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06/08/2022 às 13h00min - Atualizada em 06/08/2022 às 13h00min

Computadores adaptados para advogados com deficiência visual são disponibilizados pela OAB Uberlândia

Equipamentos estão nas salas de apoio da entidade em prédios públicos do judiciário

SÍLVIO AZEVEDO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Diretor secretário-geral adjunto da OAB Uberlândia, Marcos Montanha, é deficiente visual e ressalta a importância dos equipamentos para os advogados | Foto: Arquivo Pessoal
Os advogados que possuem alguma deficiência visual podem contar, a partir de agora, com computadores adaptados que estão disponíveis nas nove salas de apoio da Organização dos Advogados do Brasil (OAB) Uberlândia. Os equipamentos estão disponíveis no Fórum, Justiça do Trabalho, Delegacia de Plantão, Polícia Federal e na Sede da OAB Uberlândia.

A novidade foi lançada na última terça-feira (2), no Palácio da Justiça, Fórum Abelardo Pena. A medida, segundo o diretor secretário-geral adjunto da OAB Uberlândia, Marcos Montanha, que é deficiente visual, é uma ferramenta de inclusão social e profissional oferecida pela entidade. Os equipamentos disponíveis contam com um software 

“Ele ajuda a colocar o advogado com deficiência visual em condições iguais aos demais colegas que não possuem a deficiência, como por exemplo, em pesquisa, sites voltados à justiça, envio ou recebimento de leis, alguma petição, caso ele precise fazer em caráter de urgência”.

Para utilizar a ferramenta, o profissional deverá ligar o computador e acionar o comando através de um atalho no teclado. “Ele já começa a falar o que está escrito na tela do computador. Quando for digitar, seja no teclado ou no movimento do mouse, o comando de voz vai informar o que está fazendo”.

A iniciativa é pioneira em Minas Gerais e teve o planejamento iniciado há três meses. Agora, deverá ser ampliada para outras seccionais da OAB em todo o estado. 

“Levei a proposta para a Seccional Mineira e vamos instalar em toda a região do Triângulo, Alto Paranaíba, Noroeste e, por fim, toda a OAB de Minas Gerais. Alguns presidentes falaram que não existem advogados com deficiência visual, mas, mesmo assim, vamos deixá-los à disposição. Não é o advogado que tem que esperar o recurso, mas o recurso tem que estar à espera do advogado”, contou Marcos.

A receptividade entre os advogados foi bastante positiva e, o que para muitos é uma novidade, para quem usa, é mais uma ferramenta de trabalho habitual. “Muitos colegas que não têm aquela vivência com uma pessoa com deficiência visual, acaba achando aquilo fabuloso, de outro mundo, extraordinário. Mas para nós, cegos, de baixa visão, é algo absolutamente normal, é nossa ferramenta de trabalho, de auxílio para a inclusão no meio social e profissional”, finalizou Montanha.

O advogado Alysson Moura atua na área do direito há quatro anos e tem degeneração macular juvenil congênita, conhecida como Doença de Stargardt. Para exercer as funções do dia a dia, Moura utiliza aplicativos e softwares para trabalhar. 

“Além da fonte aumentada, uso alguns recursos para dimensionar o acesso do computador para que haja uma ampliação da fonte e assim conseguir fazer a leitura dos documentos”, explica. 

O advogado ainda relatou que não costuma trabalhar fora do escritório, uma vez que o material utilizado é adaptado, mas ficou satisfeito ao saber da novidade. “Essa é uma felicidade para todos os profissionais que possuem deficiência visual, já que não ter esses recursos limita o trabalho fora do escritório. Agora com os computadores inclusivos nas salas do advogado, temos mais conforto para exercer o trabalho”.


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