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29/10/2022 às 12h00min - Atualizada em 29/10/2022 às 12h00min

Dia das Bruxas aquece comércio de fantasias, decorações e guloseimas em Uberlândia

Comerciantes relatam aumento de vendas e reforço das contratações temporárias para a chegada do Halloween, comemorado no dia 31 de outubro

IGOR MARTINS E SÍLVIO AZEVEDO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Popular nessa época do ano, procura por doces e guloseimas aumentou nas últimas semanas | Foto: Divulgação

A chegada do Halloween, conhecido no Brasil como o Dia das Bruxas, tem movimentado o comércio de doces, guloseimas, decorações e fantasias em Uberlândia. Com a proximidade da data comemorativa, que acontece no dia 31 de outubro, comerciantes estão registrando aumento na procura por clientes e no faturamento, além da necessidade de contratações temporárias para o período.

Apesar de não possuir o mesmo significado e valor cultural de países do hemisfério norte, o Dia das Bruxas sempre marca presença no calendário cultural de Uberlândia. A existência de festas e comemorações temáticas é percebida pela empresária Luciana Donizette, proprietária da loja Potokinha Fantasias.

Em entrevista ao Diário, a mineira de 51 anos afirmou que precisou dobrar o número de funcionários para conseguir atender a demanda. Além do Halloween, o mês também é marcado pelo Dia das Crianças, o que, segundo ela, aumentou consideravelmente a movimentação em seu empreendimento desde a primeira semana de outubro.

“A procura aumentou muito. Antes, eu estava com três funcionários e agora tenho seis. Mesmo assim, ainda tem lista de espera. Ainda não consegui parar e analisar o aumento na movimentação de clientes e faturamento, porque estamos com muito movimento, a procura está muito boa. Essa semana estou trabalhando das 7h às 23h”, disse a empresária.

De acordo com ela, a elevação no número de clientes ainda é reflexo da pandemia de covid-19, uma vez que Uberlândia não celebrou o Halloween em 2020 e, em 2021, as comemorações foram mais tímidas. Com a retomada das atividades econômicas, Luciana conseguiu recuperar os anos perdidos e adquiriu um espaço três vezes maior do que o anterior.

“Ficamos parados durante a pandemia, sem trabalhar mesmo. Durante esse período, as mães passaram a comprar fantasias para as crianças brincarem em casa. Neste ano, nós apostamos em um local maior e a gente percebe que o comportamento do cliente mudou muito. Tem sido um ano de crescimento para a gente”, relatou.

EXPECTATIVAS
Quem também tem aproveitado o período de Dia das Bruxas é Juliana Almeida, dona da Loja Doce, que possui três unidades em Uberlândia e uma em Uberaba. Em setembro, a empresária precisou abrir 15 vagas de emprego para conseguir atender os clientes com mais tranquilidade, fruto do Halloween e também do Dia das Crianças.

De acordo com Juliana, a movimentação para a data comemorativa de 31 de outubro começou há pouco mais de uma semana, quando os clientes passaram a comprar guloseimas, fantasias, adereços e decorações. A expectativa é de que o estabelecimento aumente as vendas em 50%, mas com o sucesso do Halloween, a empresária acredita que o número seja ainda maior.

“A movimentação está muito grande, está maior do que nos outros anos. No ano passado, as pessoas ainda estavam com um pouco de medo devido à pandemia, mas mesmo assim a procura já supera a do período pré-pandêmico. Tivemos que aumentar o quadro de funcionários e a expectativa é de mais contratações, já que depois do Dia das Bruxas temos a Copa do Mundo e as festas de fim de ano”, revelou Juliana Almeida.

A proprietária da Ninas Fest, Debora Junqueira, também acredita no aumento das vendas em outubro deste ano, período pós-pandemia, em relação ao mesmo mês do ano passado.

“O incentivo para a festa é muito grande, com as pessoas se reunindo mais. Estamos colocando um crescimento de 35%, por causa desse reflexo da pandemia em 2021. Se pudesse traduzir os números, o que construímos em orçamento para outubro, juntando Dia das Crianças e Halloween, diria um crescimento de 35%”.

