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04/02/2023 às 13h00min - Atualizada em 04/02/2023 às 13h00min

Ceasa de Uberlândia registra aumento de até 271% em preços de hortifrútis

Período de entressafra e condições climáticas têm impactado nos valores de frutas e verduras na unidade

IGOR MARTINS I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Tomate puxa lista de produtos que apresentaram maior redução de preço no período I Foto: ARQUIVO DIÁRIO
Cerca de 44 produtos entre frutas e verduras apresentaram alta nos preços durante o mês de janeiro, de acordo com a Central de Abastecimento (Ceasa) de Uberlândia. Do total, pelo menos oito vegetais tiveram aumento superior a 100%. Na contramão, outros 34 produtos registram redução de valores.
 
A campeã da comparação foi a “tangerina rio graúda”, que teve elevação de 271,4% em menos de um mês. No dia 3 de janeiro, uma caixa de oito quilos da fruta era comercializada a R$ 35 na Ceasa. No dia 30 de janeiro, o preço chegou a R$ 130, o que significa que os compradores precisaram desembolsar quase R$ 100 a mais pelo mesmo produto, impactando o bolso do consumidor final.


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Na sequência, a “cenoura especial” e o “jiló comprido extra” foram os produtos que apresentaram maior aumento, chegando a uma alta de 150% no preço. No caso do legume, uma caixa de 22 quilos custava R$ 20 e bateu R$ 50 nesta semana. Já o fruto era vendido a R$ 40 e alcançou o valor de R$ 100 para uma caixa de 17 quilos.
 
Na lista dos produtos com 100% ou mais de aumento, aparecem ainda a “banana nanica”, com elevação de 133,3%, o “chuchu extra”, “chuchu especial”, “cenoura extra”, que dobraram de preço no período analisado. De acordo com o gerente da Ceasa Uberlândia, Cláudio Rodrigues dos Santos, o aumento é reflexo das condições climáticas e da oferta dos produtos na unidade.
 
No caso da tangerina, produto que teve o maior reajuste em janeiro, Santos explica que a fruta está fora do período de safra. O alimento vem de outra região, o que aumenta os custos das operações. A expectativa é que o período de colheita na região seja entre fevereiro e junho, o que deve estabilizar o preço do produto nos supermercados.
 
“A tendência é de que a tangerina tenha a oferta aumentada nos próximos meses, a oferta está muito reprimida agora. O produto acaba chegando mais caro. Isso vale para a maioria dos alimentos. Temos que analisar se o produto que subiu está ou não no período de safra. A questão climática também impactou o preço de muitos produtos”, analisou.
 
Segundo o gerente da Ceasa, as chuvas impactam diretamente a produção e colheita de leguminosas, verduras, hortaliças e frutas. Como a região do Triângulo Mineiro tem sido alvo de precipitações, muitos produtores não conseguem colher os itens na quantidade e qualidade desejada, o que costuma aumentar os preços e diminuir a oferta.
 
“É um período muito quente com muitas chuvas. Os produtores aplicam defensivos, mas o produto pode não surtir efeito, e aquilo se torna ineficiente. A dificuldade para fazer o escoamento dos produtos também é grande nesse período chuvoso. O custo de produção fica muito elevado”, explicou Cláudio Rodrigues dos Santos.
 
VARIAÇÕES
Outros produtos que mostraram elevação em janeiro foram o “mamão haway extra” (72,7%), a pimenta de cheiro (66,7%) e a berinjela extra (60%). Os consumidores também devem ter percebido diferença no bolso ao comprar o caqui, que teve aumento de 56%, a uva (51,2%), pepino japonês (50%), castanha de caju (50%), abacaxi (50%), vagem (42,9%) e a acelga (37,5%).
 
Na visão de Cláudio Rodrigues dos Santos, a alta do dólar e os impactos ainda existentes da guerra entre Ucrânia e Rússia devem deixar alguns alimentos com variações positivas neste ano. “O produtor paga caro, tem custo elevado e muitas vezes nem chega a repassar isso para o mercado, porque depende da procura pelo produto”, detalhou.
 
Na comparação do dia 26 de janeiro com 30 de janeiro, os ovos foram os produtos que mais subiram na Ceasa Uberlândia. Uma caixa de “ovos granja vermelho extra” com 30 dúzias era vendida a R$ 110. Nesta semana, o preço chegou a R$ 209. Os “ovos granja branco extra” custavam R$ 100 e alcançaram o patamar de R$ 180.
 
RECUO
Se a maioria dos produtos tiveram alta nos preços, outros seguiram o caminho contrário e recuaram em janeiro. O principal deles foi o “tomate longa vida”, que chegou a custar R$ 100 no início de janeiro e caiu para R$ 50 nesta semana, levando em consideração uma caixa de 23 quilos do produto.
 
Outros tipos de tomate puxam a fila. O “tomate santa cruz” caiu 36,4%, enquanto o “tomate cereja” recuou 33,3%. O ranking de queda tem a goiaba (31,6%), ameixa (30,6%), banana-maçã (30%), batata (30%), beterraba (28,6%), quiabo (28,6%) e nectarina (28,6%).
 
“O tomate está numa certa estabilidade com relação aos outros meses. É um produto que cai um pouco, sobe um pouco, está mantendo um patamar. A população tem que entender que a variação dos preços depende muito da oferta e da procura pequena. Se não tiver oferta, o preço também vai reagir”, analisou o gerente da Ceasa.
  
PREÇOS EM ALTA
 
Tangerina (caixa com 8kg)
Preço em 3 de janeiro: R$ 35
Preço em 30 de janeiro: R$ 130
Variação: 271,4%
 
Cenoura especial (caixa com 22kg)
Preço em 3 de janeiro: R$ 20
Preço em 30 de janeiro: R$ 50
Variação: 150%
 
Jiló (caixa com 17kg)
Preço em 3 de janeiro: R$ 40
Preço em 30 de janeiro: R$ 100
Variação: 150%
 
Banana nanica (caixa com 16kg)
Preço em 3 de janeiro: R$ 30
Preço em 30 de janeiro: R$ 70
Variação: 133,3%
 
Chuchu extra (caixa com 22kg)
Preço em 3 de janeiro: R$ 50
Preço em 30 de janeiro: R$ 100
Variação: 100%
 
Chuchu especial (caixa com 22kg)
Preço em 3 de janeiro: R$ 30
Preço em 30 de janeiro: R$ 60
Variação: 100%
 
Cenoura extra (caixa com 22kg)
Preço em 3 de janeiro: R$ 30
Preço em 30 de janeiro: R$ 60
Variação: 100%
 
Figo verde (caixa com 15kg)
Preço em 3 de janeiro: R$ 100
Preço em 30 de janeiro: R$ 200
Variação: 100%
 
PREÇOS EM QUEDA
 
Tomate longa vida extra a (caixa com 23kg)
Preço em 3 de janeiro: R$ 100
Preço em 30 de janeiro: R$ 50
Variação: -50%
 
Tomate santa cruz (caixa com 23kg)
Preço em 3 de janeiro: R$ 110
Preço em 30 de janeiro: R$ 70
Variação: -36,4%
 
Tomate cereja (caixa com 1,7kg)
Preço em 3 de janeiro: R$ 6
Preço em 30 de janeiro: R$ 4
Variação: -33,3%
 
Tomate longa vida extra aa (caixa com 23kg)
Preço em 3 de janeiro: R$ 180
Preço em 30 de janeiro: R$ 120
Variação: -33,3%


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