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24/11/2022 às 08h45min - Atualizada em 24/11/2022 às 08h45min

Hemocentro enfrenta queda de até 70% em estoques de sangue, em Uberlândia

Unidade promove campanha com ações especiais até o próximo sábado (26) para incentivar doações

SÍLVIO AZEVEDO I DIÁRIO DE UBERLÃNDIA
Atualmente quatro tipos sanguíneos estão em estado de alerta e um em estado crítico I Foto: ARQUIVO DIÁRIO
O Hemocentro de Uberlândia está enfrentando dificuldades para manter os estoques de sangue em níveis seguros. A baixa de doadores está refletindo em uma queda nos bancos sanguíneos, que varia de 30% a 70%, dependendo de cada tipo. Para tentar melhorar a situação, a unidade promove até o próximo sábado (26) a Semana do Doador Hemominas, com ações especiais.

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Além de decoração especial em comemoração ao Dia Nacional do Doador de Sangue, comemorado nesta sexta-feira (25), outras atividades estão sendo realizadas para atrair voluntários, entre elas: painel para fotos, lanche especial, camiseta comemorativa e atrações musicais e diplomação de doadores. A expectativa é atingir 25% além da cota diária, que atualmente é de 115 atendimentos.
 
“A expectativa no aumento é positiva, pois ajuda a suprir as demandas, ainda mais que viemos de um estoque deficitário por causa da pandemia. Existem exames e procedimentos que podem ser liberados quando temos um estoque de sangue”, alertou a responsável pelo setor de captação de doadores do Hemocentro em Uberlândia, Patrícia Fernandes.
 
A responsável pelo Hemocentro reforça a importância das doações de sangue para o atendimento nas unidades de saúde e lembra que uma bolsa doada ajuda a salvar a vida de até quatro pacientes. “Qualquer um pode precisar e a qualquer momento. O sangue é um benefício para todos. A falta de doações prejudica a sociedade de uma forma geral. Depois que você doa, o sangue passa por um setor de produção e os hemocomponentes são fracionados, separados por componentes: hemácias, crioprecipitado, plaquetas e plasma. E cada paciente utiliza o que necessita”.
 
ESTOQUE BAIXO
Segundo o Hemocentro, as bolsas de quatro tipos sanguíneos estão em alerta. Entre os o O+, que está com um nível 60% abaixo do estoque seguro, assim como o O-, com queda de 50%, A+, com déficit de 40%, e A-, com redução de 30%. O estado mais crítico é o do sangue B+, que está 70% abaixo do ideal.
 
“Se chegar em um ponto crítico, a solução é suspender as cirurgias eletivas, pois fica difícil de fazer reserva de bolsa pelo contingenciamento para atender urgência e emergência. Outra questão preocupante são os pacientes portadores de doenças crônicas que fazem uso regular de sangue e são prejudicados na falta de transfusão”, explica Patrícia.
 
EXEMPLOS SOLIDÁRIOS
O estudante João Maurício Ferreira, 25, é doador desde 2017, quando recebeu o primeiro convite para fazer a doação. Cinco anos depois, ele continua fazendo seu papel social.  “A primeira doação foi para uma pessoa em específico que estava precisando, mas após perceber a importância que o ato de doar sangue representa o motivo maior é ajudar o próximo.”
 
João destaca que a doação de sangue deveria fazer parte da rotina das pessoas. “Vivemos em uma sociedade que atingiu um nível muito avançado de cuidado e cura das pessoas, temos a oportunidade de ajudar quem precisa e também ser ajudado. Devemos ser gratos por isso e contribuir para a sociedade, acreditar que podemos fazer a diferença e sermos humanos”, afirmou.
 
A estudante Isadora Côrtes Assunção, de 20 anos, encontrou na doação de sangue uma maneira de ajudar as pessoas, mesmo sem saber quem é e por qual motivo. “É muito importante para mim porque foi uma forma que encontrei de ajudar muitas pessoas sem mesmo sequer saber o motivo que ela esteja precisando e quem estou ajudando.  A melhor experiência e sensação é saber que, de alguma forma, você consegue salvar a vida de uma pessoa tirando apenas 30 a 50 minutos do seu dia para isso”.


 
A jovem acredita que, com o ato, ajudou a salvar vidas de muitas pessoas. “Acredito e muito, por isso sempre faço questão de estar indo doar regularmente e sempre que posso estou incentivando alguém até mesmo pelas redes sociais”, contou.
 
Incentivar a doação também faz parte da rotina do estudante Gabriel Bonifácio, 21, que visita os hemocentros de Uberlândia e Ituiutaba desde 2019. “Com certeza ressaltaria o impacto causado pela doação. Não só pra quem recebe, mas também a realização do doador. Ao fazer a doação, você sente-se realizado, pois sabe que ajudou alguém, que você nem ao menos conhece. Fico muito feliz em doar sempre que posso”, afirmou.
 
COMO DOAR
Os interessados em contribuir com o Hemocentro devem fazer o agendamento pelo
site da Fundação Hemominas, no, ou pelo aplicativo MG APP. Em Uberlândia, a unidade fica localizada na Avenida Levino de Souza, nº 1845, no bairro Umuarama. O telefone para contato é (34) 3088-9200. No dia da coleta, é necessário portar documento oficial de identificação com foto.
 
Para doar é necessário ter entre 16 e 69 anos de idade, estar em boas condições de saúde e pesar no mínimo 50 kg. Além disso, é preciso que o doador tenha dormido pelo menos seis horas nas últimas 24 horas e estar alimentado (evitar alimentação gordurosa nas 4 horas que antecedem a doação). Os menores de idade precisam da autorização de um responsável para realizarem a coleta.
 
Doadores que tenham testado positivo para covid precisam respeitar um prazo de 10 dias após o fim dos sintomas, válido para casos leves e moderados. Se o doador tiver tido contato com positivados, será necessário aguardar um período de sete dias.

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