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07/09/2022 às 14h00min - Atualizada em 07/09/2022 às 14h00min

Uberlândia tem o agosto com o maior número de incêndios florestais dos últimos dois anos

Corpo de Bombeiros atendeu mais de 600 chamados entre os dias 1º e 21 do último mês

IGOR MARTINS I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Incidência de queimadas em vegetações é mais comum nessa época do ano, segundo tenente do Corpo de Bombeiros I Foto: CORPO DE BOMBEIROS
Em Uberlândia, o número de incêndios florestais registrados em agosto mais do que dobrou em 2022 na comparação com o mesmo período nos últimos dois anos. Entre os dias 1º e 21 de agosto do mês passado, o Corpo de Bombeiros atendeu 639 chamados dessa natureza. Em 2020 foram 323 ocorrências, contra 315 no mesmo mês em 2021.
 
A quantidade de incêndios florestais para o mês de agosto deve ser ainda maior, segundo informações da própria corporação. No dia 28 de agosto deste ano, por exemplo, os militares combateram
13 ocorrências de incêndios em vegetações em apenas um dia. Apesar de não entrar na estatística citada, o número comprova a disparada das queimadas na região.
 
De acordo com o tenente Henrique Silva Figueiredo, a propagação do fogo nas áreas florestais ocorre com maior frequência e intensidade nos períodos de estiagem e tem ligação direta com a redução da umidade. Além disso, com o tempo seco as chamas tendem a se alastrar rapidamente, dificultando o combate às chamas na maioria dos casos.
 
“O incêndio florestal é um tema muito importante e que é bastante comum durante esse período de estiagem. A partir de junho, entramos em um período mais seco, com redução pluviométrica e temos a inexistência de chuvas, o que acarreta a redução da umidade da vegetação. Esses fatores acarretam uma condição mais propícia para o descontrole do fogo”, disse.
 
Em entrevista ao Diário, o bombeiro explica que os incêndios em vegetações podem iniciar de forma espontânea ou ser consequência de ações e omissões humanas. No caso de Uberlândia, a maior parte dos chamados atendidos pela corporação está relacionada à inteverções humanas. Segundo ele, é possível diminuir a incidência destas ocorrências através da conscientização da população.
“A partir do momento em que colocamos o ser humano como o principal responsável das queimadas, a gente tem como evitar isso. Precisamos da atuação de identificação desses indivíduos e da penalização, que geralmente acontece”, detalhou o tenente.
 
Henrique Silva afirma ainda que as causas naturais também são responsáveis por uma quantidade de queimadas, sendo propiciadas por raios, reações fermentativas exotérmicas, concentração de raios solares por pedaços de quartzo ou cacos de vidros em forma de lente e outras causas.
 
Algumas queimadas também podem ser ocasionadas por imprudência e descuido de pescadores e caçadores, através da propagação de pequenas fogueiras feitas em acampamentos. Outra causa que propicia as chamas são fagulhas provenientes de locomotivas ou de outras máquinas automotoras, consumidoras de carvão ou lenha.
 
“A gente contraindica a utilização de fogo para fazer qualquer tipo de benefício para a produção nessa época do ano. Os produtores rurais que renovam as pastagens devem fazer com maquinário específico. No setor urbano, nós temos a questão da limpeza dos lotes vagos, em que as pessoas usam o fogo para manter a vegetação rasteira”, orientou o bombeiro.


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COMBATE ÁRDUO
Ainda de acordo com o tenente dos Bombeiros, o aumento dos incêndios florestais durante a época mais seca do ano traz uma série de dificuldades para a corporação. Por conta da baixa umidade da vegetação, as chamas se alastram com mais facilidade e, devido a isso, o trabalho dos bombeiros se torna mais complicado.
 
“Qualquer princípio de incêndio se transforma e evolui para um incêndio de grandes proporções rapidamente. Em muitas solicitações de pequenos incêndios, nós chegamos ao local e ele já evoluiu. Isso torna a atuação do Corpo de Bombeiros mais complexa, envolvendo uma quantidade de militares muito maior, mais equipamentos e aparatos e isso acaba se tornando um grande obstáculo”, afirmou.
 
Para evitar uma queimada, o Corpo de Bombeiros de Uberlândia recomenda a construção de aceiros e de faixas limpas sem materiais combustíveis. Além disso, é recomendada a plantação de cortinas de segurança com vegetação menos inflamável e construção de barragens de água que atuem como obstáculo à propagação do fogo.
 
A construção de estradas vicinais no interior de florestas também facilita a fiscalização e favorece o carreamento dos meios de controlar as queimadas. Outro ponto abordado pela corporação diz respeito à utilização de medidas de vigilância, tais como torres de observação ou patrulhamento móvel terrestre ou aéreo.
 
Em caso de incêndio, é importante acionar o Corpo de Bombeiros ou a Defesa Civil imediatamente, pelos telefones 193 e (34) 3231-5419, respectivamente.

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