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16/09/2022 às 14h30min - Atualizada em 16/09/2022 às 14h30min

Em Uberlândia, número de casos de dengue em 2022 já é maior que o total de 2021

Em nove meses, cidade registrou 3.892 notificações positivas da doença, um aumento de mais de 60% em relação ao ano passado

SÍLVIO AZEVEDO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Região com maior incidência de casos é a oeste, principalmente nos bairros Luizote de Freitas e Canaã | Foto: Agência Brasil

Em Uberlândia, o número de casos confirmados de dengue neste ano superou todo o período de 2021. Conforme apontam dados do Programa de Controle da Dengue do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), no ano passado, foram registradas 2.403 notificações positivas para a doença, enquanto em 2022, até o momento, 3.892 pacientes foram diagnosticados com a enfermidade, um aumento de mais de 60%. 

Segundo o coordenador do Programa de Controle da Dengue do CCZ, José Humberto Arruda, esse aumento já era esperado, pois o pico da doença acontece a cada três anos. “Depois de 2019, onde tivemos cerca de 34 mil casos, era esperado que em 2022 acontecesse outro aumento. Mas, desta vez, o pico se concentrou principalmente em abril e maio, quando foram registrados em torno de 900 casos cada. Em agosto, fechamos com 173. Já dissipou rapidamente. Para os padrões de Uberlândia, diria que é um número relativamente baixo”.

Além da sazonalidade natural do aumento, Arruda disse que a pandemia da covid-19 também contribuiu para que houvesse alta no número de casos de dengue na cidade. 

“A covid e a baixa incidência de dengue em 2021, causou certa tranquilidade e mudança no comportamento social. Aquele cuidado acaba ficando um tanto esquecido e, depois que você tem uma pandemia, como tivemos, ficamos com a sensação de que dengue não é tão grave. Esse relaxamento foi outro fator”.

Ainda de acordo com Arruda, a região com maior incidência de casos de dengue é a oeste, principalmente nos bairros Luizote de Freitas e Canaã. “Temos 1.093 armadilhas instaladas na cidade, as ovitrampas. Quando queremos saber a incidência em determinado bairro é só olhar a palheta. Neste ano, o número de ovos estava baixo, mas os números de casos aumentaram, o que acredito que seja pela transmissibilidade do vírus, o fator de resistência do nosso organismo a uma possível cepa nova”.

Assim como em anos anteriores, a Prefeitura realiza ações de combate ao foco do mosquito Aedes aegypti, que vai desde a utilização do fumacê, até recolhimento de pneus e parcerias com imobiliárias. “São ações que estão desde que chegamos, como a coleta de pneus, uma média de 1 mil por dia, atendendo as resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). E o pneu é o maior problema para os municípios, pois é borracha, que é aderente e propício para a criação dos ovos”.

Mas com a proximidade do fim da estiagem bem próximo, Arruda diz que o Município liga o alerta vermelho com a chegada do período mais chuvoso, o que apresenta maiores riscos para o aumento de novos criadouros e focos do mosquito.

“Para todo o município, o período chuvoso acende uma luz vermelha. A chuva traz uma situação de dias difíceis por conta dos atos da população, que deixa expostos objetos que geram poças e focos. A gente acompanha o mapa de chuva e aumentamos as ações de combate”, finalizou. 

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