Álbum foi lançado em 19 de agosto e conta com 670 figurinhas no total | Foto: Igor MartinsApesar de só começar no final de novembro, a Copa do Mundo já começou a agitar os amantes do futebol. Lançado em 19 de agosto, o álbum de figurinhas tem reunido milhares de pessoas e aquecido o movimento em diversos estabelecimentos de Uberlândia que promovem a venda e troca dos colecionáveis.
Mesmo com o aumento no preço do álbum e do pacote de figurinhas, o proprietário da Nobre Papelaria, Marcelo Tamaki, conta que a procura não caiu em relação à última Copa do Mundo, realizada em 2018. Atualmente, o colecionável de capa normal sai a R$ 12 e o de capa dura é vendido a R$ 44,90. Para adquirir cinco cromos, o consumidor precisa desembolsar R$ 4.
O álbum tem 670 figurinhas, sendo que 50 são consideradas especiais e outras 80 são consideradas raras. Com um custo aproximado de R$ 0,80 por cromo, os clientes precisam gastar R$ 536 para completar o álbum, sem ter nenhuma figurinha repetida. Daí, veio a ideia de criar um ponto de troca na papelaria de Tamaki.
“A movimentação tem sido muito boa. Tivemos um aumento de 50% no faturamento e na procura em 2022. Nós demos esse pontapé inicial em 2014 com o ponto de troca de figurinhas. Começamos com duas mesas, depois viraram seis e hoje nós nos tornamos um ponto tradicional em Uberlândia. A maioria das pessoas que estiveram conosco nas duas últimas copas voltaram, e tem sido muito bacana”, disse.
Se engana quem pensa que a coleção de álbuns de figurinha se restringe apenas ao público mais jovem. De acordo com Marcelo Tamaki, a papelaria recebe diariamente crianças a partir de dois anos até mesmo idosos com 80. Em sua visão, a procura pelos colecionáveis é sempre uma febre por envolver diversas gerações.
“Colecionar álbum de figurinhas é uma brincadeira muito legal. As crianças aprendem a negociar, a conversar e a trocar, além de aprender mais sobre os países e sobre as bandeiras, então é uma atividade muito lúdica. Para os adultos é recordar a infância. Muitos avôs acabam trazendo seus netos para a troca. É um ambiente muito gostoso, muitas pessoas vêm e acabam ficando aqui por horas conversando e fazendo as trocas”, detalhou o comerciante.
FENÔMENO
Quem também tem notado crescimento na movimentação de clientes é o dono da livraria Leitura, Bruno Teles. Assim como Marcelo Tamaki, o empresário montou um espaço de troca de figurinhas em um shopping de Uberlândia e o resultado não poderia ser melhor. A empresa teve um dos melhores desempenhos de sua história em compras de álbuns, com oferta acima da demanda durante o período.
“O álbum de figurinhas da Copa é um fenômeno. A gente resolveu apostar no centro de troca de cromos neste ano e tem dado muito certo. É muito legal porque recebemos crianças, adultos e idosos que estão fazendo o álbum. Todo mundo está colecionando, até mesmo pessoas que não gostam de futebol”, disse.
Ainda de acordo com Teles, a movimentação é tão grande aos fins de semana que é preciso até mesmo organizar as filas e corredores para não afetar outros clientes que procuram a loja. Além disso, foi necessário reforçar os caixas para manter o fluxo contínuo de consumidores das 10h às 22h, buscando oferecer mais comodidade e rapidez para a clientela.
“A loja está sempre cheia, especialmente aos sábados e domingos. A gente não tinha essa fama e tradição de ser um ponto de troca de cromos em Uberlândia, mas nós fizemos uma adaptação neste ano. Eu mesmo fico na entrada da loja organizando tudo. Tem muita gente que passa aqui na porta e até se assusta com tanta gente”, disse Bruno Teles.
PAIXÃO
O uberlandense Vitor Bueno é um dos apaixonados por futebol que pretende completar o álbum de figurinhas da Copa em 2022. Em entrevista ao Diário, ele contou que comprou o livro ilustrado neste mês e pretende começar a ir nos pontos de troca de cromos espalhados pela cidade nos próximos dias.
Para o estudante, os preços do álbum e dos pacotes de figurinhas devem dificultar a vida de quem quer fazer 100% do livro. Pensando nisso, ele criou uma reserva de dinheiro para poder adquirir os cromos sem precisar pensar nos gastos, que em sua visão, estão muito altos neste ano.
“O preço dificulta um pouco. Comprei R$ 100 de figurinhas na última semana e vieram 25 pacotes, acaba que não rende muito. É preciso recorrer às trocas, eu não consegui completar o álbum da Copa passada, então fiz o objetivo de completar neste ano. É um momento sempre especial, porque você reúne com amigos que estão colecionando e você revê outras pessoas. É uma época boa de confraternizações”, relatou Bueno.
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