E a movimentação na loja nesse período já é sentida, principalmente pelo crescimento da popularidade do Halloween no Brasil. “A gente já percebe uma movimentação das pessoas consumindo mais esse mês, principalmente em uma data sazonal tão forte como essa. O halloween se tornou muito forte no Brasil. Teve uma aceitação muito boa dentro das escolas, condomínios, festas de aniversário. Abrange muita coisa”, disse Debora. 

Entre os itens mais procurados, segundo a empresária, estão as fantasias e baldinhos. “As pessoas apostam em decorações mais elaboradas. Fizemos uma aposta com a loja toda decorada para incentivar as pessoas”.

Para o último trimestre de 2022, Débora acredita que a empresa terá um faturamento médio de 25% a mais do que o de 2021. “No Natal estamos apostando na decoração, trazendo Papai Noel para a loja, estamos fazendo as movimentações que o mercado exige para trazer um crescimento. Estamos super otimistas. Investimos em produtos diferentes, novidades e a loja preparada para atingir esse crescimento”.

HISTÓRIA
O Dia das Bruxas é uma celebração popular de culto aos mortos, comemorada anualmente no dia 31 de outubro. O termo “Halloween” tem origem na expressão em inglês “All Hallow’s Eve”, que significa “Véspera de todos os santos”. A cultura de comemoração é forte nos Estados Unidos e, com sua popularidade, passou a ser celebrado em grande parte do mundo, mesmo em menor escala.

A tradição do Halloween foi levada pelos irlandeses aos Estados Unidos, onde a data é considerada feriado. Acredita-se que a maioria das tradições de Halloween tenham se originado nos antigos festivais celtas chamados Samhaim, que marcavam a passagem de ano e a chegada do inverno. Para os celtas, o início do inverno representava a aproximação entre o mundo e o “Outro Mundo”, onde vivem os mortos.

Os celtas acreditavam que no início do inverno os mortos regressavam para visitar suas casas e que assombrações surgiam para amaldiçoar seus animais e suas colheitas. Todos os símbolos que hoje são característicos do Halloween eram formas utilizadas pelos celtas para afastar esses maus espíritos.

Embora de origem pagã, o Halloween recebeu esse nome após ser cristianizado pela Igreja Católica, que passou a defini-lo como véspera do Dia de Todos os Santos. A maioria dos símbolos característicos do Halloween possuem origem nos primórdios da tradição, enquanto outros foram agregados com o tempo.

Uma das coisas mais marcantes sobre o Dia das Bruxas são as cores laranja e preto. O Halloween é associado com elas pois o festival do Samhaim era comemorado no início do outono, quando as folhas se tornam laranjas e os dias são mais escuros.

A lanterna de abóbora tem origem em um conto celta sobre um rapaz que foi proibido de entrar no céu e no inferno, e vaga eternamente com sua lanterna em busca de descanso.

A tradição de entalhar abóboras teve início nos Estados Unidos. Antes, os países de origem celta entalhavam nabos e inseriram velas no interior com o objetivo de afastar espíritos. A tradição dos celtas de inserir velas em nabos ocos foi levada para os Estados Unidos, onde as abóboras grandes e macias se tornaram a melhor opção. O costume, que antes se limitava a entalhar rostos nas abóboras, atualmente envolve diversos formatos.

Os celtas acreditavam que no dia do Samhaim, máscaras e fantasias ajudavam a enganar os espíritos, que não reconheciam os humanos e continuavam vagando pelo mundo sem incomodar. Atualmente, o Halloween é fortemente marcado por festas à fantasia que geralmente seguem a temática sombria de bruxas, zumbis e esqueletos.

No entanto, em países onde a tradição não é tão seguida (a exemplo do Brasil), as festas costumam envolver qualquer tipo de fantasia. Para os celtas, os mortos assumiram, entre outras formas, a de esqueletos e fantasmas. Com relação aos morcegos, os festivais de Samhaim sempre envolviam o uso de fogueiras, o que acabava por atrair os animais.

O famoso “gostosuras ou travessuras” teve origem na Grã-Bretanha, mas foi popularizado nos Estados Unidos nos anos 50. A atividade é voltada para crianças que, fantasiadas, batem de porta em porta perguntando “gostosuras ou travessuras?”. Caso a pessoa não dê algum brinde como doces ou dinheiro, as crianças fazem alguma travessura na sua casa.

 

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