UFU anuncia demissão de professor acusado de assédio moral e sexual contra alunas da instituição

A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) anunciou, através de uma publicação no Diário Oficial da União (DOU), a demissão do professor do curso de ciências biológicas, Douglas Santos Riff, acusado de praticar assédio moral e sexual contra alunas do curso. A decisão foi tomada após a conclusão do processo administrativo disciplinar que havia sido instaurado pela UFU. 

Por meio de nota, a UFU informou que aplicou a penalidade de demissão ao professor na última sexta-feira (9), data de emissão do julgamento do respectivo processo administrativo disciplinar, por práticas de assédio moral e sexual. A instituição explicou, ainda, que há provas inequívocas dessas práticas, apuradas por Comissão no Processo Administrativo Disciplinar. Douglas atuou na universidade por mais de 13 anos.

As denúncias contra Douglas já são de conhecimento do Ministério Público Federal (MPF) que, em maio de 2020, protocolou uma recomendação solicitando à UFU que tomasse medidas em relação à situação. 

Trecho da recomendação do MPF emitida em 2020 I Foto: REPRODUÇÃO

Na época, o procurador Federal Leonardo Andrade Macedo pediu que a instituição remanejasse o professor de setor ou proporcionasse um afastamento cautelar do docente até que as apurações fossem concluídas. Além disso, o MPF recomendou assistência jurídica e psicossocial às vítimas, celeridade na apuração e confidencialidade em casos de assédio, e solicitou a promoção de campanha informativa de combate ao assédio moral e sexual no âmbito acadêmico.
 

O MPF instaurou ainda uma investigação paralela, sendo que o docente foi denunciado na esfera criminal e também por ato de improbidade administrativa. "O MPF atuou no caso em relação às repercussões nas esferas criminal e de improbidade administrativa, e acompanhou os desdobramentos na esfera disciplinar, que agora resultou nessa pena de demissão. Mas não posso dar detalhes porque o caso está sob sigilo para proteção da intimidade dos envolvidos", informou o procurador Federal.
 

O Diário de Uberlândia procurou a defesa do professor, que informou que o processo tramita em segredo de justiça e, portanto, não haverá pronunciamento sobre o mérito da decisão, ressaltando, entretanto, que serão adotadas as medidas judiciais inerentes ao caso.

* Matéria atualizada às 9h15 de 14 de setembro para ajuste de informações.