Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90
25/09/2022 às 14h00min - Atualizada em 25/09/2022 às 14h00min

Acidentes com escorpiões têm salto de 6% neste ano em Uberlândia

HC-UFU atendeu mais de 100 vítimas de picadas do animal peçonhento, entre janeiro e agosto; veterinária orienta sobre cuidados

SÍLVIO AZEVEDO I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Espécies marrom e amarelo são as mais comuns na região I Foto: DIVULGAÇÃO
O clima quente é considerado propício para a reprodução de escorpiões. Consequentemente, é nesta época do ano que também cresce o número de ocorrências de acidentes envolvendo estes animais peçonhentos. Em Uberlândia, segundo informações do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), de janeiro a agosto deste ano, 102 vítimas de picadas já foram atendidas na unidade.
 
O número é relativamente maior que o mesmo período de 2021, quando foram registrados 96 atendimentos no HC-UFU, uma alta de 6,25%. De acordo com a enfermeira responsável técnica pela classificação de risco do Pronto-Socorro do HC-UFU, Kelly Nascimento, o tipo mais comum de acidente na região envolve escorpiões das espécies marrom e amarelo, que possuem toxicidade que ocasiona casos mais graves. Entre as vítimas, a maioria são homens.
 
“São pacientes do sexo masculino, com idade entre 25 e 50 anos, que residem, ou passeiam, em chácaras e sítios. Também há estudantes da área de agronomia. Geralmente o local da picada ocorre em extremidades, como pernas, braços e dedos das mãos e pés. Geralmente o tempo entre o acidente e o atendimento é entre 30 minutos e 4 horas após”, esclarece a enfermeira.
 
A profissional ouvida pelo Diário reforçou ainda que, em caso de acidentes, o mais importante é manter o local higienizado para o atendimento. “Caso a pessoa seja picada, o primeiro cuidados é lavar e higienizar com água de sabão e evitar o excesso de movimentação para que o veneno não fique circulando. Em crianças e idosos, o risco é maior para uma evolução desfavorável mais grave. O tratamento se baseia no controle da dor com bloqueio anestésico e, eventualmente, em caso de gravidade, tratado com corticoide”, informou.  
 
A responsável técnica informou ainda que, em caso de acidente com o animal peçonhento, é indicado que o paciente tente identificar a espécie do escorpião. “Porque quando diferencia a espécie, consegue direcionar o tratamento, se é mais grave, sua evolução”.
 
Em caso de acidente, a indicação é que o paciente procure atendimento médico imediato no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), unidade de referência para esses atendimentos, para ser medicado com o soro antiescorpiônico.


• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram

 
REPRODUÇÃO
De acordo com a médica veterinária Jéssica Queiros, não existe ambiente específico onde os escorpiões possam ser encontrados. “Vai ser aquele que tenha disponibilidade de abrigo e de alimento. Então, esses animais estão associados às casas que tenham uma grande quantidade de baratas. Isso porque eles se alimentam muito de baratas na área urbana. Então um local que tenha sujeira, que acumula material de construção, lixo, é um ótimo local para proliferação de escorpiões também”, orientou.
 
A veterinária esclareceu ainda que algumas espécies não precisam de acasalamento para se reproduzir. “Os escorpiões são vivíparos. Ou seja, eles parem o filhote. Geralmente são 20 filhotes em uma geração que dura de dois a três meses. Existem duas espécies de importância médica, que são partenogenéticas, que não precisam do macho pra se reproduzir. Que é o escorpião amarelo e o do nordeste”.
 
Jéssica ressalta também que há maneiras de evitar a presença de escorpiões em casa. Além de manter o ambiente limpo, a presença de outros animais predadores ajuda a controlar a quantidade de artrópodes.
 
“É necessário manter o ecossistema equilibrado. Se a gente mantém os predadores dos escorpiões, manteremos o controle efetivo de outros invertebrados. Por isso é importante não matar lagartixas, sapos, gambás. Devemos ter isso em mente quando exterminamos os animais. Em locais mais próximos às áreas verdes, é recomendado o uso de galinhas d’Angola, pois fazem um ótimo controle de escorpiões”, orientou.
 
ZOONOSES
O Diário procurou a Prefeitura de Uberlândia para saber sobre as ações e recomendações por parte do Centro de Controle de Zoonoses em relação aos escorpiões. Por meio de nota, a administração municipal informou que durante todo o ano, as equipes do Programa de Controle de Animais Peçonhentos realizam busca ativa e acompanhamento em pontos estratégicos.
 
Disse ainda que, durante atendimento a chamados, orienta sobre acidentes e as barreiras físicas que devem ser disponibilizadas para evitar o reaparecimento. As orientações incluem manter estes locais limpos, destinar corretamente os resíduos e fazer a vedação são as ações indicadas.
 
Se o morador encontrar algum animal na residência, a orientação do CCZ é que abra um chamado por telefone, no número (34) 3213-1470. O horário de funcionamento é das 7h às 18h.

*Texto atualizado em 28 de setembro para ajuste de informação.

Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90