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21/01/2023 às 13h00min - Atualizada em 21/01/2023 às 13h00min

Uberlândia fecha 2022 com inflação de 4,79%; batata e tomate foram os grandes vilões do consumidor

Grupo de Alimentos e Bebidas teve variação de 13,71%; preço médio da cesta básica subiu mais de R$ 100

SÍLVIO AZEVEDO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Preço da batata subiu 66,33% no ano passado | Foto: Agência Brasil

A cidade de Uberlândia fechou o ano de 2022 com uma inflação de 4,79%. Conforme aponta o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), divulgado pelo Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/UFU), o grupo de Alimentos e Bebidas foi o responsável por puxar a variação, com destaque para a batata e o tomate que registaram preços elevados no último ano. Em razão disso, o preço médio da cesta básica subiu mais de R$ 100 em relação a 2021. 

Ainda de acordo com o IPC, entre janeiro e dezembro, o grupo de Alimentos e Bebidas teve uma variação de 13,71%, sendo a maior entre os grupos pesquisados pelo Cepes. O resultado foi impulsionado, principalmente, pelos preços elevados dos tubérculos, frutas, raízes e legumes. 

Em todo o ano de 2022, os tubérculos, como a batata, tiveram uma variação acumulada de 61,8%. As frutas, como o tomate e a banana, aparecem em segundo lugar com uma variação de 27,4%. Já os produtos panificados tiveram um aumento de 23,7% no último ano, impulsionado pela alta no preço da farinha de trigo.

Por outro lado, os óleos e gorduras tiveram uma variação negativa de 2,08% no ano passado. Além disso, carnes e peixes industrializados também recuaram 2,41% em 2022. As aves e ovos também tiveram uma queda na variação em relação a 2021, passando de 14,44% para 5,40%.

De acordo com Henrique Daniel Leite Barros Pereira, economista do CEPES-UFU, houve um impacto muito grande nos preços por causa de dois fatores, a guerra na Ucrânia e o clima. “Foi um ano com o começo da guerra da Ucrânia, fazendo com que o preço dos cereais aumentasse. No fim das contas, houve uma variação acumulada maior. Tradicionalmente, temos os choques climáticos, com geadas e outros eventos durante o ano que pressionaram razoavelmente o preço da alimentação”.

Henrique lembrou ainda que alguns repasses de 2021 resultaram em um índice maior do grupo de Alimentação e Bebidas. O economista citou o aumento no preço dos combustíveis, que foi repassado ao consumidor em toda a cadeia reprodutiva. 

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CESTA BÁSICA
A variação alta do grupo de Alimentos e Bebidas impacta diretamente o preço médio da cesta básica, que ao final de 2022, terminou custando, em média, R$ 688,41. O valor é R$ 104,13 a mais que em 2021, quando a média era de R$ 584,28. Entre os itens pesquisados, a batata é a principal responsável pelo aumento na cesta básica, já que o preço do produto subiu 66,33% no ano passado. 

O açúcar ficou em segundo lugar, com um aumento de 49%. Em seguida, aparece a farinha de trigo (41,41%) e o tomate (37,63%). 

“Como o grande conjunto de bens e serviços que ficaram mais caros foi o de Alimento e Bebidas, fica ainda mais visível na cesta básica. Os tubérculos têm muito da questão climática, especialmente nos últimos meses, com excesso de chuva. Já o feijão e farinha de trigo variam de acordo com a questão das commodities, afetadas pela guerra na Ucrânia”.

INFLAÇÃO
Apesar da influência dos preços dos Alimentos e Bebidas, a inflação de 2022 fechou abaixo da registrada nos anos de 2021 e 2020, quando foram registradas inflações de 8,47% e 5,05%, respectivamente. 

De acordo com o economista, a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) ajudou a diminuir o impacto no índice acumulado de 2022.

“Provavelmente, porque os combustíveis começaram a serem reduzidos no segundo semestre com a redução do ICMS. Se não tivesse tido essa redução, poderia ter a tendência de elevação. O fato do índice de preços dos combustíveis, colabora para que o IPC seja menor”.

Coincidentemente, os índices mensais da inflação no ano passado se mostraram variáveis, tanto positiva quanto negativa. “No começo do ano, teve o pico por causa da guerra na Ucrânia. E no segundo semestre o pico negativo foi por causa da redução do ICMS. A partir de setembro, eles começam a cair, mas em outubro, novembro e dezembro, voltam a subir. Mas ainda assim, estamos falando de valores razoavelmente confortáveis”, relembrou Henrique.

 

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