procon, Egmar Ferraz. 

Ainda de acordo com o responsável pelo órgão de fiscalização, as empresas, tanto a de fotografia quanto a de captação de talentos, não tinham documentação que assegurava a proteção dos dados e imagens das crianças e adolescentes. “Não existem contratos sobre essas imagens, estipulando onde, como e quando serão usadas”, complementou.

Diante das denúncias, as empresas foram autuadas administrativamente e o caso será repassado ao Ministério Público e à Polícia Civil para que outras medidas sejam tomadas. 

“Os pais precisam ter cuidado com a imagem dos filhos, principalmente quando são colocadas nas mãos de empresas que não são confiáveis e itinerantes. Muitas usam da ilusão e prometem carreira e vida melhor às crianças, mas depois somem e vão embora. Quando se trata de dados de menores, isso é muito sério e precisa ter preocupação”, finalizou Egmar.


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